segunda-feira, 5 de novembro de 2012

"O DESENCARNE NA INFÂNCIA"





Apenas quem já perdeu um filho na infância pode descrever 
a dor que se sente neste momento tão doloroso. 
Como se o mundo girasse ao seu redor,
você pensa estar vivendo um pesadelo e que, ao acordar, tudo voltará ao normal. 
Mas a realidade se mantém e você não entende o porquê de estar acontecendo tudo aquilo. 
Chega a duvidar da justiça divina e as perguntas constantes permanecem: 
Porque meu filho se foi tão jovem, cheio de vida, com um futuro promissor? 
Porque eu não fui em seu lugar?
As indagações são muitas, mas a resposta só vem com o tempo.
A família tem de estar muita unida em um momento como esse. 
A religião é um bálsamo para a dor que, em certos dias, parece ser infinita.
Temos que ser fortes e acreditar que nada acontece por acaso.
A revolta e o descrédito em Deus não são justos. 
Há momentos na vida em que precisamos passar por determinadas experiências, 
para que possamos ter uma visão de vida diferente da que temos atualmente.
O desencarne de uma criança comove até as pessoas que mal conhecemos. 
Porquanto a morte de uma criança provoca grande comoção,
até mesmo em pessoas não ligadas a ela diretamente. 
Símbolo da pureza e da inocência, alegria do presente e promessa para o futuro,
o pequeno ser resume as esperanças dos adultos
que se recusam a encarar a perspectiva de uma separação”.
As lamentações, choro e a fixação no ente querido
que desencarnou prejudicam sua reabilitação no Mundo Espiritual, 
fazendo com que ele sofra vendo tamanho desespero de seus familiares.
A oração é o melhor remédio para todos. 
Pedir a Deus que proteja e auxilie seu filho no Mundo Espiritual
é a maneira correta de lhe fazer o bem.
Reviver a tragédia que ocorreu no Mundo Material 
pode ser um martírio, pois, no Mundo Espiritual,
há toda uma equipe de trabalhadores dando o suporte necessário 
ao desligamento do Espírito do aparelho físico. 
Além do mais, “o desencarne na infância, mesmo em circunstâncias trágicas,
é bem mais tranqüilo,
porquanto nessa fase o Espírito permanece em estado de dormência
e desperta lentamente para a existência terrestre. 
Somente a partir da adolescência é que entrará na plena posse de suas faculdades”.
“por que a vida, freqüentemente, é interrompida na infância?” 
A resposta dos Espíritos Superiores é a seguinte: 
“a duração da vida de uma criança pode ser, para o Espírito que está nela encarnado,
o complemento de uma existência interrompida antes do seu termo marcado,
 e sua morte, no mais das vezes,
é uma prova ou uma expiação para os pais”.
Ernesto Bozzano, em Enigmas da Psicometria, escreve que não são desconhecidos os casos de mortes infantis 
nos quais o Espírito já tenha progredido bastante para suprimir uma provação, 
mergulhando na Terra
só com a finalidade de se revestir de elementos fluídicos indispensáveis ao perispírito,
desejoso de preparar-se para a próxima reencarnação.
Com o tempo você vai encontrando respostas para suas indagações. 
A lembrança daquele filho que se foi talvez nunca sairá da sua mente,
mas sempre que pensar nele, pense com carinho, enviando boas vibrações,
para que, onde ele se encontrar, possa sentir todo o amor que você emana.
A essência da vida é o outro.
Por que Deus juntaria num breve tempo de uma existência duas criaturas que
 se sentem felizes de estar juntas e depois as separaria pela eternidade? 

 
A certeza da sobrevivência que a prática espírita 
garante às criaturas está acompanhada da certeza 
da reunião daqueles que se amam depois da perda do corpo físico.
Essa é a maior consolação que poderíamos desejar, 
mas não é só uma consolação piedosa
é uma certeza proveniente da vivência que, aos poucos, 
vai nos tornando mais seguros e menos propensos às crises de ansiedade 
e aflição que são tão comuns às pessoas hoje em dia.
Temos certeza e sabemos, não apenas acreditamos’.
O Evangelho Segundo o Espiritismo diz que quando Jesus falou 
“deixai vir a mim as criancinhas”, 
Ele se referia ao fato de que 
“a pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade, 
excluindo todo pensamento egoísta e orgulhoso”.
Explica ainda que “é por isso que Jesus toma a infância como símbolo dessa pureza,
como a tinha tomado para o da humildade...
Somente um Espírito que tivesse atingido a perfeição poderia nos dar
o modelo da verdadeira pureza.
Mas ela é exata do ponto de vista da vida presente, 
pois a criança, não podendo ainda manifestar nenhuma tendência perversa,
oferece-nos a imagem da inocência e da candura.
Além do que, Jesus não diz de uma maneira absoluta que o reino de Deus é para elas, 
mas sim para aqueles que se lhes assemelham”.
Publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição nº 13, ano 2001.

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