Espíritos errantes são os Espíritos que estão em diferentes moradas, embora não estejam nem localizadas, nem circunscritas, independentemente de erros que eventualmente tenham ou não cometido, não tem consciência por ocasião da sua morte, tudo, a princípio, é confuso.
De algum tempo precisa a alma para entrar no conhecimento de si mesma.
Ela se acha como que aturdida, no estado de uma pessoa que despertou de profundo sono e procura orientar-se sobre a sua situação.
Numa perturbação inerente para alguns, que se segue à morte naturalmente, como uma simples transição de consciência de um estado para outro da alma, nada tem de penosa, que se conserva calmo, semelhante em tudo a quem acompanha as fases de um tranquilo despertar.
Nos casos de morte por fogo, o Espírito fica surpreendido, espantado e não acredita estar morto.
Obstinadamente sustenta que não o está.
No entanto, vê o seu próprio corpo, porém, queimado, até carbonizado, e de uma certa forma reconhece que esse corpo é seu, mas não compreende que se ache separado dele.
Sente muito calor, uma fermentação incontida e se acerca das pessoas a quem estima, fala-lhes e não percebe por que elas não o ouvem.
Semelhante ilusão se prolonga até ao completo desprendimento do perispírito.
Mas, se uma morte foi feita pelo fogo, o que poderá se verificar que uma casa com vazamento passa-se a ser uma morada de despojos de espíritos obsessores num ambiente frio para se refrescar...
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