quarta-feira, 20 de julho de 2016

"Os Infortúnios ocultos"

Aquelas dores que a gente não quer confessar nem pra nós mesmo são os nossos infortúnios ocultos!
As dores e problemas são resultados das nossas imperfeitas construções, que aparecem como oportunidade de aprendizado e fortalecimento das nossas fraquezas.
Todas as dificuldades e infinidades de tropeços e obstáculos são instrumentos para o aprimoramento necessário à evolução espiritual.
Enquanto persistirmos nas baixezas da alma, devemos caminhar carregando os frutos das obras denominadas dores e sofrimentos.
Se seus pedidos caiem em ouvidos surdos,se caiem nas grades das calamidades, a caridade deve se agitar, para generosos impulsos reparar. Mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam desapercebidos, de pessoas que jazem num miserável catre, sem se queixarem.
São esses os infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham pedir assistência.
Esse interminável círculo de realizações será rompido para melhores patamares pela aceitação e simultânea prática das luminosas palavras das verdades de Deus.
Tudo flui e reflui, sobe e desce, cresce e decresce, vai e vem de acordo com os infortúnios ocultos.
Nada tem de estranho que tudo oscile, que tudo esteja submetido ao vai e vem do pendulo, que tudo evolua e involua.
A maioria dos infortúnios que desabam sobre os homens, quando não enquadrados nas excruciantes expiações, podem ser minorados, quando não evitados, face à conduta mental e moral dos incursos nas leis de reajustamento espiritual.
A função do sofrimento é essencialmente educativa, propiciando o despertar do precito para a vivência ética dos códigos de elevação, de enobrecimento.
A desconsideração pelos valores positivos da vida desencadeia efeitos que comprimem o invigilante, levando-o à ação correta embora a penas de sacrifícios e lágrimas, única metodologia a que se submete sem perigo de complicar a próprio situação.
As desgraças, os infortúnios, que abalam o indivíduo como a comunidade, as convulsões sociais, as calamidades sísmicas, as guerras, as epidemias, são produzidas pelo desconcerto moral e emocional daqueles que lhes sofrem a injunção penosa, efeito, portanto, dos seus implementos de ódio, de volúpia degenerada, largamente cultivados e aplicados sob o comando da loucura que os governa.
Constituem, desse modo, recurso renovador, que purifica a psicosfera e a vida moral de quem e do lugar onde ocorrem.


É a fase de encerramento do ciclo dos despropósitos graves que desencadearam essas aflições.
O infortúnio real não é aquele que se apresenta em forma de dor, alcançando o trânsfuga do dever, mas, o é a ação primitiva que prejudica o próximo, causadora de males que a outros infelicitam, levando-os a paroxismos imprevisíveis, que lhes matam a esperança, golpeiam as aspirações e asselvajam os sentimentos.
Esta a chispa que ateia o incêndio devorador que irrompe num momento e alastra a destruição por largas faixas, consumindo vidas e realizações na sua voracidade insaciável.
Os problemas relacionados com Infortúnios ocultos que se empregam, amiúde, para expressar a força determinante e irrevogável os acontecimentos da vida, bem assim o arrastamento irresistível do homem para tais sucessos, independentemente de sua vontade.
Estaríamos nós, realmente, à mercê dessa força e desse arrastamento?
Raciocinemos: Se todas as coisas estivessem previamente determinadas e nada se pudesse fazer para impedi-las ou modificar-lhes o curso, a criatura humana se reduziria a simples máquina, destituída de liberdade e, pois, inteiramente irresponsável.
Subseqüentemente, os conceitos de Bem e Mal ficariam sem base, tornando nulo todo e qualquer princípio ditado pela Moral. Ora, é evidente que, quase sempre, nossas decepções, fracassos e tristezas decorrem, não de nossa “má estrela”, como acreditam os supersticiosos, mas pura e simplesmente de nossa maneira errônea de proceder, de nossa falta de aptidão para conseguir o que ambicionamos, ou por uma expectativa exageradamente otimista sobre o que este mundo nos possa oferecer. Importa reconhecermos, entretanto, que, embora grande parte daquilo que nos acontece sejam consequências naturais de atos consciente ou inconscientemente praticados por nós, ou por outrem, com ou sem a intenção de atingir-nos, vicissitudes, desgostos e aflições há que nos alcançam sem que possamos atribuir-lhes uma causa cognoscível, dentro dos quadros de nossa existência atual.
Sirvam-nos de exemplo certos acidentes pessoais, determinadas doenças e aleijões, desastres financeiros absolutamente imprevisíveis, que nenhuma providência nossa ou de quem quer que seja teria podido evitar, ou o caso de pessoas duramente feridas em suas afeições ou cujos reveses cruéis não dependeram de sua inteligência, nem de seus esforços.
As doutrinas que negam a pluralidade das existências, impossibilitadas de apresentar uma explicação satisfatória para essa importante questão, limitam-se a dizer que os desígnios de Deus são imperscrutáveis, ou a recomendar paciência e resignação aos desgraçados, como se isso fôsse suficiente para saciar a sede das mentes perquiridoras e tranquilizar os corações dilacerados pela dor.
Os acontecimentos que nos ferem e magoam, no corpo ou na alma, sem causa imediata nem remota nesta vida, longe de se constituírem azares da fatalidade ou caprichos de um destino cego, são efeitos da Lei de Retorno, pela qual cada um recebe de volta aquilo que tem dado.
Em anterior(es) existência(s), tivemos a, faculdade de escolher entre o amor e o ódio, entre a virtude e o vicio, entre a justiça e a iniquidade; agora, porém, temos que sofrer, inexorávelmente, o resultado de nossas decisões, porque “a semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”.
Para nos livrarmos dos Infortúnios ocultos,devemos cuidar do nosso presente,que nada mais é, portanto, que o resultado de nosso passado, assim como devemos cuidar do nosso futuro,que está sendo construído agora,pelos pensamentos, palavras e ações de cada momento.
Adaptação de http://www.paginaespirita.com.br/infortunios.htm
Do livro- Leis Morais-Fatalidade e destino-Rodolfo Calligaris

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