Por que arrebata a morte, em nossos lares, de forma sorrateira, os mais jovens antes dos mais velhos?
Por que leva a morte os que se encontram saudáveis e relega para muito mais tarde os que se encontram enfermos, desalentados, sem objetivos na vida?
Por que se observa partirem para a Espiritualidade tantas crianças, jovens cheios de vida, de sonhos e ideais, enquanto ficam ao nosso lado pessoas sem valor, improdutivas e más?
Costuma-se ouvir, amiúde, que Deus aprecia os bons e por isso mesmo os leva.
Tal fosse verdade e diríamos o que pretende a Divindade arrebanhando os bons, e permitindo que os maus prossigam em sua sanha destruidora e maldosa?
Não podemos supor que o Senhor dos Mundos se aplique, por mero capricho, a impor penas cruéis aos homens, qual a de retirar dos braços maternos a inocente criatura que era toda a sua alegria.
Nesse ponto, como em muitos outros, é preciso que nos elevemos acima do terra-a-terra da vida para compreendermos que o bem, muitas vezes, está onde julgamos ver o mal. O que catalogamos como cega fatalidade do destino nada mais é que a Sábia Providência agindo.
Os que partem prematuramente, no verdor dos anos, deixando lacunas impreenchíveis na vida dos pais, são Espíritos que já cumpriram o tempo para o qual renasceram.
Crianças que morrem em tenra idade, de um modo geral, são Espíritos que vieram para completar períodos anteriormente não cumpridos na íntegra, isto é, seres que em vida ou vidas anteriores aceleraram a sua morte, por desregramentos ou de forma voluntária e consciente.
Quando ocorre a morte acidental ou violenta de crianças, muitas vezes, são reações de um Espírito comprometido em existência anterior a problemas do suicídio associado ao homicídio, sendo esta dolorosa forma de desencarne a tradução inevitável no ciclo do resgate.
Também as há, crianças ternas e doces, verdadeiros anjos travestidos de carne que vêm para a Terra para dulcificarem outras vidas, para exemplificarem a serenidade, a paz, a calma. Espíritos que vêm, por vezes, para atender necessidades especiais de determinadas famílias ou criaturas.
Flores mal entreabertas, retornam para a Pátria Espiritual, deixando na retaguarda rastros de estrelas e poeira de saudades. Cumprida a missão, regressam ao antigo ninho, preparando-se para novas e produtivas etapas.
Não é vitima da fatalidade aquele que morre na flor dos anos. É que Deus julga das necessidades do Espírito e assim estabelece sempre o melhor a cada um.
Nenhum comentário:
Postar um comentário