Solidariedade e caridade são sinônimos ou a mesma coisa no seu sentido próprio de ser?
A solidariedade é marcada pelo sentimento de entreajuda, que leva as pessoas a se auxiliarem mutuamente, movidas pela vontade e prazer em assumir um compromisso de auxiliar as outras, sem pedirem nada em troca.
Essa é desenvolvida em uma relação onde um apoia o outro, com o objetivo de promover o melhoramento da qualidade de vida do indivíduo necessitado.
Entretanto, a caridade é o ato de mover-se por compaixão pelo pesar do próximo e ajudá-lo com bens para que ele sinta-se melhor.
A CARIDADE É EXEMPLO DE SOLIDARIEDADE HUMANA A caridade, quando exercida com elevação moral, nada tem de humilhante. Constitui um modo de ajudar, de socorrer, de amparar aqueles que se encontram no infortúnio. Nem sempre a caridade se exprime pelo óbolo. Nem sempre significa esmola, ainda que a aparência induza a semelhante suposição. Ainda que a Terra fosse um planeta sem problemas econômicos, isto é, na qual todas as criaturas humanas pudessem dispor de recursos pecuniários para não passarem qualquer privação, mesmo assim a caridade teria campo para se exercer.
A Radiestesia encontra mil maneiras de fazer a caridade. Podeis fazê-la por pensamentos, por palavras e por ações pendulares. Por pensamentos, orando pelos pobres abandonados, que morreram sem se acharem sequer em condições de ver a luz. Uma prece feita de coração os alivia. Por palavras, dando aos vossos companheiros de todos os dias alguns bons conselhos, dizendo aos que o desespero e as privações azedaram o ânimo e levaram a blasfemar do nome de Deus e por ações pendulares auxiliado pelo pendulo uma medicação ou por ações e reações à mobilidade social de tratamento,apontando soluções no desespero do seu dia-a-dia.
Podemos desdobrar os conceitos relativos à caridade, seus aspectos diversos e seu grande alcance como obra de fraternidade e solidariedade. Só as pessoas muito contaminadas pelo sentimento materialista, presas do egoísmo e da ambição perniciosa, é que desprezam a caridade, reputando-a ofensiva à dignidade do homem. Assim o seria se o esmoler não for animado de sentimento verdadeiramente cristão e se aquele que recebe o óbolo faz profissão de pedinte quando poderia perfeitamente lutar pela própria subsistência.
Há quem diga que fazer caridade é dar esmola. Não é propriamente isso. Fazer caridade é pôr em ação o sentimento fraterno que há de levar a Humanidade, um dia, a alcançar toda a significação da recomendação do Mestre: “Amai-vos uns aos outros.” Se o que dá esmolas o faz por exibicionismo ou por orgulho, a fim de patentear a sua superioridade econômica, deslustra a essência e o objetivo moral da caridade.
Admitir-se que pertençam a essa categoria todos os que exercem a caridade, é cometer grave injustiça. Pensar-se também que a esmola humilha a quem a recebe, é erro. Tudo depende do ânimo de quem a dá e de quem a recebe.
A caridade bem exercida nunca é humilhante. Verifica-se hoje, quando o materialismo e o egoísmo estendem mais os seus tentáculos, que o exercício da caridade vai sendo apontado como antigalha.
Os que a combatem, muitas vezes, mal escondem o desprazer que sentem de tirar do bolso uma moeda que não lhes faz falta à pecúnia acumulada, mas lhes deixa a impressão de um desfalque obsessivo. Quando cessarem os desequilíbrios sociais, que agravam os desequilíbrios econômicos, a esmola material poderá extinguir-se. Todavia, a esmola espiritual jamais desaparecerá da face da Terra, enquanto o nosso planeta não alcançar a redenção final. Dizer-se que o mundo de hoje não é mais o mundo da caridade implica desconhecer a situação geral em que se debate a Humanidade.
O ato de dar um auxílio seja ele material ou moral, físico ou espiritual, é um ato de solidariedade humana. Num mundo de provações, como o em que estamos vivendo, é mister compreender os imperativos da lei de causa e efeito, da lei do retorno, para se analisar melhor as razões do sofrimento e da miséria.
A Terra é um mundo em franco período de depuração. É preciso, porém, que todos aqueles que já puderam conhecer os problemas da vida humana e sua relação com a vida espiritual, através da Doutrina Espírita, colaborem sistematicamente para que essa obra se acelere.
A miséria é um reflexo da imperfeição humana. À medida que o homem for obtendo maior esclarecimento espiritual e procedendo de acordo com os preceitos cristãos propagados pelo Espiritismo, mais eficiente será o combate à miséria.
A religião que mais profundamente compreendeu o alcance social e moral da caridade foi o Espiritismo, ao interpretar em seu legítimo sentido a palavra do Cristo. Em vez de proclamar que “fora da Igreja não há salvação”, o Espiritismo adverte que “Fora da caridade não há salvação”, porque caridade é expressão de amor ao próximo, é definição do “Amai-vos uns aos outros”.
No ambiente de Radiestesia, a caridade tem força legítima, porque mesmo os que não compreendem se deva deixar uma criatura à mingua de auxílio, para que não se presuma cobri-la de humilhação por não der dinheiro para uma consulta,(a de quem cobra).
A Radiestesia esclarece quem está desorientado; acalmar quem se encontra aflito; guiar quem se encontra perdido; amparar quem esteja caindo; levantar quem esteja tombado; aconselhar quem esteja em rumo incerto ou errado; abrir os olhos de quem se mostra cego à realidade, tudo isso é amor, tudo isso é caridade. Compreender e interpretar a caridade como uma demonstração sincera de solidariedade humana, será, pois, agir em função do progresso espiritual.
A hora do pêndulo é essa,uma solidariedade e uma caridade à medida que não pode nunca deixar de balançar,nem de ser removido para uma região livre de ações gravitacionais de interesses próprios.
Quando há fraternidade, o amor é sereno; quando há solidariedade, o amor é ativo, e quando há caridade, o amor é vivo.
Adaptação de Boanerges da Rocha (Indalício Mendes) Reformador (FEB) Outubro 1958
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