.O Comodismo da lei das religiões sobre o dinheiro nos leva a inconstitucionalidade nossa de cada dia ...
Ficar rico pode ser um presente de Deus ou, quem sabe, o caminho mais curto para o inferno.
Quando o assunto é dinheiro, cada religião tem suas particularidades, que podem ir de dádiva a desgraça.
Mas todas elas concordam num ponto: ajudar o próximo é obrigação de quem enriquece.
As cinco maiores religiões do mundo por número de fiéis – cristianismo (catolicismo e protestantismo), islamismo, hinduísmo, budismo e judaísmo – interpretam as escrituras sagradas ou pregam na doutrina como o fiel deve se comportar quanto aos recursos materiais ou terrenos.
Acumular riquezas ou despojar-se de todas as posses são, muitas vezes, faces da mesma moeda perante Deus.
Isso porque esses dois elementos significam o grau máximo de aproximação com o Divino.
Estudiosos das religiões sintetizam a visão de cada uma delas.
O dízimo na antiguidade:
O dizimo era proibido de acordo com a lei de Moisés.
A palavra dizimo encontrado pela Primeira vez na Bíblia em (Gn 14) significa colheita, ou seifa é que foi uma atitude voluntária, quando depois de uma guerra, Abraão ofereceu a um sacerdote chamado Melquisedeque, Jacó, seu neto, também comprometeu-se voluntariamente a dar dízimos, esse dízimo nunca foi dinheiro e sim cereais, sendo este totalmente diferente do preceito religioso estabelecido.
Rico vai para o céu? As provas da riqueza é pior do que a prova da pobreza. Pode-se perfeitamente vencer a provação da riqueza.
É pecado cobrar juros?
Ambas são deveras fortes, como não é difícil inferir.
Na Terra, os pobres convivem com os ricos.
Um está próximo do outro.
Passando para a outra dimensão da vida, cada qual vai para aonde o peso específico do seu perispírito o enviar.
Lázaro foi admitido no seio de Abrão; o rico foi para o "Hades" (inferno).
Quer dizer, Lázaro recebeu a recompensa pelo seu sofrimento, por sua humildade, por viver uma existência sem nada gozar.
O rico, pelo contrário, já tinha recebido a sua recompensa na Terra, pois usufruíra os bens materiais.
Na pobreza exercitemos a paciência; na riqueza, a humildade.
Procedendo desta maneira, conquistaremos a verdadeira propriedade, aquela que nenhum ladrão nos roubará, porque representará um patrimônio inalienável de nossas conquistas interiores.
A lei das religiões sobre o dinheiro passar a criar BARREIRAS DA COMUNICAÇÃO MORAL ou tudo não se passa de uma grande confusão;
VEJAMOS esse PROBLEMA INSOLÚVEL:
CATOLICISMO
"Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens". (Lucas 12:15)
(Ganhar dinheiro tirando proveito dos demais é injusto aos olhos de Deus
Para a igreja católica, ter muito dinheiro é uma questão secundária.
“O importante é o que o fiel faz com seu dinheiro e como o adquiriu”) .
Ganhar dinheiro tirando proveito do sofrimento ou do sacrifício alheio, por exemplo, é injusto aos olhos de Deus, mesmo que a atividade seja legalmente justa para os homens. Ao longo da história, contudo, a igreja afrouxou sua interpretação sobre dívidas e empréstimos.
Na Idade Média, cobrar juros era considerado pecado de usura, uma vez que o dono do dinheiro se valia de uma fragilidade alheia para extrair lucro, segundo.
“Hoje, o empréstimo a juros não é mais pecado para a Igreja, ainda que o uso do dinheiro para prejudicar alguém em necessidade seja condenável”,
(Temos aqui uma mudança de moral se adequando atemporal).
Quem guarda dinheiro só para si, sem pensar no outro, não está condenado por Deus, mas também deixa de usufruir da Sua graça. Já gerar ou provocar a pobreza de uma pessoa é falta grave aos olhos do Divino.
Mercado bilionário da fé avança com novos produtos e serviços.
“O homem que empobreceu e sofre carências porque a sociedade não lhe deu o que era devido é vítima do pecado de todos os demais”.
Neste ponto, ainda que as escrituras desconhecessem o termo ‘capitalismo’, pode-se interpretar a visão como uma crítica ao sistema.
"O evangelho é muito duro com quem deixou de dar socorro ao pobre".
Outro ângulo da pobreza é quando o fiel se reconhece pobre e doa tudo o que tem como forma de doação a Deus.
“Esta pobreza corresponde ao maior ideal evangélico do catolicismo.
O máximo da comunhão com Deus acontece quando o fiel está disponível à pobreza total. Esse é o estágio final da caminhada de conversão, o abandono de bens materiais”,(aqui está mais próximo da vida espiritual).
Ninguém vai para o "inferno" porque não dá esmolas.
“Essa obrigatoriedade existia antigamente e era uma forma de a Igreja garantir a mínima distribuição em uma sociedade onde o pobre não tinha recursos.
Com o tempo, a Igreja percebeu que essa obrigação gerava formalismo e não atendia ao espírito da proposta de doação”.
Quanto ao dízimo, completo, é um exercício feito por puro desponte para ajudar a Igreja em sua sobrevivência material, e até por obrigação.
"O valor a ser pago não é mais 10% dos ganhos,mas podendo chegar a 30%.
Ele é definido pelo fiel conforme suas possibilidades".
PROTESTANTISMO
"Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a vocês". (Mateus 6:33)
Teologia da prosperidade é linha seguida por igrejas neopentecostais
Há duas grandes vertentes das igrejas protestantes quanto ao dinheiro.
A primeira o vê como um recurso necessário para a manutenção da comunidade e o pagamento das despesas terrenas.
Essa é a linha seguida pelas igrejas presbiteriana, batista, anglicana e até a católica.
Em algumas igrejas neopentecostais, prevalece a segunda interpretação, de que o dinheiro é um mediador espiritual do sacrifício religioso.
Não importa como ele é empregado, tampouco o que o pastor faz com ele. “[O dinheiro] é a maneira de o fiel mostrar sua lealdade e compromisso com Deus.
"Pagar o dízimo é uma obrigação religiosa”.
É o caso da Assembleia de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Internacional da Graça de Deus e Renascer em Cristo.
Por essa interpretação, o sacrifício é monetizado.
Estas igrejas neopentecostais não prestam contas do que arrecadam para o fiel.
“Antes, o mediador do sacrifício era um animal, um pombo, uma ovelha.
Hoje é o salário do fiel”.
Dentro desta linha, está a teologia da prosperidade, que surgiu nos Estados Unidos na década de 1930.
O pensamento prega que recursos materiais, como a casa própria e o automóvel, são conquistas terrenas que devem ser usufruídas em vida, e consequências da fidelidade com Deus.
“Se você foi fiel, dando dinheiro e tendo um comportamento respeitável, tem o direito de cobrar Dele as promessas de um retorno material”.
Assim como no catolicismo, as religiões protestantes não veem problema quanto ao enriquecimento do indivíduo, desde que ele seja fruto do trabalho honesto.
Não há uma determinação sobre a cobrança de juros, mas também condena-se a usura e a exploração do próximo ao conceder crédito.
ISLAMISMO
"E quem estende o prazo para o devedor que tem dificuldade em pagar um empréstimo receberá uma recompensa de caridade por cada dia que assim fizer”. (Ibn Majaah)
Religião incentiva o perdão da dívida.
O islamismo não vê problemas quanto à riqueza individual, desde que ela seja distribuída a partir de um certo grau.
A lei religiosa reconhece as posses particulares, mas estabelece um empoderamento social em torno de 2% a 3% sobre determinados bens.
“Neste sentido, entende-se como uma terceira via entre o capitalismo e o socialismo.
Por um lado, o Islã incentiva a autonomia e atividade econômica, por outro, preocupa-se com a igualdade social.
Mais: Onde eles erraram?
O perdão de um calote, por exemplo, é incentivado, segundo ditos do profeta Maomé no Alcorão, sagrada escritura do islamismo.
“E, se um devedor estiver em dificuldade, concedei-lhe espera, até que tenha facilidade. [2:280]”, diz a passagem.
Isso também é visto como uma dádiva de Deus. “Quem emprestar dinheiro a uma pessoa com dificuldade receberá uma recompensa de caridade para cada dia que der à pessoa.
E quem estende o prazo para o devedor que tem dificuldade em pagar um empréstimo receberá uma recompensa de caridade por cada dia que assim fizer (Ibn Majaah)",(Menos mal).
RELIGIÕES ORIENTAIS
“Os homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde; por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro". (Buda)
O fiel ao budismo tem obrigação de sustentar os mosteiros
Para o budismo, que segue os princípios monásticos (abdicar de objetivos comuns dos homens em prol da religião), o apego material é visto como perigoso e contraproducente ao nirvana [elevação espiritual]
“O monge não tem propriedades, tudo é social e pertence ao mosteiro”, observa.
Mas esse desapego não é aplicado para o leigo fiel, que tem a obrigação de ajudar na sobrevivência dos mosteiros.
“A tarefa religiosa do fiel é sustentar o monge com doações, roupas e a manutenção de suas instalações.
Quanto ao hinduísmo, o estágio de vida do fiel vai determinar suas atitudes e sua relação com o dinheiro.
A elevação espiritual é gradual e tem a ver com o abandono das posses pessoais.
Na primeira fase da vida, o hindu busca se espiritualizar e preparar-se para o casamento, a segunda fase, na qual ele é livre para usufruir de sucesso material e riqueza sem nenhum problema.
Mas no terceiro estágio da vida, o fiel deve conseguir se desvincular de seus bens e retornar para a vida espiritual que marcava o início de sua vida.
JUDAÍSMO
“A mesma lei que se aplica a um centavo aplica-se a cem." (Sanedrin; 8)
É proibido emprestar ou tomar emprestado de um judeu,(Ãn?!).
A religião judaica permite ao homem enriquecer, desde que se tenha a consciência da obrigatoriedade de doar 10% de suas posses para caridade (ou tzedak, que significa justica social)
“Outra exigência é que o judeu seja discreto, sem esbanjar sua fortuna ou viver na luxúria”. Encontrar-se na situação de pobreza, por sua vez, é passar por um teste divino, no entendimento da religião
Quanto aos juros, é proibido emprestar ou tomar emprestado de um judeu, segundo o sociólogo.
“A proibição contra os juros inclui dinheiro, artigos, e mesmo palavras.
Além disso, qualquer um envolvido na negociação peca, como as testemunhas e fiadores”
Mas há exceções.
Para conduzir um empréstimo para outro judeu, é possível utilizar um contrato chamado "haláchico" especial (que transforma o status do envolvido em sócio silencioso).
Para isso, deve-se consultar uma autoridade "haláchica" competente.
A Torá, escrita sagrada do judaísmo também se refere aos juros com "neshech", que significa mordida.
Está nas escrituras: "Não aja da maneira como a cobra, astutamente oferecendo empréstimo a alguém, e depois extorquindo dinheiro dele através de juros, e gradualmente tomando posse de suas casas, campos e vinhedos por não conseguir pagar os juros",(lembra muito a igreja católica que ficou rica na época da inquisição.)