sábado, 16 de fevereiro de 2019

"O 'eu' da Bruxaria"

 Aliás, todos nós estamos mais ou menos enfeitiçados ou “encantados” em nossa vida humana.
O fumante inveterado está enfeitiçado pelo entorpecente da nicotina, o beberrão pelo álcool, o carnívoro pela carne e o jogador pelo carteado.
Todos nós precisamos de um bom trabalho de “desmancho”, para então readquirirmos o nosso comando mental e libertarmo-nos do “objetos” que nos “embruxam” e nos obsidiam cotidianamente.
Há pessoas enfeitiçadas pelo orgulho, ciúme, pelo amor próprio ou pelo rancor; outras enfermam pela ação das forças ocultas da inveja.
Em verdade, o principal "eu" da bruxaria na verdade é um conjunto de pequenos elementos psíquicos que em seu conjunto podem atravancar o avanço do neófito.
É adverti-lo quanto à sua tremenda responsabilidade espiritual pelo derrame de sangue de animais e aves, através de matadouros, frigoríficos, charqueadas e açougues, cuja barbárie “civilizada” gera cruciante kárma humano e torna-se a principal fonte de infelicidade terrena. Enquanto o sangue do irmão menor verter tão cruelmente na face da Terra, os espíritos desencarnados também terão farto fornecimento de “tônus vital” para a prática nefanda do vampirismo, obsessão e feitiçaria.
O progresso da Ciência e da Técnica do mundo terreno, no século atual, já nos permite compreender e comprovar que a maioria das superstições, lendas, crendices, práticas de magia e de alquimia, incompreensíveis no passado, possuem algo de científico.
Em geral, as mentes comuns, quer pela sua ignorância ou pelo habitual descontrole mental e emotivo, são justamente as mais responsáveis pelo enfeitiçamento verbal, mental e físico, que ainda se manifesta na face da Terra.
O desconhecimento ou a descrença do feitiço não vos livra dos seus resultados ignóbeis e funestos, ainda praticadas por quase toda a humanidade!
Jamais poderemos solucionar os problemas espinhosos ou desagradáveis da vida humana, copiando a lenda da avestruz, que, diante do perigo, enfia a cabeça na areia!
A bruxaria é assunto a ser examinado e pesquisado com toda isenção de ânimo, sem qualquer preconceito religioso, científico ou moral, decorrentes de convenções e sentimentalismos humanos.
É melhor que isso seja comprovado ou desmentido, sem quaisquer temores, do que lhe ignorarem a realidade por falsa suscetibilidade, embora se trate de assunto desagradável e controvertido.
Porventura, o sigilo feito até hoje sobre o feitiço contribuiu de algum modo para eliminar ou reduzir os males advindos de sua prática malévola?
Qual foi o proveito da ciência terrena ignorando propositadamente a bruxaria, por considerá-la lenda ou superstição, quando tal coisa vem sendo praticada há milênios e demonstrando resultados maléficos?
 Que o digam as criaturas que já foram enfeitiçadas, ou talvez, os próprios céticos de hoje venham a confirmar, no futuro, os seus efeitos daninhos, na própria pele.
O feitiço é o processo de convocar forças do mundo oculto para catalisar objetos que depois irradiam energias maléficas em direção às pessoas visadas pelos feiticeiros.
O fenômeno é perfeitamente lógico e positivo, porque toda a ação enfeitiçante é ativada no campo das energias livres, em correspondência com as energias integradas nas coisas, objetos e seres.
O princípio de dualidade é um fundamento comum da própria vida; há o positivo e o negativo, o branco e o preto, a luz e a sombra, o macro e o micro, o masculino e o feminino, a saúde e a doença.
Conseqüentemente, há o elemento fluídico bom e terapêutico, que preserva a saúde, assim como enfeitiçamento que produz a enfermidade.
O feitiço, paradoxalmente, beneficia no seu mecanismo confragedor, porque estimula a vítima a procurar soluções para o seu problema cruciante, e a coloca em contato com as criaturas entendidas no caso, como são os curandeiros, pretos-velhos e caboclos de terreiros. Inúmeros enfeitiçados, depois de comprovarem a intervenção benfeitora do mundo oculto na sua existência atribulada, então moderaram os vícios e as paixões que os prejudicavam na vivência espiritual.
Eles admitiram a Lei do kárma e a lógica da Reencarnação, por força do impacto enfeitiçante, e disciplinaram os seus atos futuros melhorando o seu crédito na Contabilidade Divina.
Considerando-se que “o feitiço volta-se contra o feiticeiro”, a humanidade terrena não “enfeitiça”, mas “enfeitiça-se”! Por isso, a maior parte da humanidade está reciprocamente embruxada, devido à renovação incessante do alimento mórbido que se gera nas paixões descontroladas e nos vícios abjetos.
Evidentemente, a bruxaria há de desaparecer da face da Terra por falta de alimentação mórbida, assim que a humanidade libertar-se da espantosa corte de corrupções, vilanias, pilhagens, guerras, racismos, carnivorismos e prostituição!
Caso isso não aconteça, em vez desaparecer da crosta terrena, o feitiço ainda há de socorrer-se da própria ciência, numa aplicação mais higiênica e eficaz!
O principal escopo é demonstrar-vos que a bruxaria abominável, malgrado ser fruto de perversidade humana mobilizando forças negativas, termina por favorecer a própria vítima, em face dos resultados proveitosos que sempre resultam num sofrimento humano de condição retificadora.
O benefício e a ventura podem disfarçar-se sob a vestimenta transitória do próprio mal, porque a Lei Divina aproveita os censuráveis equívocos humanos no sentido de beneficiar o homem.
Os espíritos gastam milhões e milhões de anos na esteira da “dor-purificação”, mas, assim que atingem a angelitude, serão felizes por toda a Eternidade!
De acordo com a Lei, a “cada um segundo as suas obras”, ou, “quem com ferro fere, com ferro será ferido”, não há dúvida de que o feiticeiro há de sofrer os efeitos kármicos do seu malefício.
Não importa se a vítima da bruxaria seja beneficiada pelas amarguras, vicissitudes e dores que lhe acometem a existência carnal por força de uma vingança, mas o feiticeiro terá de receber os impactos reversivos de sua ação destrutiva e dificilmente escapará aos padecimentos atrozes nos charcos repulsivos nutridos pelos mesmos fluidos impuros e mortificantes que mobilizar em desfavor de outrem.
Dentro de nós temos uma classe de 'eus' psicológicos que merece ser bem estudada; estes 'eus' são os “eus da bruxaria”.

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