Um velho sábio pediu certa vez aos seus discípulos que levassem batatas e um saco plástico à aula e escrever nas batatas o nome de cada pessoa de quem sentiam mágoas ou tivessem ressentimentos. Uma batata para cada nome.
Pediu, também, para colocar as batatas dentro do saco plástico e guardá-las na mochila, junto com seus livros e cadernos.
A tarefa consistia em levar as batatas a todos os lugares onde fossem, por tempo indeterminado, até que o velho sábio os autorizasse a se livrar delas.
Naturalmente, elas foram-se deteriorando. Além do peso, logo, também o mau cheiro começou a incomodar os discípulos até o ponto em que não aguentarem mais:
- Mestre por favor, não dá mais. Podemos jogar esse lixo fora?
- Sim, podem jogar as batatas fora, mas, se junto com elas vocês também não jogarem fora toda a mágoa e ressentimentos que elas representam, o peso e o mau cheiro não sairá de seus corações.
Uma intoxicação alimentar pode acontecer quando comemos algo estragado e o organismo tem a sua maneira de expelir,seja por uma via ou por outra afim de eliminar algo que lhe fez mal. Mas quando um estado emocional negativo nos faz mal, como ele é expelido pelo corpo físico?
A doença, quando se manifesta no corpo físico, já está em sua fase conclusiva, em seu ciclo derradeiro. Ela teve início há muito tempo, provavelmente, naqueles períodos em que nos não tivemos uma coerência emocional e descontrolamos contagiados que fomos por diversos vírus potentes e conhecidos como raiva, medo, tristeza, inveja, mágoa, ódio e culpa.
Como a doença vem de dentro para fora, isto é, do espírito para a matéria, o encontro da cura também dependerá da renovação interior do enfermo.
Não basta uma simples pintura quando a parede apresenta trincas. Renovar-se é o processo de consertar nossas rachaduras internas, é escolher novas respostas para velhas questões até hoje não resolvidas.
O momento da doença é o momento do enfrentamento de nós próprios, é o momento de tirarmos o lixo que jogamos debaixo do tapete, é o ensejo de encararmos nossas paredes rachadas.
A recuperação deste tipo de enfermidade só poderá ser conseguida mediante a eliminação da carga tóxica que está impregnada em nosso perispírito que por sua vez derrama no corpo físico através de doença,o corpo passa a ser como um mata-borrão, que absorve e exterioriza as chagas que trazemos negativamente na alma.
A mente elabora os conflitos, os ressentimentos, os ódios que desatrelam as células dos seus automatismos, degenerando-as e possibilitando a origem de tumores de vários tipos, especialmente cancerígenos, em razão da carga mortífera de energia que as agride.
A sede de vingança volta-se contra o organismo físico e mental daquele que a acalenta, facilitando a instalação de úlceras cruéis e distonias emocionais perniciosas que empurram o ser para estados desoladores.
As angústias cultivadas podem ocasionar as crises nervosas, as enxaquecas, entre outros males.
A inveja, a cólera, a competição malsã provocam indigestões, hepatites, diabetes, artrite, hipertensão, entre outros distúrbios.
O desamor pessoal, o complexo de inferioridade, as mágoas, a autopiedade, favorecem os cânceres de mama, na mulher, e de próstata, no homem, além das disfunções cardíacas, dos infartos brutais e outras doenças.
A impetuosidade, a violência, as queixas sistemáticas,os desejos insaciáveis dão ocasião aos derrames cerebrais, aos estados neuróticos, psicoses de perseguição, etc.
Como podemos perceber, a ação do pensamento sobre o corpo é poderosa.
O pensamento salutar e edificante flui pela corrente sanguínea como tônus revigorante das células, passando por todas elas e mantendo-as em harmonia.
O contrário ocorre com o pensamento desequilibrado.
O homem é o que acalenta em seu íntimo. O que surge no corpo é a exteriorização dos males que cultiva na alma.
O que quer dizer que a saúde está condicionada ao modo de vida de cada criatura.
E que não há doenças, mas doentes, que, em maior ou menor intensidade, somos todos nós.
Ser coerente emocionalmente,é ser conciliador e preservador quanto a ternura em nossos próprios atos.
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