sexta-feira, 21 de julho de 2017

"Resenha histórica dos eventos que se relacionam com a Radiestesia"


                                                                                 
Lendas populares sobre poderes extraordinários de pendulos são abundantes, e os contos de fadas, sobre varinhas mágicas com poderes de transformar abóboras em carruagens, podem trazer elementos inconscientes de manejos radiestésicos ou rabdomânticos, desde que sejam analisados sobre um outro nível de leitura.

Começo relatando fatos curiosos sobre a Radiestesia,mas antes explico que em tempos remotos vara simbolizava força e poder nas diferentes formas em que se apresentava. O caduceu, vara entrelaçada por duas serpentes superpostas, por suposta intervenção de Mercúrio, é considerado o símbolo de equilíbrio moral entre os Romanos, e expressava também o poder da sabedoria.
Pendulo, um poder ou um saber?
A previsão de fatos futuros é um tema que permeia a humanidade ao longo dos tempos. Sobre este aspecto,temos a sedutora Cleópatra que mantinha, pelo menos, dois adivinhos ao seu lado para que encontrassem nada menos que ouro . Ou, ainda, que na visita da rainha de Sabat ao rei Salomão ela levou em sua comitiva adivinhos achadores de água e ouro.
Diz-se que na Dinamarca os tesouros perdidos podem ser encontrados com uma "vara mágica" chamada finkelrut, cortada na noite de São João junto com uma invocação à Santíssima Trindade.
A Bíblia Sagrada também reúne numerosas alusões sobre o uso da vara conhecida na antiguidade por Vara de Jacó. Um deles, e o mais significativo, é o que capeia este capítulo que faz referência a Moisés.
Por outro lado, questionava-se o poder da vara como não sendo oriundo dos céus, como é o caso do profeta Oséias (século IX a.C.) manifestando sua indignação no texto que versa sobre o juízo do Senhor ao povo Judeu.

A história documentada da Radiestesia conta, no entanto, com registros bastante precisos que foram achadas gravuras que datam de 2.200 a. C., uma delas, encontra-se na China, é uma xilografia, onde o imperador Kuang Yü aparece segurando um objeto parecido com um diapasão.
No Egito, onde o grau de civilização era bastante elevado, a Radiestesia era utilizada com maestria, sendo que estas práticas eram destinadas a realeza, nobreza e aos sacerdotes. Foi nesse período que se encontram os primeiros registros de fabricação de equipamentos de emissão de radiação, ou emissores de ondas de forma, bem como de instrumentos que neutralizavam essas emissões. Foi no Egito também que os princípios da Radiestesia começaram a ser utilizados como forma de diagnóstico, logicamente tendo uma conotação divinatória.
É bem possível que a Radiestesia seja mais antiga que isso. Na parede de algumas grutas pré-históricas, foram encontradas caricaturas humanas gravadas em pedra representando bruxos.
Bruxaria? Alguns homens ao redor de uma fogueira agachados, um ritual de circuncisão rodeados por seus companheiros faziam - supõe-se - prospecção de água com uma vara.
Algumas tribos peruanas (Andes de Tiahuanaco) que, através de conhecimentos empíricos (empíricos?), utilizavam conchas como emissores de energia, dentre outras práticas que suscitam a possibilidade desses povos serem versados nas técnicas radiestésicas e radiônicas. Bruxaria?
Contudo, a Radiestesia esteve vinculada ao florescimento das ciências em algumas civilizações desaparecidas ou, pelo menos, é possível que, no período máximo de desenvolvimento das civilizações antigas, esta prática tenha sido um poderoso meio de investigação ligado ao estudo das ciências mentais, muito avançadas em certos países do oriente. Bruxaria?
Na Europa que enriquecia com a mineração e foi o uso da forquilha que implementou a prospecção de jazidas de minério; nesse período já se retoma o estudo analítico das prática radiestésicas, inclusive com algumas publicações, uma delas a do monge beneditino Basílio Valentin que descreve os sete tipos de forquilha ou varinha para prospecção de minérios.
Especificamente na Inglaterra, Elizabeth I, que reinou de 1558 a 1603, contratou especialistas alemães para dar impulso à indústria mineira naquele país, mais particularmente na Cornualha e sabe-se que nessa comitiva de técnicos, alguns eram versados nas práticas radiestésicas.
Só na França, mais de 150 minas foram descobertas com a ajuda de seus insólitos instrumentos de análise e prospecção, o pendulo.
A Radiestesia é polemica até hoje.
Mesmo tomando todas as precauções, o casal Baeusoleil sofreu freqüentes interferências decorrentes do zelo fanático de alguns funcionários reais. Até que um dia receberam a visita de um magistrado da justiça militar provincial que alegava não ser possível descobrir nada sob a superfície da terra sem a ajuda do demônio e desta feita o casal Baeusoleil foi preso e acusado de praticar bruxaria e seus instrumentos e bem pessoais foram confiscados.
No século XVII, têm início as pesquisas e as controvérsias sobre a natureza dos fenômenos da Radiestesia.
Em 1657 o padre Gaspard Schott, que antes condenava o emprego da varinha, revisou sua posição e publicou um livro reconhecendo as virtudes desse instrumento “nas mãos de homens piedosos e honestos”.
A partir do livro do Padre Gaspard a Radiestesia passou a ser debatida calorosamente pelos homens da Igreja, ganhando partidários e admiradores.
Le Royer afirma que em uma de suas experiências realizadas em Rennes, levou um grupo de sábios a reconhece a Radiestesia como um fato incontestável e dentre eles estavam três jesuítas. Esse novo interesse pela Radiestesia, por parte do clero, serviu para abrandar os ânimos dos inquisitores que a identificava como prática demoníaca.
Jacques Aymar, que tinha a fama de ser um dos melhores Radiestesistas,ciente de sua reputação, os poderes constituídos (a polícia da época) recorreram aos seus serviços para descobrir assassinos e ladrões.
Início do século XX, o novo renascimento, brilhantes talentos despontam no panorama científico dando à Radiestesia uma nova dimensão. Não só à pesquisa de subsolo, mas em outros setores da atividade humana.
Tentativas de explicações dos fenômenos surgiram uma após outra e os Radiestesistas reuniam-se em congressos regionais, nacionais e internacionais, para discutir e confrontar suas observações e debater as suas teorias e resultados.
E não podendo de deixar de mencionar o Príncipe dos Radiestesistas. Seu nome: abade Alexis Mermet, um homem extremamente dedicado aos estudos e que desenvolveu (ou redescobriu) a tele-radiestesia, ou seja, a radiestesia à distância. Foi ele também que durante 40 anos aproximadamente, até 1937, deixou as bases de uma disciplina coerente, racional e desprovida de mistérios.
Esses são alguns dos relatos que, de certa forma, correspondem ao primeiro reconhecimento oficial da Radiestesia.
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