terça-feira, 10 de dezembro de 2019

"Ouvindo vozes que vem de túmulos"

                                                                                   
Os cemitérios são, nada mais/nada menos que o lugar onde se guardam as vestimentas carnais, porém isso não quer dizer que não devemos ter o devido respeito pelo o lugar e pelos túmulos que foram, ao longo do tempo, preenchendo o local.
Somos aconselhados a não frequentar e evitarmos a entrada no local. 
Foi-nos ensinado que lá, além dos restos mortais, obviamente estão os espíritos dos nossos irmãos desencarnados ainda em estado de perturbação (pois alguns deles sentem a ligação ainda muito forte pelos trajes carnais), revolta (pois alguns não aceitam o fato de está "morto", desencarnado), e ainda por cima teriam os zombeteiros. 
Portanto, os cemitérios seriam lugares muito movimentados no plano astral.
Mas daí se pergunta:
– Mas qualquer lugar é passível de ser um local agitado no plano astral, pois estas mesmas classes de espíritos estariam por toda parte, ou estou errado?
Estou certíssimo! Porém os cemitérios detém aquela atmosfera mais densa, que junta tristeza, melancolia e outros sentimentos deletérios que prefiro nem citar.
De fato, onde eu quero chegar é…
Existem aquelas pessoas que entram e saem dos cemitérios sem sentir nada. 
Outros, sentem um desconforto considerável. 
Tal desconforto pode estar relacionado com a mediunidade ainda em desenvolvimento, que por sua vez torna uma pessoa desse tipo um alvo fácil de vampirizar. 
É justamente por isso, que no estudo de Radiestesia há elucidações de como se deve comportar,como se proteger e a saber como "passear" por entre túmulos.
Para aqueles que ainda falta um controle,seja psicológico ou mediúnico,devem antes saber como lidar,transmutar e decifrar cada vibrações.
– Imagine um Radiestesista em desenvolvimento adentrando nesse lugar e, ainda por cima, invigilante com sua vibração. 
É tenso! É brabo! É ruim!
Para outras pessoas, (que não são Radiestesistas em potencial ostensivas em desenvolvimento), o que acaba pesando mesmo é o fator psicológico / sentimental \emocional. 
Sendo o cemitério, na cultura mundial, considerado um lugar de dor e sofrimento, as pessoas desse tipo acabam sofrendo um bocado ao adentrarem.
Por fim, respondendo a pergunta no geral: “Vozes que vem de túmulo" vem por que? 
A minha conclusão é: “vem porque cometeu suicídio,morreu antes da hora,o apego ao corpo físico,falta de esclarecimento durante a vida corpórea"
Relato de um suicida
A minha morte foi como um pesadelo; senti um profundo torpor e perdi os sentidos. 
Depois de algum tempo recobrei a consciência; parecia estar bem, até que percebi que algumas pessoas estavam colocando-me dentro de um caixão.
Tentei reagir, mas não consegui mexer-me; gritei dizendo estar vivo, mas ninguém me ouviu.
Quando fecharam o caixão, dei murros na tampa tentando abrí-la, mas meu esforço era em vão; perdi os sentidos.
Não sei quanto tempo fiquei desacordado; quando dei por mim novamente, senti que me colocaram em um veículo e viajamos por algum tempo. 
Os solavancos do carro enjoaram-me; comecei a passar mal; não tinha espaço para vomitar e nem para me mexer; sentia-me sufocado.
Quando o carro parou escutei gritarem o meu nome seguido de muito pranto. 
Pelo movimento, percebi que alí deveria ser o local do velório. 
Tiraram o caixão do carro e, quando eu menos esperava, abriram a tampa.
Senti um grande alívio! Tentei levantar-me, mas não consegui. 
Muita gente debruçou sobre mim para chorar.
O que eu poderia fazer? 
Já havia tentado de tudo para sair dalí. 
A única explicação que eu encontrava para aquele fato é que eu estava realmente morto e o meu espírito preso ao corpo que já começava a cheirar mal.
Diante da minha impotência, tive que aceitar aquela situação. 
Observei cada pessoa que passava por mim. 
Olheavam-me piedosamente e lamentavam a minha morte. 
Quase todos que passaram por aquele desfile de lágrimas e de hipocrisia diziam a mesma coisa: 
Que pena, tão jovem! Outros cochichavam: 
Foram as drogas que o destruíram!
Depois de algum tempo, fecharam o caixão e puseram-me novamente em um carro; fiquei tonto. comecei a passar mal;por alguns momentos tive a esperança de que tudo aquilo poderia ser um sonho e que, naquele momento, eu iria morrer de verdade.
Mas acabei apenas desmaiando. 
Quando voltei a mim, não sei quanto tempo depois, escutei algumas pessoas conversando. Pelo que elas falavam, deduzi que estavam levando-me para o cemitério; quase me desesperei.
Senti um medo terrível, principalmente quando percebi que estavam sepultando-me. 
Não cheguei a entrar em pânico, mas rezei todas as orações que eu havia aprendido e isso de certa forma me acalmou.
Lembrei-me da minha vida desde quando era criança. 
Revi todo o meu passado, era como se eu estivesse assistindo a projeção de um filme na minha mente. 
A partir daí, naquela solidão profunda, comecei a julgar minhas atitudes.
Fui um combatente! 
Lutei contra um sistema que eu não aceitava e que me causava revolta. 
Entretanto, acabei vítima de mim mesmo e não do sistema que eu condenava.
Sem perceber, havia optado pela fuga, a mesma fuga que me havia fascinado em outros momentos de minha vida.
O sofrimento por que eu estava passando era característico dos suicidas. 
Era assim que eu me sentia, um suicida. 
Levado pela revolta, percorri o caminho das drogas até encontrar a morte. 
Embora o mundo me aborrecesse, eu deveria ter continuado no bom combate.
Na verdade, fui um equivocado, apontei tudo o que eu achava que estava errado, mas não soube indicar o certo. 
Minhas intenções eram boas, mas minhas atitudes eram contraditórias. 
Em vez de atacar e ferir o sistema, eu deveria ter contribuído para transformá-lo.
Não corri atrás do ouro dos tolos, mas, na cama do meu apartamento, fiquei deitado com a boca aberta, esperando a morte chegar. 
Ela chegou antecipada! 
Veio convidada pela minha insensatez.
Em vez de repousar em seus braços, ela agora fazia arder minha consciência. 
No auge da minha angústia, eu questionava: 
Quanto tempo eu terei que ficar nesta situação? 
Ficarei aqui até o dito trem passar? 
Será que vou? 
Ou será que fico? 
Eu consolava a mim mesmo: Não importa! 
Se vou, livro-me deste mundo equivocado. 
Se fico, tento outra vez.
Diante das dúvidas que povoavam a minha mente, eu a firmava: 
Tenho certeza de que a vida é eterna! 
Este é apenas um momento como outro qualquer. 
Vai passar, como tudo passou.
Essas auto-afirmações reconfortavam-me. 
Constantemente eu buscava encontrar as vantagens que aquela situação me proporcionava. 
Então eu dizia: 
Pelo menos aqui não ouço os noticiários infames! 
Não posso beber e nem me drogar...

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