sexta-feira, 29 de agosto de 2014

"Desigualdade na Lei de igualdade‏"


Todos os homens são iguais diante de Deus todos tendem ao mesmo objetivo e Deus fez suas leis para todos. 
Muitas vezes, dizeis: “O Sol nasce para todos”e dizeis aí uma verdade maior e mais geral do que pensais.
☼ Todos os homens são submissos às mesmas leis da natureza; todos nascem com a mesma fraqueza, sujeitos às mesmas dores, e o corpo do rico se destrói como o do pobre. 
Portanto, Deus não deu a nenhum homem superioridade natural nem pelo nascimento, nem pela morte: todos são iguais diante de Deus.
Deus deu as mesmas aptidões a todos os homens, criou todos os Espíritos iguais; mas, como cada um viveu mais ou menos, conseqüentemente, adquiriu maior ou menor experiência; a diferença está na experiência e na vontade, que é o livre-arbítrio. 
Daí uns se aperfeiçoarem mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. 
A variedade dessas aptidões é necessária, para que cada um possa concorrer com os desígnios da Providência no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. 
O que um não pode ou não sabe fazer o outro faz; é assim que cada um tem o seu papel útil. 
Depois, todos os mundos sendo solidários uns com os outros, é natural que habitantes de mundos superiores, na sua maioria criados antes do vosso, venham aqui habitar para dar o exemplo.
 Ao passar de um mundo superior a outro inferior, o Espírito conserva a integridade das faculdades adquiridas,pois Espírito que progrediu não regride; pode escolher, no estado de Espírito, um corpo mais grosseiro ou uma posição mais precária do que a anterior, mas tudo isso deve sempre lhe servir de ensinamento e ajudá-lo a progredir. 
Assim, a diversidade das aptidões entre os homens não tem relação com a natureza íntima de sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento que tenha alcançado como Espírito, durante as várias encarnações. 
Deus, portanto, não criou a desigualdade das faculdades ou aptidões, mas permitiu que Espíritos de diferentes graus de desenvolvimento mantivessem permanente contato, a fim de que os mais avançados pudessem ajudar o progresso dos mais atrasados e também para que os homens, tendo necessidade uns dos outros, praticassem a lei de caridade que deve uni-los.
A desigualdade das condições sociais é  obra do homem e não de Deus e a essa desigualdade desaparecerá um dia.
Apenas as Leis de Deus são eternas, desaparecerá juntamente com o predomínio do orgulho e do egoísmo, apenas restará a diferença do merecimento. 
Chegará o dia em que os membros da grande família dos filhos de Deus não se olharão como de sangue mais ou menos puro, porque apenas o Espírito é mais ou menos puro, e isso não depende da posição social.
Os que abusam da superioridade de sua posição social para oprimir o fraco em seu proveito se lamentarão: infelizes deles! 
Serão por sua vez oprimidos: renascerão numa existência em que suportarão tudo o que fizeram os outros suportar. 
 A desigualdade das riquezas não tem origem na desigualdade 
das aptidões, que dá a uns maiores meios de aquisição do que a 
outros é da astúcia e do roubo porém, além da origem, que pode não ser boa, acreditais que a cobiça da riqueza, mesmo da bem adquirida, os desejos secretos que se concebem para possuí-la o mais rapidamente possível e isso que Deus julga e é assegurado que esse julgamento é mais severo. 
A igualdade absoluta das riquezas não é possível,porque diversidade das faculdades e do caráter entre os homens se opõe a essa igualdade.
Na verdade,passa a ser uma questão socialista,onde uma única pessoa trabalharia e os demais nada fariam.
Temos também a prova da riqueza e a prova da pobreza que devemos passar;sendo a prova da riqueza mais difícil do que a prova da pobreza,porque os problemas do pobre resolve com dinheiro,embora a miséria provoca a lamentação contra a Providência;já a do rico é problema moral que o dinheiro não resolve e o pior, a riqueza estimula todos os excessos.
Devemos combater o egoísmo, que é a nossa praga social, e não procureis fantasias.
Sendo a desigualdade neste caso um bem-estar relativo e cada um poderia dele desfrutar, se o entendesse bem, já que o verdadeiro bem-estar é empregar o tempo ao seu gosto e não em trabalhos para os quais não se sente nenhum prazer; e como cada um tem aptidões diferentes, não haveria nenhum trabalho útil por fazer. 
O equilíbrio existe em tudo, é o homem que quer alterá-lo.
Os homens poderão se entender e entenderão quando praticarem a lei da justiça.
Há pessoas que passam privação e miséria por sua culpa; a sociedade pode ser responsável por isso e ela é muitas vezes a principal causa dessas situações; aliás, não é de sua responsabilidade cuidar da educação moral dos seus membros? 
É, muitas vezes, a má-educação que os levou a falsear o julgamento em vez de sufocar neles as tendências nocivas. 
Dando Deus a uns riquezas e poder e a outros a miséria, é para experimentar cada um de maneiras diferentes.
Aliás,essas provas foram os próprios Espíritos que escolheram e, muitas vezes, nelas fracassam.
O certo seria o rico  fazer o bem o que nem sempre faz; torna-se egoísta, orgulhoso e insaciável. 
Suas necessidades aumentam com a riqueza e ele acredita nunca ter o suficiente.
Neste mundo tanto as posições de destaque quanto a autoridade sobre seus semelhantes são provas tão arriscadas e difíceis para o Espírito quanto a miséria. 
Quanto mais se é rico e poderoso, mais se tem obrigações a cumprir e maiores são as possibilidades de fazer o bem e o mal. 
Deus experimenta o pobre pela resignação e o rico pelo uso que faz de seus bens e de seu poder.
A riqueza e o poder despertam todas as paixões que nos ligam à matéria e nos afastam da perfeição espiritual; é por isso que Jesus ensinou: “Em verdade vos digo que é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”. 
Último ato de orgulho vem o desejo do homem de perpetuar sua memória com monumentos fúnebres
A suntuosidade dos monumentos fúnebres, muitas vezes, não é feita pelos parentes que desejam honrar a memória do falecido se não pelo próprio falecido.
Tendo ainda o orgulho dos parentes que desejam glorificar a si mesmos. Nem sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações: é por amor-próprio, pelo mundo e para ostentar riqueza. 
Acredita-se que a lembrança de um ser querido seja menos durável no coração do pobre, porque só pode colocar uma flor no túmulo do seu parente. 
Acreditam que o mármore salva do esquecimento aquele que foi inútil na Terra.
Não devemos reprovar de modo absoluto a pompa dos funerais só quando honram a memória de um homem de bem, é justa e um bom exemplo.
☼ O túmulo é o local de encontro de todos os homens; ali terminam definitivamente todas as distinções humanas. 
É em vão que o rico tenta perpetuar sua memória nos monumentos grandiosos; o tempo os destruirá, como o corpo.
Assim quer a natureza. A lembrança de suas boas e más ações será menos duradoura do que seu túmulo; a pompa dos funerais não o limpará de suas torpezas e não o fará subir um só degrau na hierarquia espiritual
O homem e a mulher são iguais diante de Deus e têm os mesmos direitos,pois Deus deu a ambos a compreensão do bem e do mal e a capacidade de progredir.
A desigualdade na Lei de igualdade descreve também a respeito da ‏inferioridade moral da mulher,como por exemplo em alguns países veio do domínio injusto e cruel que o homem impôs sobre ela. 
É um resultado das instituições sociais e do abuso da força sobre a fraqueza. 
Para os homens pouco avançados, do ponto de vista moral, a força faz o direito.
O  objetivo para que a mulher sege mais fraca fisicamente do que o homem é para assinalar suas funções diferenciadas e particulares. 
Ao homem cabem os trabalhos rudes, por ser mais forte; à mulher, os trabalhos mais leves, e ambos devem se ajudar mutuamente nas provas da vida;isto passa a ser a igualdade na desigualdade.
Porém, a fraqueza física da mulher não a coloca naturalmente sob a dependência do homem, Deus deu a uns a força para proteger o fraco, e não para que lhes imponham seu domínio.
☼ Deus apropriou a organização de cada ser às funções que deve realizar. 
Se deu à mulher menos força física, dotou-a, ao mesmo tempo, de uma maior sensibilidade em relação à delicadeza das funções maternais e a fraqueza dos seres confiados aos seus cuidados.
As funções às quais a mulher é destinada pela natureza têm importância tão grande quanto as do homem e até maiores; é ela quem dá ao homem as primeiras noções da vida.
Ambos, sendo iguais diante da lei de Deus, devem ser também diante da lei dos homens,sendo o primeiro princípio de justiça: não façais aos outros o que não quereis que vos façam.
Assim, uma legislação, para ser perfeitamente justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher.
É preciso que cada um esteja no seu devido lugar; que o homem se ocupe do exterior e a mulher do interior, cada um de acordo com sua aptidão. 
A lei humana, para ser justa, deve consagrar a igualdade dos direitos entre o homem e a mulher; todo privilégio concedido a um ou a outro é contrário à justiça. 
A emancipação da mulher segue o progresso da civilização, sua subjugação marcha com a barbárie. 
Os sexos, aliás, existem apenas no corpo físico; uma vez que os Espíritos podem encarnar em um ou outro, não há diferença entre eles nesse aspecto e, conseqüentemente, devem desfrutar dos mesmos direitos.