segunda-feira, 25 de agosto de 2014

"A ÓRFÃ"


Uma menina que já era órfã de pai, acabara de perder a mãe.
A menina estava inconsolável, não parava de chorar e em seus prantos se desesperava em dizer:"-O que será de mim agora? Não tenho pai e agora Deus leva a minha mãezinha. O que eu vou fazer da minha vida? Quem vai cuidar de mim? Deus não é justo, pois tanta gente ruim para morrer, teve de levar justamente a minha santa mãezinha!"
Era uma atmosfera triste, era um vazio total, uma sensação de desconsolo.
O desespero da menina era tanto que ela tentara por diversas vezes “ressuscitar” a mãe.
Como ela tentou!!! Mas a mãe estava morta, foi enterrada morta e continuava morta.
A menina estava fazendo exatamente como Jesus fez com Lazaro” Sai do teu sepulcro e anda mãe!”
Um ancião que passava e observava tudo atentamente sentiu naquele momento o desconsolo, a tristeza, o desespero, a inconformação e ao mesmo tempo a fé da menina.


O ancião se aproximou da menina e disse:
"-Sua mãe estava muito doente, ela fez tudo por você, ela te amava tanto! Ela estava bem velhinha pois viveu até o limite da sua vida. Foi amada por ti desde que nasceu até o fim. Por isso, sua alma foi enriquecida pela experiência daquela que foi sua mãe, enquanto tantas outras mães são maltratadas pelos filhos. Ela cumpriu, no cenário da vida, a tarefa que lhe foi atribuída e não quer voltar. Filha, dê a liberdade a sua mãe, a liberdade que ela conquistou. Solte-a nos campos livres do plano superior, no cadinho da criação, não a prenda mais. Além do mais, você não tem o direito de julgar Deus, e nem sair por aí ressuscitando. Cada exemplar vivo que surge no plano físico das manifestações tem um programa, uma média de vida estipulada, um passado, raízes e ligações, e o livre arbítrio. Quem ressuscita algo ou alguém deve respeitar esse conjunto de condições, ter um propósito superior e , mesmo assim, depende muito daquele que pode retornar à vida. Para uns, ser ressuscitado pode ser um benefício, para outros, um obstáculo no processo de crescimento espiritual".
Senhor,disse a menina,ressuscita minha mãe!

Eu estava passando por aqui e percebi e captei a sua angústia, orei por você e pela sua mãe, supliquei aos céus não a ressurreição mas, acima de tudo, a remissão dos pecados que geraram a deficiência. Queira a cura verdadeira e não o retorno artificial à vida ou uma condição anterior, às vezes já esgotada. Talvez, soe como paradoxo, mas a cura real frequentemente pode estar inserida no processo a que chamamos  de morte. Mas se você quiser ressuscitar a sua mãe,sobe até o cume daquela montanha e fala com um sábio que mora lá.
Ela mais do que depressa subiu a montanha,ao chegar,contou a sua história ao sábio e ele respondeu:"-Você quer que eu ressuscite a sua mãe,pois bem,traga-me três grãos de mostarda da casa de uma família que nunca sofreu pela perda de um ente querido".
Ela desceu a montanha em toda velocidade e bateu em todas as portas do vilarejo em busca dos grãos de mostarda de uma família que nunca sofreu pela perda de um ente querido,mas,pela sua surpresa,em todas as porta sempre havia alguém que sofrera pela perda de um ente querido e chegou a conclusão que não era que sofria sozinha,havia mais gente com a mesma dor e isso a consolou.


Um corpo foi irremediávelmente danificado ou gasto, “alguém” por misericórdia, intercede e logra o perdão à enfermidade ou a decrepitude, mas naquele momento, o veículo físico está tão inutilizado que seria melhor ser substituído por outro em melhores condições, se isso convier a seu possuidor.
Aí a morte física é um processo de renovação, da mesma forma com que, numa determinada hora, a serpente abandona sua velha pele e a lagarta se transforma em borboleta.
O universo das manifestações é mutável e a energia que nele tramita é, na prova final, um espiral que se movimenta sempre em sentido evolutivo, ascensional.
Ao pensarmos muito numa pessoa que já se foi pode “aprisionar” aos chamados, e passar a ser um "encosto" sem paz  atrapalhando a evolução espiritual de quem se foi,impedindo o retorno a verdadeira vida. Lembremos que não estamos sozinhos,a saudade é o amor que fica,pois os anjos estão contigo e hão de consolar e dissipar esta tristeza substituindo-a pela conformação e a compreensão conforme a lei natural das coisas e com isso, esse espírito que partiu para uma nova jornada ficará bem se você ficar bem.
O lado de lá é cópia do lado de cá, orando e amando, você por ela e ela por você,no aguarde de um nôvo “encontro”.