terça-feira, 23 de setembro de 2014

"Determinismo"


Algumas pessoas só escapam de um perigo mortal para cair em outro.
“Fatal, no verdadeiro sentido da palavra, só o instante da morte o é. Chegado esse momento, de uma forma ou doutra, a ele não podeis furtar-vos.”
Alguns acreditam que a MORTE tem dia, hora, e minutos para acontecer, mas o espiritismo nos ensina que não devemos ser DETERMINISTAS.
Daí muitos perguntam: temos pré-determinada a hora de nossa morte? Ninguém morre antes da hora determinada?
A morte ocorrem sempre no tempo aprazado, exceto os suicídios diretos e indiretos.
Vivemos o tempo que precisamos dentro das nossas necessidades evolutivas e segundo a lei de causa e efeito.
A curta duração da vida pode representar, para o Espírito que a animava, o complemento de existência precedentemente interrompida antes do momento que devera terminar, e sua morte.
Nossa programação de vida abrange o meio onde reencarnamos, as dificuldades, obstáculos e compensações que teremos, assim como o gênero de morte e a idade que retornaremos ao plano espiritual.
O Espírito que retorna prematuramente é um Espírito que aqui veio resgatar algo ou complementar alguma encarnação que não soube valorizar.
Mesmo que tenhamos nosso roteiro de vida e um tempo determinado para viver como encarnado, o livre arbítrio sobre o tipo de vida que escolhemos viver é que definirá se alcançaremos o tempo predestinado em nosso roteiro de vida ou se regressaremos antecipadamente à espiritualidade.
Há sempre uma razão de ser para os acontecimentos que não conseguimos compreender.
A morte em qualquer fase da vida é sempre conseqüência de uma lei natural que atinge a todos indistintamente.
Não existem favoritismos nas leis divinas.
É muito importante procurar o apoio na prece e tentar aceitar os desígnios divinos sem revoltas.
O Espírito que retorna à espiritualidade pela curta duração da vida corpórea, e não teve por isso tempo suficiente para manifestar suas virtudes adquiridas ou suas imperfeições, terá de retornar ao plano material para completar sua programação evolutiva.
Aqueles que são viciosos, é que progrediram menos e têm então de sofrer as consequências, não dos seus atos, mas das suas existências anteriores.
É assim que a lei se mostra a mesma para todos e a justiça de Deus a todos abrange
Fica fácil de entender que a pessoa pode "danificar" seu corpo físico, encurtando seu tempo de vida orgânica em relação ao seu "potencial de vitalidade".
Só isso já poria por terra a teoria de que "ninguém morre antes da hora".
Quem não cuidar das suas energias no perispírito ( o que está ligado ao equilíbrio espiritual) e do seu corpo físico, diminui seu tempo de vida orgânica, ou seja, "morre antes da hora".
Com isso, adquire débito energético, ou seja, necessidade de "resgate" desse "débito" em outra(s) encanação(ões).
Analisando de um ângulo externo ao próprio complexo humano, temos que nos lembrar que todos estamos numa vida de relação, com outros indivíduos e com a natureza.
E sofremos as conseqüências disso.
Não existe uma "programação de morte".
Existe um potencial de vida, que pode mesmo ser "estendido" pelo equilíbrio espiritual e respeito e cuidado com o corpo físico, ou ainda, encurtado pelo próprio indivíduo ou por terceiros, que responderão por isso nesta e em outras vidas.
Se as mortes estivessem programadas, cada movimento em todo o mundo estaria programado.
Se uma pessoa morre atropelada numa rua, na hora do "pico" do movimento, por exemplo, e isso estivesse "programado", o atropelador já nasceria com essa "missão", e para ajustar a sincronia entre atropelador e atropelado, todo o trânsito deveria estar "programado".
O que os espíritas devem cuidar é para não se tornarem crentes do determinismo, acreditando numa "programação absoluta da reencarnação", pois isso fere uma verdade basilar – a do livre arbítrio - , sob a qual reside grande parte da filosofia e doutrina espírita.
Porém quando chegar a hora da partida, nada pode livrar-te dela.
Deus sabe com antecedência por qual tipo de morte partirás deste mundo e, muitas vezes, teu espírito também o sabe, pois isso lhe foi revelado quando fez a escolha desta ou daquela existência.
Ao reencarnarmos, trazemos conosco um "patrimônio" genético-perispiritual que nos estabelece um potencial de vida teórico de X anos. Assim sendo, podemos morrer "antes da hora", no sentido estrito de não termos atingido a nossa idade potencial.
E isso pode se dar em virtude de nossos abusos e imperfeições ou ainda, da ação de terceiros.
Na verdade,ninguém morre antes da hora.
O que deixais de tempo não era mais vosso do que o tempo que se passou antes do vosso nascimento; e tampouco vos importa, Com efeito, considerai como a eternidade do tempo passado nada é para nós. Termine a vossa vida quando terminar, ela aí está inteira.
A utilidade do viver não está no espaço de tempo, está no uso.
Uma pessoa viveu longo tempo e no entanto pouco viveu; atentai para isso enquanto estais aqui.
Terdes vivido o bastante depende da vossa vontade, não do número de anos.
Pensáveis nunca chegar aonde estáveis indo incessantemente?
E no entanto não há caminho que não tenha o seu fim.
E, se a companhia vos pode consolar, não vai o mundo no mesmo passo em que ides?
Todas as coisas seguir-vos-ão na morte.
Tudo não dança a vossa dança?
Há coisa que não envelheça convosco?
Mil homens, mil animais e mil outras criaturas morrem nesse mesmo instante em que morreis: Pois nunca a noite sucedeu ao dia, nem a aurora à noite, sem ouvir, mesclados aos vagidos da criança, os gritos de dor que acompanham a morte e os negros funerais.
No Determinismo não se pode confundir com fatalidade.
Determinismo é um sistema filosófico que nega ao homem o direito de agir livremente, isto é, de acordo com sua vontade.
O que chamamos fatalidade existe unicamente pela escolha que o Espírito, ao encarnar, fez desta ou daquela prova.
Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que se acha colocado em face da escolha feita.
Não existe determinismo absoluto.
Escolhendo-a, institui para si uma espécie de destino, que é a conseqüência mesma da posição em que se acha colocado em face da escolha feita.
Evidentemente, os Instrutores espirituais referem-se aí às provas físicas, porque no que toca às provas morais e às tentações o Espírito é sempre senhor de ceder ou resistir, visto que Deus lhe conferiu a liberdade de escolha.
A ideologia do determinismo vem de longe.
Na mitologia grega, encontramos a concepção das Parcas: criaturas que teciam a teia do destino, na qual era colhida a espécie humana, sem que esta dela se pudesse libertar.
Para os primeiros pensadores gregos, o destino das pessoas estava intimamente ligado à crença no poder absoluto das forças do Universo.
O destino do homem estaria, segundo tal pensamento, determinado por elas; a pessoa, impotente ante elas, devia tão-somente obedecer-lhes.
Para Pitágoras e seus adeptos, a natureza do Universo seria formada de maneira a determinar o destino das pessoas.
Os segredos de sua sorte estariam encerrados nos números e somente podem ser desvendados se se compreender seu significado.
Entender a linguagem dos algarismos seria, assim, fundamental à compreensão dos destinos humanos.
Heráclito ensinava que o processo cósmico obedece a determinadas leis. Toda mudança estaria de acordo com uma lei fixa e imutável, lei que constitui o princípio básico do mundo, à qual o homem estaria completamente sujeito.
Heráclito refere-se a essa lei ou princípio chamando-a, às vezes, destino; outras vezes, justiça.