segunda-feira, 15 de setembro de 2014

"Nas Sombras da Inquisição”


A Heresia do Santo Ofício que tanto abalaram e enegreceram o Planeta.
 Igreja Católica que viveu as barbaridades da Inquisição praticadas pela Corte indecorosa de Papas perdulários e delinqüentes, como o impiedoso Paulo IV, o anti-Papa Inocêncio 3º, o"bon vivan" Leão X e o  Papa Pio IX.
Não só pessoas eram jogadas na fogueira mas livros espíritas também em praça pública,mais de trezentos livros.
Graças a tudo que é proibido é mais gostoso e a esse zelo imprudente de queimar livros espíritas em praça pública, todo o mundo,começou a ouvir falar do  livros espíritas e queriam saber o que é...
Foi o mal que veio para o bem,o tiro saiu pela culatra,foi tudo o que precisava para dar início ao espiritismo.
Podem-se queimar os livros, mas não se queimam as ideias; as chamas das fogueiras as super-excitam em lugar de abafá-las.
As ideias, aliás, estão no ar, e não há Pirenéus bastante altos para detê-las; e quando uma ideia é grande e generosa, ela encontra milhares de peitos prontos para aspirá-la.
"Tenho ainda muito a vos dizer, mas não podeis agora compreen­der. Quando vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à ver­dade plena" (Jo 16,12-13).
Padres e Papas,simples seres humanos frágeis e pecadores, sempre capazes de façanhas inimagináveis... para o bem ou para o mal que obrigavam a denunciar os hereges,(pessoas que pensavam, ou agiam, de forma conflitante com o que a Igreja apregoava como verdade) sob pena de confisco de suas propriedades,que cobrava de um povo pesados tributos e multas ao poder dominante da Igreja Católica; obrigavam  judeus a serem batizados, ou matariam-os imediatamente;as "bruxas", isto é, mulheres que não apresentavam boa aparência, eram costumeiramente acusadas por todos os males que açoitavam a Europa;se inspiravam no "Directorium Inquisitorum", que era o Manual dos Inquisidores, onde constavam regras inenarráveis sob o ponto de vista de crueldade.
O Manual informava ao Inquisidor 50 artimanhas e de lá vieram inspirações as mais draconianas;médiuns da época eram acusados de possuírem  demônios e mais de sessenta acusados foram condenados e atirados à fogueira.
Padres, com as roupas sacerdotais, trazendo a cruz numa mão e a tocha na outra;um notário encarregado de redigir a ata do auto de fé;o escrevente do notário; encarregados de manter o fogo e uma multidão, que vaiava o religioso e seus auxiliares aos gritos de "Abaixo a inquisição!"
É chegada a hora em que a Igreja tem de prestar contas do depósito que lhe foi confiado, da maneira por que pratica os ensinos de Cristo, do uso que fez da sua autoridade, enfim, do estado de incredulidade a que levou os espíritos.
600 anos de SOMBRAS,“todo pedido de perdão é um grande começo”.
A hora é vinda em que ela tem que dar a César o que é de César e de assumir a responsabilidade de todos os seus atos.
Deus a julgou e a reconhe­ceu inapta, daqui por diante, para a missão de progresso que incum­be a toda autoridade espiritual.
Somente por meio de uma trans­formação absoluta lhe seria possível viver; mas, resignar-se-á ela a essa transformação? Não, pois que já não seria a Igreja; para assimilar as verdades e as descobertas da ciência, teria de renunciar aos dogmas que lhe servem de fundamentos; para volver à prática rigorosa dos preceitos do Evangelho, teria de renunciar ao poder, à dominação, de trocar o fausto e a púrpura pela simplicidade e a humildade apostólicas.
Ela se acha nesta alternativa: ou se suicida, transformando-se, ou sucumbe nas garras do progresso, se perma­necer estacionária"
O espiritismo, tal como foi codificado por Allan Kardec, surgiu claramente como movimento oposto à Igreja.
No dia 15 de abril de 1860 um "espírito" comunica a Allan Kardec:
"O espiritismo é chamado a desempenhar imenso papel na terra.
Ele reformará a legislação ainda tão freqüentemente con­trária às leis divinas; retificará os erros da história; restaurará a religião de Cristo que se tomou, nas mãos dos padres, objeto de comércio e de tráfico vil; instituirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar..."
E no dia 9 de agosto de 1863 recebe Kardec este aviso "do além":
"Aproxima-se a hora em que te será necessário apresentar o espiritismo qual ele é, mostrando a todos onde se encontra a verdadeira doutrina ensinada pelo Cristo. Aproxima-se a hora em que, à face do céu e da terra, terás de proclamar que o espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição ver­dadeiramente divina e humana"
O espiritismo se apresenta como "terceira revelação".
A primeira, dizem os espíritas, veio por Moisés; a segunda por Jesus Cristo; e a terceira através dos "espíritos", principalmente do "Espí­rito da Verdade", o "Consolador" prometido por Jesus (cf. Jo 16,12-13 ), que teria sido o espírito guia de Allan Kardec, segundo a mensagem que ele teria recebido a 25-3-1856, ou, como lhe foi revelado no dia 14-9-1863: "Nossa ação, principalmente a do Es­pírito da Verdade, é constante ao teu derredor e tal que não a podes negar"
De fato, Allan Kardec, em A gênese, cap. I, sobre o caráter da revelação espírita, sustenta ser o espiritismo "a terceira das gran­des revelações" (n. 20). Segundo ele, a primeira, de Moisés, reve­lou aos homens a existência de um Deus único e os dez manda­mentos (n. 21); a segunda, de Cristo, mostrou que Deus não é o Deus terrível, ciumento e vingativo de Moisés; e revelou a imorta­lidade da alma e a vida futura (n. 22-25). Continua então Allan Kardec, no n. 26:
"Entretanto, o Cristo acrescenta: 'Muitas das coisas que vos digo agora ainda não as compreendeis e muitas outras teria a dizer, que não compreenderíeis; por isso é que vos falo por pará­bolas; mais tarde, porém, enviar-vos-ei o Consolador, o Espírito de Verdade, que restabelecerá todas as coisas e vo-las explicará todas' (S. João, caps. XIV, XVI; S. Mat., capo XVII)".
Observe-se que esta citação é inexata e, como tal, não se en­contra em parte nenhuma dos Evangelhos.
Nem consta que Jesus teria dito que o Espírito da Verdade "restabelecerá todas as coisas".
Esta afirmação foi feita por Jesus com relação a Elias (cf. Mt 17,11).
Da arbitrária citação feita, conclui Allan Kardec:
"Se o Cristo não disse tudo quanto poderia dizer, é que julgou conveniente deixar certas verdades na sombra, até que os homens chegassem ao estado de compreendê-las.
Como ele próprio o confessou, seu ensino era incompleto, pois anunciava a vinda da­quele que o completaria; previra, pois, que suas palavras não se­riam bem interpretadas, e que os homens se desviariam do seu ensino; em suma, que desfariam o que ele fez, uma vez que todas as coisas hão de ser restabelecidas: ora, só se restabelece aquilo que foi desfeito".
Mais adiante, no n. 42, Allan Kardec garante aos seus leitores:
"O espiritismo realiza todas as promessas do Cristo a respeito do Consolador anunciado.
Ora, como é o Espírito da Verdade que preside ao grande movimento da regeneração, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador".
O espiritismo seria, por conseguinte, o Consolador.
A verdade, porém, é que a promessa de Jesus acerca do Espí­rito da Verdade não foi tão vaga para um futuro tão incerto e distante.
Jesus se dirigia diretamente aos Apóstolos que estavam então com ele na última ceia: "Rogarei ao Pai e ele vos dará outro Paráclito, para que convosco permaneça para sempre, o Espí­rito da Verdade...
O Paráclito, o Espírito, que o Pai enviará em meu nome, é que vos  ensinará tudo e vos recordará tudo o que eu vos disse" (10 14,16-17.26). E pouco antes de sua ascensão man­dou aos Apóstolos: "Eis que eu vos enviarei o que meu Pai prometeu ­do Alto" (Lc 24,49).
E lhes disse ainda: "O Espírito Santo des­cerá sobre vós e dele recebereis força" (At 1,8).
Alguns dias depois, na festa de Pentecostes, quando estavam reunidos na sala de Jerusalém, "de repente veio do céu um ruído semelhante ao soprar de impetuoso vendaval, e encheu toda a casa onde se acha­vam.
E apareceram umas como línguas de fogo, que se distribuí­ram e foram pousar sobre cada um deles.
Todos ficaram cheios do Espírito Santo" (At 2,1-4).
Era a vinda do Espírito da Verdade.
O espiritismo não tem a pretensão de ser religião.
Já vimos a comunicação ("do além") do dia 9-8-1863, proclamando que "o espiritismo é a única tradição verdadeiramente cristã e a única instituição divina e humana".
Vimos também a comunicação, sem­pre "do além", de 15-4-1860, segundo a qual o espiritismo "insti­tuirá a verdadeira religião, a religião natural, a que parte do coração e vai diretamente a Deus, sem se deter nas franjas de uma sotaina, ou nos degraus de um altar".
No dia 1º de novembro de 1863, Allan Kardec fez na Socie­dade Parisiense de Estudos Espíritas um discurso sobre o tema: "É teu.
Por isso permanecei nesta cidade. até serdes revestidos da força o Espiritismo uma Religião?" (reproduzido em Reformador, março de 1976, pp. 78-82). Apresentou então um resumo da Doutrina Espírita, terminando com estas palavras:
"Eis o Credo, a religião do espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus.
Esse é o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, enquanto se espera que ele ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal".
"Surgindo em cumprimento de uma das promessas do Cristo, que personifica a única Igreja verdadeiramente universal, o espiritismo é, sem dúvida, a revivescência do vero cris­tianismo, agora desempecido de todos os véus da letra, de todas as obscuridades do mistério, do manto maravilhoso do milagre, as três principais geratrizes dos dogmas. Nenhuma outra doutrina, con­seqüentemente, lhe pode disputar a qualidade de religião.
Tão pre­dominante é nele essa qualidade, que não há tê-lo por 'uma' reli­gião, mas como 'a' religião, no mais lato sentido do vocábulo".
"Não há fugir: se o espiritismo, na conceituação de seu Codificador, realiza todas as promessas do Cristo a respeito do Consolador, vindo até a completar o ensino do Cristo, e se o grande intérprete do sentir das entidades espiri­tuais nos assevera que o espiritismo evangélico é o Consolador, ilógico seria, portanto, que não aceitássemos o espiritismo como religião" .