segunda-feira, 31 de agosto de 2015

"Ideias natas e inatas ou Autodidata?"


Inatismo é a concepção que algumas ideias/conhecimentos advindos de conteúdos mentais estão presentes desde o nascimento, isto é, não são adquiridas ou aprendidos.
O inatismo opõem-se particularmente ao empirismo, onde a mente é uma "tabula rasa", e toda ideia deriva da experiência sensível.
As teorias inatistas já estão presentes em Platão, mas também nos modernos - notadamente entre os racionalistas dos séculos XVII e XVIII.
Também na psicologia, uma ideia inata é um conceito ou um item de conhecimento universal, isto é, algo com que todas as pessoas nascem - em oposição àquilo que as pessoas adquirem através da experiência.
Todos sabem que o autodidata é aquela pessoa com a capacidade de aprender sozinho as coisas, seja pelo estudo, pelas observações ou simplesmente por repetidas tentativas. É aquele que aprende sem precisar de professor.
Entretanto, perante a espiritualidade, não é bem assim.
A espiritualidade mais evoluída envia espíritos de conhecimento para o mundo encarnado de modo que possa ele trazer tais tecnologias e conhecimento do mundo dos espíritos para o mundo terreno. Em resumo, estas pessoas trazem à Terra as "novidades" do mundo espiritual.
Muitos destes autodidatas então chegam aqui já com uma vaga lembrança daquilo que conhece e com uma vontade irresistível de trazer essa "bagagem" pra cá. Desta forma ele busca todas as formas de materializar aquilo que só existia antes no mundo espiritual. Geralmente são estes: Cientistas, descobridores, pesquisadores, etc.
Outro tipo de autodidata é aquele que busca o conhecimento, que ao ler um texto aprende sozinho e num gesto de pura vaidade diz que não precisa de professores para ensiná-lo. Nestes casos mal percebe ele que a única diferença em relação aos outros é que seus "professores" são os amigos desencarnados que, por intuição ou inspiração, entram em seu pensamento ajudando-o a compreender aquilo que estuda. Prova disso é que com tais pessoas, muitas das vezes, ocorre a "coincidência" de encontrar livros contendo exatamente as respostas de suas dúvidas.
E assim a espiritualidade colabora para transmitir o conhecimento aos amigos da Terra.
Diante do poder de conhecimento vem a missão do autodidata: TRANSMITIR o conhecimento a seus contemporâneos. Transmitir de forma clara, de forma simples, de forma que qualquer um que tenha boa vontade possa compreender.
muitos destes autodidatas falham em sua missão por acharem que os outros deveriam ser iguais a eles, ou seja, também autodidatas, aprendendo por si sem a ajuda de ninguém.
Esquecem que aprender sozinho é dádiva divina e compromisso com o plano superior para transmitir os ensinamentos ao próximo.
Que possam os autodidatas cumprirem as suas funções, que sejam sempre facilitadores e lembrem-se que um mesmo ensinamento pode ser passado num imenso discurso ou em frases simples. Quanto mais simples for a forma de se transmitir um ensinamento, mais pessoas conseguirão adquirir o conhecimento e maior valor terá a missão daquele que ensina.
Mas,aonde esse conhecimento fica ou ficou alojado? 
Resposta, na Memória Espiritual‏.
A memória espiritual é a força operosa que se projeta na massa neuronal física ou perispiritual, configurando a memória somática, carreando informações cognitivas, emocionais e sensórias que funcionam como impulsos-tendências ao longo da trajetória evolutiva, superando o tempo e mantendo a continuidade da vida do ser, através dos seus variados ciclos de renascimento e morte. Devido à sua ação oculta é que os seres vivos, não somente desempenham atividades sem aparente conhecimento prévio, como reconstroem seus corpos copiando exatamente a forma precedente, impondo-lhes as inovações quando necessário. A nossa ignorância preferiu chamar essa propriedade de instinto, reconhecendo-lhe a surpreendente sapiência sem questionar as razões da sua existência. 
O autodidata tem arquivado a "mnemônica do espírito", que sabe recordar o que foi aprendido,um arquivo de fácil acesso. A vida nos mostra com evidência a presença dessa memória pré-reencarnatória agindo de forma inquestionável, sem a qual a experiência na matéria seria impossível. Se a semente não guardasse a lembrança da árvore que já foi não saberia reconstruí-la com exatidão. E se o animal não rememorasse as habilidades conquistadas não agiria com destreza diante das exigências de sua vida.
Embalde a ciência humana irá perscrutar os escaninhos cromossômicos, na vã esperança de encontrar os agentes genéticos responsáveis pela hereditariedade de tal sabedoria. A memória não é herdade física, é herança do espírito que torna à vida, trazendo seu prévio aprendizado, prova contundente da anterioridade de sua existência. Basta admitirmos algo tão simples para que tudo se explique dentro de lógica irretorquível.
A memória supera a morte, transportando de uma vida para outra as informações essenciais de que o ser necessita para prosseguir a evolução, permitindo que novas aquisições se agreguem às antigas, que nunca se perdem. Trafegando entre os dois mundos nos quais realiza o progresso, o físico e o extrafísico, o espírito necessita de uma consciência de continuidade para a sua existência entrecortada de nascimentos e desenlaces. A memória espiritual, não se sediando na matéria, resiste à morte e o acompanha nesta jornada, permitindo a reconstrução da memória somática (memória recente) em cada novo renascimento, retendo o conhecimento já alcançado.
A recapitulação das fases biológicas do desenvolvimento animal, durante a embriogênese, é expressão dessa memória de natureza espiritual, manifestando-se na confecção da forma. Dessa maneira se mantém a constância das linhas morfossomáticas bem como todos os traços do caráter e dos hábitos, fazendo com que a personalidade se configure sempre sobre os alicerces do passado. Carreia ainda os liames cármicos, unindo o efeito à sua causa, permitindo a colheita fiel do que foi semeado, nutrindo o ser de dores ou alegrias em perfeita conformidade com a natureza dos mananciais retidos em seus "registros".


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