O homem é um perfeito estranho até para si mesmo.
Ele destrói tudo que vê,ele mata tudo que tem vida e come tudo que se mexe.
Se droga pelo seu próprio vazio,sempre em busca de algo mais.
Sem limites,nunca está satisfeito e feliz,quer sempre mais e mais!
Em tese, para este perfeito estranho, pode afirmar, que a felicidade para ele é uma utopia, cuja conquista vai as gerações em gerações a se lançar, sucessivamente, sem jamais lograr alcançá-la.
Se o homem ajuizado é uma raridade neste mundo, o homem absolutamente feliz jamais foi encontrado.
Ser um perfeito estranho faz parte de um fenômeno contemporâneo e isto acontece porque agora para ele não existe mais o amanhã.
Um perfeito estranho é um morto em vida, que acaba com a sua própria vida em vida.
Quem se deixa vencer pela dor,seja qual for, ainda que não chegue a morte no seu sentido claro, morre estando vivo.
Um perfeito estranho é um perfeito pessimista,que mata seus próprios sonhos, aniquila seus projetos,desanima facilmente interrompendo um futuro que pode ser glorioso,devolvendo o seu eco de um ponto no tempo.
Um perfeito estranho ainda destrói seu casamento e desaba com famílias inteiras, talvez a morte no sentido direto não chegue, mas se a sua íntima estranheza não for vencida,ele pode produzir seres vivos mortos ou mortos vivos...
Quando ouvimos um perfeito estranho falando ao vento,temos que entender que ele deve permanecer estranho.
Alguns médicos dizem que um paciente quando recebe a notícia que possui uma doenças em estado terminal, ele tende a passar por ao menos quatro fases: incredulidade, onde ele não acredita que aquilo aconteceu com ele; conscientização, onde ele toma ciência de que é uma verdade, pois ele vê os sintomas e as marcas da doença; desespero, nesta fase as pessoas costumam, fazer tudo que dizem a ela que vai resultar na cura, ai ela vai a cultos religiosos,passa a dá bala pra Santo,passa a frequentar as mesas de espiritismo esperando que elas ainda gire, entre outros lugares que até Deus duvida.
Na busca por cura,pode encontrar o perigo,os embusteiros.
A melhor fase é a da aceitação. Nesta fase o paciente aceita a doença e as chances dele sobreviver sobem para apenas 80% se tiver fé e 30% para o que der e vier...
De certo,o mais positivo passa a ser o seu Espírito que aspira a liberdade e a felicidade da vida espiritual, mas, vendo-se preso ao corpo de um perfeito estranho,se frustra,continua no desencorajamento formando um time de 2 contra 1 e transmite para o corpo apatia e abatimento, se sentindo mais infeliz.
O homem,quando tá tudo bem,vive com esperança,pensando no futuro, num paraíso em algum lugar distante,não procura se cuidar e não faz o seu "check up",não pensa em Deus, e nunca vive o seu presente, pois sua era de ouro ainda está por vir. Perde sua saúde de tanto trabalhar para ganhar dinheiro, depois gasta todo seu dinheiro para recuperar a sua saúde. Estranho,não?
Com isso,acaba com seu entusiasmo porque grandes coisas iam acontecer e não aconteceram; todos os seus desejos iam ser preenchidos mas não houve lacuna suficiente. Havia grande prazer na vida agora é um estranho morto em vida.
Já sofria no presente; como miserável sem futuro. Mas tudo isto era completamente esquecido nos sonhos que iam ser preenchidos no amanhã. O amanhã sempre foi doador de vida.
Mas a situação mudou. A velha situação não era boa porque o amanhã - que preencheria os sonhos dele - nunca se tornou verdade. Ele morre estranhamente em vida esperando.
Mesmo em sua "morte" ele está esperando por uma vida futura - mas ele verdadeiramente nunca experimentou nenhum tipo de vida,nenhuma alegria, nenhum significado na sua vida. Mas isto é até tolerável para quem é estranho.
É somente uma questão de hoje. Toda essa sensação de desanimo pela vida irá passar e o amanhã é certo que vai chegar.
Mas ele permanece dentro do seu silêncio,poço de sofrimento.
A realidade é que quem é perfeito estranho tem uma alma pobre. Mas mesmo tendo uma pobreza em alma,há sempre uma coisa bela nesse tipo de pobreza: ela nunca destrói uma esperança, ela nunca vai contra os sonhos de ninguém, ela sempre traz entusiasmo para o amanhã.
A pobreza é rica de esperança e positiva,acredita que as coisas serão melhores: este período negro já está passando, logo haverá luz.
Mas o sofrimento persiste e é mais forte do que este estranho homem, é algo que todos experimentam ao longo da existência. Sofre o estranho homem perfeitamente,as contingências da vida...
O sofrimento existe e ninguém pode negar. Todo mundo passa pelo sofrimento. Quem não passou por ele, ainda passará.
Quem não sentiu em si o sofrimento,muitas vezes sofre pelo sofrimento do outro; ao ver alguém que ama sofrer passa a sofrer.
A segunda nobre verdade é que todo sofrimento tem uma causa. Sempre existe um motivo para a existência do sofrimento. Se as causas não estão no hoje, na existência atual, seguramente estarão no passado espiritual da criatura.
Mas a terceira nobre verdade diz que é necessário superar a causa do sofrimento. Se o sofrimento tem uma causa, é necessário criar mecanismos, desenvolver habilidades que permitam ao ser superar aquilo que causa o sofrimento.
Para se superar o sofrimento, a melhor forma é ter uma consciência reta.
É importante que este perfeito estranho não carregue em si sentimentos de culpa. A culpa, mesmo que de forma inconsciente é geradora de sofrimento, porque toda culpa pede uma punição. Toda consciência culpada encontra meios de sofrer o que fez, pois o psiquismo do ser culpado mobiliza agentes próximos capazes fazerem o papel de cobradores. Então é necessário estar com a consciência tranqüila.
Deixar de ser estranho ou de se sentir estranho é agir retamente, falar retamente, sentir retamente, enfim, viver retamente.
Aqueles que são bem sucedidos nas experiências, elevam-se espiritualmente, moralmente, intelectualmente. Aqueles que equivocam-se diante das provas muitas vezes tornam-se devedores perante a divindade e posteriormente terão que reparar as dores que causaram em outros ao longo da caminhada.
A provação é uma forma de avaliação, pois o candidato à elevação passa a conhecer a sua realidade interior e verifica em que ponto da evolução se encontra.
A expiação ao contrário é a cirurgia corretiva necessária, diante de disparates cometidos em outras existências, que pedem reparações dolorosas, mediante a rebeldia perante as leis divinas.
Doenças congênitas, acidentes inevitáveis, perda de filhos, muitas vezes são expiações estranhas mas necessárias para o aprendizado onde faltou o amor.
Toda vez que falta o amor, surge a dor como mecanismo para trazer de volta o calceta. Portanto o amor será visto como a terapia saudável de reabilitação.
Deus não quer o sofrimento. O sofrimento muitas vezes é escolha, pois aponta simplesmente para a necessidade de aprendermos a lidar com as questões da vida de forma diversa da atual.
"Tende grande gozo quando vos forem enviadas várias provações."
E a felicidade não está fora de nós, ela é, antes de tudo, um estado de espírito.
Ser feliz é nossa atitude diante da tarefa da vida.
Quando alguém “descobre” no campo de si mesmo esse tesouro de tão subido valor, que é a própria alma, e a sabe imortal, e fadada a alcançar o mais excelso destino: sua integração à única Realidade Absoluta — Deus! — todas as ilusões da materialidade, todas as gloriosas do mundo, e até mesmo o bem-estar do corpo físico, se tornam de somenos importância. Então, cheio de júbilo, sabendo que a felicidade verdadeira depende, não daquilo que se tem, mas daquilo que se é.
Não se entenda, o que seria errôneo, que a posse dos valores espirituais seja incompatível com a posse das coisas materiais.
O que se quer salientar é que para o nosso progresso de um perfeito estranho é fazer-se mister vivendo uma vida mais intensa e sinceramente em função dos ideais superiores, dedicando-se na maior atenção do que às aquisições materiais, que devem constituir-se apenas um meio de realiza os seus objetivos, e não um fim em si mesmo.
Quem se disponha a assim proceder, sobrepondo os interesses da alma a quaisquer outros, não deve temer que lhe venha a faltar o necessário à subsistência
Seremos felizes, materialmente, se nos contentarmos com o necessário para viver, superando as pressões da sociedade de consumo que é totalmente tristonha no ter e no parecer do que achar a felicidade em ser.
Mas para ser feliz e deixar de ser um perfeito estranho, o homem deve libertar-se da culpa e do supérfluo, limitando-se ao seu essencial.
O homem será perfeito quando viver sabiamente as suas dores do dia a dia,que são as mesmas dores da sua alma...