terça-feira, 14 de janeiro de 2014

" Educandário da alma"



Tanto o desejo como a vontade são absolutamente criadores, formando o próprio homem e o meio ambiente em que ele deve viver.
Mas a vontade cria inteligentemente,enquanto o desejo cria cega e inconscientemente.
Quando o espírito é convocado ao mergulho no corpo material, candidata-se a um tipo de curso cujo  objetivo é o da existência, é o desabrochar dos germens divinos da alma;
Estais na carne para vos educar!
A manifestação do princípio espiritual na matéria densa é abençoado educandário da alma.
Se soubésseis a importância e a relevância da encarnação, começaríeis imediatamente um processo de reflexão.
O homem,portanto, constrói a si mesmo à imagem dos seus desejos -  amenos que  se construa segundo a imagem do Divino,através da sua vontade, que é filha da luz.
É a vontade espiritual universal que mantém em movimento as galáxias e alimenta a evolução de tudo o que existe.
Esta vontade desperta em nós quando estamos livres de desejos pessoais e de curto prazo.
Mas parece haver pouco espaço para ela na vida diária do cidadão moderno, tumultuada pelo jogo das aparências e por obstáculos que ele cria com sua própria imaginação.
No fulcro dessa ausência, encontra-se o medo da morte, rito de passagem tantas vezes atravessado pelo espírito imortal.
Gerou-se no seu psiquismo mais profundo, nos porões mais escuros e empoeirados do inconsciente, a falta de coragem e de ânimo para dedicar-se às questões espirituais, transcendentes e ocultas.
Precisamos nos reeducar, é como voar.
No entanto, ocorre ao homem esquecer-se de sua real situação.
É espírito, estando momentaneamente preso ao casulo carnal tendo uma experiência Terrena,no mais das vezes, a eximir-se de suas responsabilidades e dos comprometimentos, promessas feitas e assumidas no Astral.
De certo, a velhice virá algum dia e não poderás evitá-la.
É possível que a doença chegue e não poderá evitar esta possibilidade.
A morte física chegará algum dia pra cada pessoa e isso não ninguém poderá evitar.
Todas as coisas que amamos e de que gostamos estão sujeitas à mudança, à decadência e à separação, e não podemos evitá-la.

Nós somos o resultado das nossas próprias ações, e sejam quais forem os nossos atos, bons ou maus, seremos  herdeiros deles.
Quando aceitamos estes fatos, surge um contentamento incondicional de viver que tem como base indestrutível o desapego.
Percebemos a eternidade potencial de cada momento.
Abandonamos as bagagens pessoais e nossa mente se ergue solta acima do jogo miúdo e da luta de pequenas vontades contraditórias.
Aceitando a fragilidade da nossa existência no plano físico, podemos usar toda a força da nossa vontade interior.
Nos primeiros anos da nossa vida, desperdiçamos grande quantidade de energia, mas aos poucos vamos selecionando as metas que realmente interessam.
Sabemos que não podemos fazer tudo ao mesmo tempo.
Aceitamos que nosso tempo e nossa energia são limitados, e aprendemos a usá-los com sabedoria.
Há também um certo tipo de emoções que aumenta a força interna, e outras que levam à dispersão das energias.
Pela observação, podemos ir identificando e afastando aos poucos da nossa vida as situações em que nossa paz interna é destruída.
As emoções são inseparáveis do pensamento e, quando estas duas correntes energéticas são unificadas por uma vontade maior, a paz, a coerência e o êxito vêm para ficar em nossas vidas.
A dificuldade natural de contemplar-se o que não está restrito aos sentidos fisiológicos, exigindo-se a aquisição de percepção extrafísica, por si só não serve de justificativa.
Embora já tenha atravessado milênios de práticas religiosas, a humanidade ainda está engatinhando na busca de si mesma, da recaptura da chama crística perdida e quase apagada, do porquê do existir, de onde se veio e para onde se vai.

O homem-espírito, desconhecedor da condição da vida eterna, apega-se à satisfação das exigências mais fugazes do seu calceta, que é o equipo carnal, numa corrida desenfreada pelo prazer transitório e pela felicidade ilusória.
Entende que a vida é finita, que deve-se aproveitar o aqui e o agora, transformando-se em homem fisiológico: alimentação excessiva, desregramento sexual, embriaguês ao término do expediente laboral, preguiça e sono letárgico nos fins de semana e, advento da modernidade, excessiva exposição à televisão alienadora e hipnotizante.
Fica anestesiado e esquecido de maiores burilamentos e de buscar conhecer-se.
Torna-se insaciável, enfadado e escravo dos estímulos exteriores.
Como as respostas estão dentro de cada um, não consegue descobrir-se.
No entanto, bastaria analisar suas disposições, preferências e comportamentos.
Alie-se a isso a exacerbação do ego, inerente ao ser humano, desde as tribos mais antigas, perpetuando-se como predisposição psíquica quando do relacionamento com o meio da matéria e do mundo imaterial, que pulula em torno de vós como verdadeiro enxame de moscas, e teremos o cenário, numa visão dantesca, horrível comédia acessível àqueles que já conseguiram libertar-se do ciclo obrigatório da carne.
Dentro da Lei de Causa e Efeito, quando o homem teve o mais tênue sinal de consciência, da sua condição de pensar e raciocinar, tornou-se responsável pelos seus próprios atos e conseqüências.
As causas de suas mazelas começaram a implantar-se e a gerar os efeitos correlatos, encontrando-se até os dias atuais enredado no seu próprio carma, na correspondência justa para a harmonização de cada célula pensante, que é um microcosmo.
O reequilíbrio de cada unidade é fator predisponente ao equilíbrio do Todo, do macrocosmo.
Aqui no Astral, tendes noção dos verdadeiros efeitos dos desatinos e dos erros cometidos, invisíveis quando do fato gerador.

Agimos por compromisso com a evolução, espécie de ação de profilaxia, sobre vós, ainda quando vos encontrais imersos na carne, inspirando-vos, intuindo-vos e curando-vos de males e de doenças, se tendes merecimento, e para o despertar da fé.
Assim procedemos, pois somente através da vitória sobre a matéria, da ruptura dos grilhões que vos prendem ao ciclo das encarnações, da superação dos sentimentos egocêntricos que ainda vos vibram no íntimo, conseguireis ter uma vida correspondente no Astral, mais fraterna, feliz e solidária.
Relembrando-vos: tal desiderato é efeito primeiro de vossos atos e ações na carne, e só pode agravar-se ou atenuar-se por vossos atos e ações, quando fora da carne, nunca extinguir-se.
A disciplina e a educação do pensamento, esse corcel alado, selvagem e anárquico, se impõe, urge!
A mediunidade é oportunidade inadiável, é um chamamento ao aperfeiçoamento anímico consciencial.
Enquanto presos no invólucro carnal, tendes chance celestial de ressarcimento e estabilização das forças contrárias reguladoras da balança kármica, intensificadas em decorrência das dificuldades inerentes à vida material.
Observai o dever de atuação na caridade, direcionando essa potencialidade para o bem de todos ao vosso redor, e educai os sentimentos, expurgando a nódoa do egoísmo a marcar-vos o perispírito, incompatível com o homem contemporâneo, com o karma coletivo e com a idade sideral do órbe terráqueo.
Não se pode mais esperar.
Os tempos são chegados!
A Nova Era, que se avizinha, requer maior altruísmo.
Realçamos o egoísmo, pois antecede a todos os outros sentimentos negativos; dele derivam: o orgulho, a vaidade, a luxúria, a inveja, a cobiça, a covardia, entre tantos outros, que poderíamos enumerar, mas nos tornaríamos assaz maçantes.
Nos atendimentos aos desencarnados, constata-se que em muito poderia ter sido minimizada a gravidade dos casos, se esses irmãos, quando mergulhados no oceano grosseiro da matéria, tivessem se preocupado com a vida do lado de cá.
Nesses casos, faz-se de fundamental influência a disciplina e a educação das mentes dos médiuns, que serão as molas propulsoras da reeducação daqueles espíritos mais recalcitrantes e empedernidos.
É o preparo inicial para a nova encarnação.
Há os drogados, que pintavam, compunham músicas ou escreviam poesias nas viagens alucinógenas, e que aqui estão num quadro interminável de compulsividade.
Há os assassinados em conjunto nos triângulos amorosos possessivos, que procuram intermitentemente rever suas amadas ou vingar-se, dementados e fixos que estão no quadro mental que se formou na hora do desencarne.
Existe o vigário que não entende porque não vê os anjos e os santos a lhe devotarem festividades na sua entrada ao céu paradisíaco; que se exalta com todos e quer voltar às facilidades e mimos dos seus paroquianos fiéis.
Todos, impreterivelmente, a par da misericórdia do Altíssimo e, como numa reaprendizagem corretiva, levados ao esclarecimento e à conscientização, se farão acompanhantes dos medianeiros, trabalhadores do cristianismo puro.

Com a convivência e exposição aos fluidos mais densos, através da disciplina e imposição da vontade do médium sobre as suas, educar-se-ão novamente, podendo continuar suas caminhadas evolutivas no local do Astral que esteja em sintonia com suas afinidades e densidades perispirituais.
Os drogados só poderão pintar, compor ou declamar poemas, quando a instrumentação mediúnica der passividade, em local e horário adrede programados.
O assassinado vingativo, em busca da amada, escutará do doutrinador as explicações cabíveis de acordo com seu nível de discernimento.
O vigário verá que não existe céu como concebe e, através da observação do assédio diário dos seus análogos que pulsa ao redor do médium, compreenderá a verdadeira vida espiritual e retirará o véu que lhe cobre os olhos.
Todos esses recursos aplicados fazem parte da psicoterapia divina, de que o Evangelho do Cristo é a viga mestra.
Médiuns, identificai costumeiramente, quem vos está acompanhando, e tende muito amor por esses irmãos doentes.
Somente através dos fluidos animalizados, do empréstimo de um corpo, da demonstração e da retidão de vossas condutas, é que esses sofredores se convencem e se decidem a mudar, a melhorar e a continuar a galgar os degraus da escada de Jacó, rumo a Deus, ao Cristo, à verdadeira vida.
Jesus, concisa e precisamente, definiu as grandes dificuldades que a civilização humana teria para vencer, e superar o egoísmo, quando instituiu a necessidade de amar ao próximo igual ao amar a si mesmo. Psicoterapeuta divino, sabia ser esta a máxima possibilidade de expressão de amor do terrícola.
O mestre amava a Deus acima de todas as coisas e aos homens mais do que a si mesmo.
Exemplificou na renúncia total, em prol da humanidade, pelo calvário a que se expôs, culminando com sua crucificação.