segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

"Posto de emergência,hospital de almas"


Num posto de emergência temos:
» Os enfraquecidos da aspiração ao progresso.
» As Dores do conflito com a hipocrisia.
» Ausência de realização afetiva.
» Fuga da realidade.
» Ignorância e Ignorantes sobre si mesmo.
» Falta de sentido para viver.
Num hospital de atendimento fraterno temos:
» Resgate da arte de sonhar.
» Desenvolvimento da honestidade emocional.
» Educação da carência afetiva.
» Morte da idealização.
» Desenvolvimento do autoconhecimento.
» Sentido da continuidade da vida.
A esse conjunto de tratamentos dar-se a Psicologia da Libertação, cujo propósito luminoso seria libertar a consciência do jugo das ilusões à luz dos princípios sadios dos ensinos de Jesus.
Nessa casa de trabalho e recuperação, visamos, antes de tudo, à medicina preventiva, e as avaliações de nossos censos deixam claras as linhas psicológicas de derrotismo e de conflito interior que têm dominado uma infinidade de corações, mesmo quando iluminados pelo conhecimento inspirador do espiritismo.
As pesquisas minuciosas e o cruzamento dos dados que foram apontados em nossos levantamentos classificaram seis principais doenças que aprisionam a alma em quadros de dor no mundo físico, durante o trajeto das reencarnações, trazendo reflexos graves para as esferas do mundo espiritual após o desencarne.
A nossa missão,missão de todos nós é disseminar nas agremiações de amor à luz do espiritismo esses seis principais focos da Psicologia da Libertação e da cura que lhes apresentamos agora.
A alma, assim como a natureza, tem suas estações, as quais foram muito bem definidas pelo Mestre na magistral parábola do semeador, no texto de Mateus, capítulo treze, versículos três a oito, que passo a ler:
"E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear.
E, quando semeava, uma parte da semente caiu ao pé do caminho, e vieram as aves, e comeram-na;
E outra parte caiu em pedregais, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque não tinha terra funda;
Mas, vindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz.
E outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na.
E outra caiu em boa terra, e deu fruto: um a cem, outro a sessenta e outro a trinta."
Temos em nossas vidas a primavera da jovialidade, o verão das provas, o outono das perdas e o inverno do recolhimento e da colheita, que podem ser associados a cada um desses versículos, demonstrando que o amadurecimento emocional obedece a ciclos que não podem ser ignorados.
0 espiritismo é um remédio potente para almas em busca de sua própria iluminação. Conquanto essa realidade já seja do conhecimento de nossa comunidade, o orgulho como traço marcante da jovialidade emocional insufla a ideia de uma primavera florida, a qual nos faz recordar a ocasião em que Jesus, ao procurar a figueira, nada encontrou senão folhas, adornos. Os frutos não estavam presentes. Essa primavera pode ser comparada à condição íntima de quem colore a vida intelectual com princípios brilhantes e reluzentes do espiritismo, repletos de idealismo e vigor, e, todavia, permanece distante da maturidade dos desafios nobres e fortalecedores do inverno do recolhimento interior.
Chega, porém, o verão das provações, dos testes rudes da vida, que convocam a descida dos ideais espíritas do cérebro para o coração. Trazer o espiritismo da cabeça para o coração é o maior dos desafios que se apresenta aos seareiros da nossa querida doutrina no plano físico e neste em que nos encontramos agora. Nessa situação, muitos desanimam e tudo abandonam; outros permanecem e deixam morrer seus sonhos. Alguns enganam-se com missões espetaculares em favor do próximo, o que lhes alivia a sensação de inutilidade e de desvalor pessoal, ainda que no interior estejam esfacelados e sem a energia da autorrealização.
Não é fácil prosseguir e persistir. É aqui que muitos deixam o sonho morrer e perdem a batalha para a força dilacerante do conflito com a hipocrisia.
Além das dificuldades desse combate, quase sempre, como efeito de um verão devastador, vem o outono das perdas. 0 calor do verão derrete os sonhos, e a exótica paisagem do outono subtrai o senso da nossa realidade e da nossa capacidade de realização, lançando-nos às experiências da solidão, da mágoa e da culpa. É o outono das perdas: perdas de amizades, de bens, de amores, de sonhos, de projetos e, a mais desafiadora, a perda de quem achávamos que éramos, que tem por finalidade o encontro do verdadeiro "quem sou?".
Tais vivências produzem como resultado um inverno de dores e arrependimentos no qual a vida mental recolhe-se no casulo do medo sem orientação e sem meta, sem vitalidade e sem sonhos, gerando a "morte" psíquica e emocional. Nesse momento, morremos por dentro e ficamos à espera da morte do corpo.
Diante dessas tormentas da dor, muitos companheiros de ideal buscam defesa e força nas tarefas espíritas, supondo, muitos deles, que nada mais lhes resta como alternativa senão trabalhar, estudar e mergulhar com todas as suas convicções nas atividades doutrinárias.
E qual de nós pode contestar essa decisão? Que seria de muitos irmãos queridos se não adotassem semelhante conduta? Sabemos que, possivelmente, não suportariam a sua própria loucura. O movimento para fora e as tarefas têm sido, para uma multidão de trabalhadores, o remédio para aplacar a mente atordoada por culpas, pois provoca uma nítida e agradável sensação de utilidade pessoal.
0 serviço de educação espiritual é muito mais profundo que a simples ação de armazenar conhecimento doutrinário e manter trabalhos em favor do bem alheio. Tem havido muito trabalho por fora, movimento, e pouco trabalho por dentro, reforma íntima.
0 movimento nem sempre tem acompanhado a reforma íntima e, para agravar essa situação, tem sido tomado como sinônimo de elevação e crescimento espiritual.
Para quem se encontra no esforço de renovação, é chegado o momento de abrir os olhos para as ilusões pertencentes a esse gênero de aprendizado nas fileiras do espiritismo. E' necessário sair da esfera de adesão aos movimentos exteriores, que nem sempre agregam valores ao coração e às vezes alimentam a sensação de grandeza.
Para vivermos nossas reencarnações com alegria e celebração, é preciso estimular o desejo em direção às propostas da Psicologia da Libertação. Não podemos considerar tarefas e dores como sinônimos de avanço espiritual.
A missão de um comunicador é de dar a boa nova do Cristo, é aliviar os espíritos quanto àquilo que percebem de si mesmos, ampará-los para que consigam melhor nível de aceitação de sua sombra interior, orientá-los sobre a importância de acolherem-se com imenso auto-amor.
A estação da alma que mais traduz amadurecimento e elevação espiritual é o inverno do recolhimento no auto-amor.
O Inverno é momento de aproveitar o armazenamento de alimento, instante de usufruir dos frutos colhidos na caminhada da experiência e das conquistas legítimas e eternas.
A diretriz básica de semelhante projeto é educar para o amor que cura,
O amor que eleva, o amor que coloca a alma em sintonia com sua própria consciência. É preciso ensinar os Espíritos a garimpar suas próprias preciosidades espirituais.
Olhai e vigiai,nessa tríplice, "olhai" é o autoconhecimento, "vigiai" é a autotransformação e "orai" é o auto-amor. Essa definição parece singela, mas, como sempre, Jesus, o terapeuta do amor, consegue com apenas três verbos traçar um tratado de medicina da alma para eternidade.
Trata-se de três ciclos bem definidos que se entrelaçam em perfeita sincronia para as conquistas morais, emocionais e espirituais.
Olhar tem como significado o autoconhecimento, que está em identidade com a pergunta formulada por Allan Kardec:
"Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal?
Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo."
Vigiar é postura, é comportamento transformador, é ter atenção plena - sem a qual não haverá novas atitudes, novas palavras. Essa vigília é também um estado da mente alerta e atenta, sendo a única condição para a reflexão e a geração de novos hábitos. Vigiar é o movimento de autotransformação aplicada a partir do que se identificou com o autoconhecimento, e este sem aquela pode se resumir a informações racionais sobre a vida interior, conturbando ainda mais a mente com a sombra da soberba e do orgulho.
A autotransformação atinge o coração, sendo, antes de tudo, uma mobilização emocional criadora de estados íntimos de plenitude e serenidade, o que permite o desejo espontâneo de novas e mais luminosas ações. Ela ocorre quando o autoconhecimento é experimentado na prática, criando respostas, alternativas de melhoria, bagagem sobre os caminhos do crescimento espiritual. Na continuidade da pergunta acima citada, observa-se que Allan Kardec, ainda insatisfeito, indagou:
"Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo?". E Santo Agostinho oferece uma das respostas mais lindas sobre o assunto. Se examinarmos atentamente essa resposta, perceberemos que ele fala de reforma na prática, de autotransformação aplicada.
Jesus, porém, não termina seu projeto de saúde integral e ainda refere-se ao orai. Orar é fazer contato com a luz de dentro e de fora, é promover um novo patamar de relação com Deus em nós mesmos, é o auto-amor.
Que oração mais poderosa pode existir que a de ter infinito amor para com nossa própria alma?
Acolhermo-nos com júbilo e motivação legítimos ante a invasão das sombras que ainda carregamos?
Orar é reunir o poder pessoal que pode temporariamente ter sido abalado pelas distrações de nossos impulsos milenares.
Para reunir esse poder será necessário tratarmo-nos como um templo divino que merece respeito, carinho, perdão e amor.
Autoconhecimento é a primavera florida e rica de recados para um futuro promissor.
Autotransformação é o rigor do verão dos aprendizados que temperam e equilibram, seguidos pela ruptura do outono, que recicla por meio de perdas necessárias e inadiáveis.
Auto-amor é o inverno, a busca permanente da alma de se recolher e de se acolher com o próprio calor, com os próprios recursos.
É você com vê os destinos da vida,num posto de emergência ou num atendimento fraterno?

Copilação de
http://www.acasadoespiritismo.com.br/saude/emocoesquecuram/estacoes%20da%20alma%20no%20amd%20emocional.htm

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