quinta-feira, 12 de dezembro de 2013
"Dogmatismo e Espiritismo"
O dogmatismo está presente em muitos atos de nossa vida.
Nosso propósito é refletir sobre o significado e a ocorrência do comportamento dogmático.
Dogmatismo - atitude do espírito que consiste em pensar e em se exprimir em função de dogmas, ou seja, verdades consideradas definitivas.
Dogma significa opinião certa, decreto, axioma.
Dogma, por definição é o fundamento de uma doutrina, que não precisa ser provado, mas é incontestavelmente aceito pelos seus adeptos.
O dogma do espíritismo esta justamente na crença inabalável na existência de um suposto plano espiritual, na existência de espíritos, na reencarnação, na herança reencarnatória de expiações, na evolução do espírito e na vida após a morte em si. Afirmações estas que não possuem provas reconhecidas pela ciência moderna, se não "fundamentadas" somente pela convicção dos adeptos.
A confirmação de que a doutrina espírita possui dogmas, está na ausência total de passagens nas próprias codificações que questionam a possibilidade por mais remota de que o contexto espiritual "revelado" seja inverídico, e também dos próprios adeptos que de forma alguma questionam tal suposta verdade."
O Espiritismo não é uma doutrina dogmática, no sentido de possuir pontos fundamentais e indiscutíveis, impostos aos seus seguidores, de cima para baixo; nem tampouco adota, por mero caráter de obediência cega, decisões de autoridades hierárquicas do próprio movimento espírita.
O Espiritismo é uma doutrina racional, que ensina que tudo se deve passar pelo crivo da razão; daí, todo estudo, reflexão ou troca de idéias, sobre qualquer ponto da doutrina, é saudável e desejável, até porque a fé espírita é uma fé racional, e não fé cega, como se encontra nas doutrinas dogmáticas em geral.
O Espiritismo não possui dogmas de fé e sim princípios de razão.
O Espiritismo também não se afeiçoa ao sincretismo religioso, como se poderia pensar, já que esse foi um fenômeno comum na formação das grandes religiões.
O Espiritismo, no seu processo de surgimento e codificação, não se utilizou do método de fusão de elementos culturais ou religiosos, de símbolos ou práticas humanas tradicionais para formar o seu corpo de doutrina.
Ele traz idéias que já se faziam presentes em antigas filosofias ou culturas do mundo, como a reencarnação, o corpo espiritual, o espírito ou alma, o mundo dos espíritos, a manifestação dos espíritos, a prática mediúnica e a idéia de Deus, mas agora explicados à luz da razão, com uma lógica irrefutável, como nunca antes houvera sido.
Os Dogmas do Espiritismo Positivada, assim, a natureza tríplice do Espiritismo, como ciência, filosofia e religião, devemos apreciar os princípios fundamentais da doutrina, que se resumem nos seguintes dogmas:
Deus é a inteligência suprema do Universo, causa primária de todas as coisas;
O homem, criado por Deus, deve amá-lo sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo;
Tríplice é a natureza do homem, que se constitui de espírito, perispírito e corpo material;
O espírito preexiste e sobrevive ao corpo, que lhe serve apenas para a realização de experiências de natureza evolutiva, no mundo material;
O perispírito é um corpo espiritual, duplo do corpo físico, e meio de ligação entre o espírito e o corpo;
A morte é o processo de desencarnação do espírito, ou seja, do seu desprendimento do corpo material, tornado imprestável pela doença, pela velhice ou por um acidente;
As encarnações do espírito são sucessivas e progressivas, provindo dos reinos inferiores da natureza e prosseguindo através da evolução moral e espiritual do ser, até os mais elevados estágios da perfeição;
A lei da reencarnação implica o efeito das conseqüências ou causas da vida anterior, na seguinte, de maneira que o homem é hoje o resultado do que foi no passado, e assim por diante;
Tríplice é também a natureza do Universo, que se constitui de:• Deus – causa primária,• Espírito – princípio inteligente, e• Matéria – elemento passivo;
O elemento espiritual preexiste e sobrevive ao material, é a sua causa imediata e o seu imediato fim, e tudo o que existe no mundo material provém do mundo espiritual e a ele retorna, no incessante processo da evolução de todas as coisas;
Os espíritos povoam o elemento espiritual, que circunda e interpenetra o material, vivendo, portanto, ao nosso redor, de maneira invisível para o sentido visual comum, mas perceptível pelo aprimoramento das qualidades próprias de que o homem é dotado, e participam da vida humana, influenciando-a para o mal ou para o bem;
O mundo espiritual apresenta uma gradação infinita de seres, conseqüência natural da lei de evolução, que vai desde o espírito que ainda se prende à matéria e se julga encarnado, até os mais elevados seres, dos quais Jesus, o Cristo, é o supremo exemplo de que o homem tem notícia;
Os espíritos não só influenciam os homens, como podem comunicar-se com eles, através das várias modalidades de mediunidade: a intuitiva, a de incorporação, a de efeitos físicos, a de materialização, a de voz-direta, a audiente, a vidente, e diversas outras;
Os homens exercem influência sobre os espíritos que vivem nas proximidades da terra, podendo atraí-los consciente ou inconscientemente e orientá-los, esclarecê-los, doutriná-los durante as sessões práticas de Espiritismo;
A prece e a concentração mental com objetivos elevados são meios de vibração que o homem dispõe para atrair ou afastar as influências espirituais e orientar o seu próprio pensamento;
Cada homem está sob a influência benéfica de um espírito protetor, ou guia espiritual, que é o anjo guardião das religiões, e sob o amparo dos espíritos familiares e amigos, que procuram auxiliá-lo, assim como sob a influência malfazeja de espíritos inferiores e de adversários e inimigos da presente ou de passadas existências;
Pela sua conduta e sua firmeza no bem, o homem se liberta das más influências e ajuda os seus inimigos a se melhorarem;
As relações entre os espíritos e os homens se baseiam nas leis de vibração mental e emocional, sendo inútil e prejudicial o uso de símbolos, gestos, vestimentas próprias, queima de ingredientes como incenso e arruda e outros aparatos exteriores, para a prática de sessões e de outros meios de afastamento dos maus espíritos;
O amor de Deus é extensivo a todas as criaturas, sem qualquer distinção, não havendo razão de ser para a existência de sacramentos como o batismo, o casamento religioso, a extrema-unção e outros;
A lei de causa e efeito preside a todos os processos da vida, tanto no terreno material quanto no moral e espiritual, e a salvação dos homens está nas suas próprias mãos;
A caridade é a lei principal da evolução do espírito e se traduz, não na simples distribuição de esmolas, mas no amor do homem pelo seu semelhante e por tudo quanto existe, pelo que o Espiritismo adota como lema a seguinte frase: Fora da caridade não há salvação;
O Universo é infinitamente habitado, e os mundos que rolam no espaço carregam humanidades que não conhecemos, mas que se ligam a nós pela lei da solidariedade universal;
Todo o Universo conhecido é um processo único de evolução, que o homem tem a possibilidade de integrar de maneira consciente, desde que se decida a acelerar a própria evolução
O dogmatismo está presente em muitos atos de nossa vida. Nosso propósito é refletir sobre o significado e a ocorrência do comportamento dogmático, a fim de nos afastarmos do erro, e conduzirmos o nosso pensamento para uma atitude crítica da realidade em que estivermos inseridos.
Dentro da postura dogmática esta “tese geral” nunca é posta em dúvida, e é exatamente por esta razão que pode ser denominada de dogmática.
Nesse sentido, todas as atividades humanas, com exceção da filosófica, partem de uma tese geral, que deve ser aceita como premissa.
Podemos por em dúvida alguns aspectos desta “tese geral” mas não a tese em si,mesmo a atividade científica, seja da natureza ou do espírito, se processa dentro do horizonte fundamentalmente ingênuo e dogmático da tese geral.
O cientista pode duvidar de um ou outro ponto de sua ciência, contudo nunca põe em dúvida a totalidade do real, razão pela qual nenhuma ciência pode, com os seus próprios meios, justificar-se como ciência, e no momento em que o fizer assume uma tarefa própria da filosofia.
Nossa vivência, na maioria das vezes, é apoiada em crenças dogmáticas.
Entrar no Espiritismo não significa dizer que nos despojamos de todos os nossos automatismos formados ao longo de inúmeras existências.
Na veiculação da idéia espírita, observamos a transferência dessas imagens, dando-se a impressão de que o Espiritismo é dogmático.
Lembremo-nos de que é um erro de nossa interpretação e não expressão verdadeira dos princípios codificados por Allan Kardec.
“O Espiritismo é uma questão de fundo e não de forma”.
Tenhamos coragem e despendamos esforços para penetrar no âmago de suas questões.
Somente assim conseguiremos aprender os fundamentos da doutrina, evitar o preconceito e descobrir a verdade que nos liberta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário