quarta-feira, 28 de maio de 2014

"ANIMAIS E MEDIUNIDADE "


Os animais são os nossos fiéis auxiliares, que tantas vezes nos enternecem, a tal ponto que julgamo-los quase humanos.
Mediunidade em animais é um tema a ser discutido,não de que amanhã estaremos nos consultando com um "pai de santo pitbull" ou pedindo benção ao "preto velho rottweiler".
Para muitos,animal também é um ser humano !
Os animais podem ser médiuns? Freqüentemente se tem proposto esta questão, e certos fatos pareciam respondê-la afirmativamente.
Muitas vezes, os animais percebem a presença dos espíritos até mesmo antes dos sensitivos.
Mas eles podem ser “médiuns” como o homem?
Os espíritos podem se tornar visíveis e tangíveis para os animais, bem como estes compreendem certos pensamentos do homem.
Certos animais percebem a presença de espíritos e que há aqueles que demonstram possuir certas faculdades psíquicas, como a telepatia.
Há casos impressionantes de materialização de animais em sessões experimentais, informando ainda sobre o relato de numerosos casos de manifestações animais na Inglaterra, que constam nos Anais das Sociedades de Pesquisas Psíquicas.
Certamente os Espíritos podem tornar-se visíveis e tangíveis para os animais, muitas vezes tomados de súbito por esse pavor, que vos parece infundado e é causado pela vista de um ou vários desses Espíritos mal intencionados para com os indivíduos presentes ou para os donos desses animais.
Espírito e o Tempo, conta que fantasmas de cães foram visualizados, além de seus ganidos serem ouvidos, por diversas pessoas.

Frente a essas colocações, naturalmente surgem as perguntas: O que tudo isso significa? Esses fenômenos são mediúnicos? Os animais podem atuar como médiuns?
A questão da mediunidade dos animais é freqüentemente proposta sobretudo em razão de fatos que revelavam indícios de inteligência por parte de alguns pássaros educados pelo homem, que pareciam adivinhar pensamentos, chegando a retirar de um maço de cartas aquelas que correspondiam exatamente ao pedido feito.
Dado o interesse que despertou, essa questão foi discutida na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, estando o correspondente artigo publicado na edição de setembro de 1861 da Revista Espírita.
Enfim, o psiquismo animal existe, mas de forma rudimentar; o animal é incapaz de evoluir por si mesmo, nem através da ajuda dos de sua espécie, embora sejam capazes de atos que nos tocam o coração, porém,instintivos
Para analisarmos a possibilidade dos animais atuarem ou não como médiuns, vamos considerar as diferentes maneiras de atuação do médium nos diversos tipos de manifestações dos espíritos.

MANIFESTAÇÕES INTELIGENTES
Embora, à primeira vista, pareçam ser simples as questões referentes ao conceito de fenômeno mediúnico e de médium, bem como à precisa definição de fenômenos de efeitos físicos e de manifestações inteligentes, na realidade, elas são complexas e envolvem muita reflexão e senso crítico.
Por isso, é melhor definir de início o perfil desses fenômenos, a fim de que tenhamos condições de avaliar como os animais poderiam ou não participar de seu mecanismo.
Às vezes, para se referir às manifestações inteligentes, Kardec usa também o termo “intelectual”. Aliás, como afirma Hermínio C. Miranda em Diversidade dos Carismas, “fenômeno mediúnico, de fato, na plenitude de sua conotação semântica, é o de efeito intelectual, no qual o sensitivo funciona realmente como o canal de comunicação entre encarnados e desencarnados”.
Ele lembra ainda que se lê o seguinte em O Livro dos Médiuns: “Os efeitos inteligentes são os que o espírito produz, servindo-se dos elementos existentes no cérebro do médium”.
Segundo o autor, ter-se-ia o próprio cérebro como central nervosa, como ponto de comando do sistema.
Portanto, neste tipo de manifestação, o médium age como intermediário, entendendo-se que a ligação é de mente para mente, com a irradiação do pensamento.
“Para uma comunicação inteligente, há necessidade de um intermediário inteligente e esse é o espírito do médium”, diz O Livro dos Médiuns.

Os homens estão sempre dispostos a exagerar tudo. Uns – e não falo aqui dos materialistas – recusam uma alma aos animais e outros querem lhes conceder uma, por assim dizer, semelhante à nossa.
Por que querer assim confundir o perfectível com o imperfectível?
Não, não, convencei-vos; o fogo que anima os animais, o sopro que os faz agir, mover-se e falar sua linguagem não têm, até o presente, nenhuma aptidão para se misturar, se unir, fundir-se com o sopro divino, a alma etérea, o Espírito, numa palavra, que anima o ser essencialmente perfectível, o homem, esse rei da criação.
De certo, não havendo afinidade entre o fluido do homem e do animal, não há possibilidade deste atuar como médium.
Os espíritos tiram do cérebro do médium os elementos necessários para dar ao pensamento deles a forma sensível para nós.
Então, questiona que elementos seriam encontrados no cérebro de um animal?
Alguns animais, principalmente os adestrados, compreendem certos pensamentos do homem, mas, não os podendo reproduzir, não podem nos servir de intérpretes.
Aqui temos um fato interessante, pois se a restrição apontada é a dos animais não poderem reproduzir o que eventualmente entendam, há, então, os que podem fazê-lo!
A ciência acaba de demonstrar que chipanzés e gorilas são capazes de se comunicar com os homens usando a linguagem de sinais para surdos-mudos.
Essas considerações ficam como uma porta aberta para reflexões e, um dia, quem sabe, à possibilidade de pesquisas sobre o assunto.

Talvez, essa capacidade dos animais compreenderem determinados pensamentos do ser humano esteja relacionada à telepatia. Considerações sobre o desenrolar do processo evolutivo, desde o reino mineral até o hominal, asseverando que “o animal só terá condições para a mediunidade ao atingir a síntese dos poderes dispersos nas espécies de seu reino para se elevar ao plano humano, só que, então, não será mais animal, mas homem”.
É evidente que existe um abismo entre a mente de um chimpanzé e a do homem, mas certamente o julgávamos bem maior.
Portanto, no caso do fenômeno mediúnico de efeitos intelectuais ou inteligentes, parece correto admitir, de forma coerente com o que encontramos nos livros básicos da codificação, que os animais em geral não possuem condições de participar do processo como médiuns ou intermediários.
Na África e outros lugares, mulheres e homens, encarnados e desencarnados, incorporam-se em animais domésticos, como cães ou gatos, e selvagens, como lobos, raposas, veados, entre outros”.
No caso de manifestações de efeitos físicos, o médium não atua como um intermediário, mas como um colaborador do fenômeno, fornecendo fluidos que, combinados com aqueles do espírito agente, saturam a matéria objeto do fenômeno.
“O espírito precisa da matéria para agir sobre ela”.
Entendo que isso se trate da necessidade do espírito se valer da matéria mais sutil, ou seja, de fluidos, para agir sobre aquela mais grosseira. Esse também é o mecanismo dos processos de materialização de espíritos humanos e, quem sabe, venha a explicar “os casos impressionantes de materialização de animais”.
“Costuma-se dizer que os espíritos mediunizam e fazem mover a matéria inerte, as cadeiras, as mesas, os pianos.

Fazem mover, sim, mas mediunizar, não”.
Os espíritos agem sobre a matéria inerte com os elementos que o médium lhes fornece.
“Assim, o envoltório fluídico mais sutil do espírito, unindo-se, casando-se, combinando-se com o envoltório fluídico mais animalizado do médium, permite ao espírito movimentar os objetos”.
Lembremo-nos que a expressão “fluido animalizado” se refere ao fluido vital do ser que tem o “anima”, ou seja, que tem vida, que é encarnado.
Sabemos que os espíritos procuram em elementos da natureza, como determinadas ervas e outras plantas, substâncias de que necessitam para auxiliar encarnados ou desencarnados.
Entre os vários casos com a participação de animais que já ouvi, lembro-me de um muito interessante.
Em uma certa família, era hábito de um idoso senhor chegar em casa à tarde, sentar-se em sua cadeira de balanço e tirar os sapatos.
Como um ato contínuo, seu amigo e fiel cão ia ao quarto e lhe trazia os chinelos. O tempo passou e esse senhor desencarnou.
Certo dia, essa família estava reunida na sala quando se percebeu uma repentina mudança de comportamento no cão, que demonstrava alegria. O impressionante é que o animal se dirigiu ao quarto do antigo dono e, trazendo os chinelos, depositou-os no lugar de costume, diante da cadeira de balanço.
Surpresos e emocionados, os familiares se entreolharam e perguntaram: será que ele está lá?
Analisando o que aconteceu, não podemos afirmar que sim ou não. Obedecendo aos rigores do método racional, podemos dizer apenas que o ocorrido sugere que, de fato, o espírito do senhor desencarnado esteve lá, tendo a sua presença percebida pelo cão.
Outra história,só que essa mais triste,de espíritos que se amontoam nos matadouros para captar o fluido vital que emana dos animais sacrificados.

Agora, os porcos também sentem os espíritos, será que eles atuaram como médiuns?
É uma questão complexa,pois “todo aquele que sente a influência dos espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium”.
Esse é um conceito bastante amplo (“lato sensu”, como poderíamos dizer) e, nesse caso, abrangeria até os porcos do caso do “endemoniado geraseno” ou daquele cão que foi buscar os chinelos do senhor desencarnado.
Entretanto, em uma visão mais focalizada e remontando à origem etimológica do termo, o vocábulo “médium” seria utilizado única e exclusivamente para manifestações de efeitos intelectuais, quando a atuação do indivíduo é a de intermediário.
Por fim, permitam-me uma reflexão.
Imagino que os prezados confrades, a essa altura, estão entendendo bem a razão peta qual decidi tratar o assunto como questão, ou seja, como tema a ser discutido.
E se estamos com a proposta de discutir, temos que estar abertos para as possíveis explicações, sem idéias preconcebidas nem preconceitos, valendo-nos, é claro, de informações contidas nas obras básicas da codificação espírita, assim como da lógica e da razão, como recomendou Kardec.
No meu entender, a questão da mediunidade dos animais continua em aberto, pois ainda existem mais perguntas do que respostas, estando a própria discussão do conceito de “médium” implicada na discussão do assunto.
O animal, seja qual for, não pode traduzir seu pensamento pela linguagem humana, suas idéias são apenas rudimentares; para ter a possibilidade de exprimir-se, como o faria o Espírito de um homem, ele necessitaria de idéias, conhecimentos e um desenvolvimento que não tem, nem pode ter.
Tende, pois como certo que nem o cão, o gato, o burro, o cavalo ou o elefante, podem manifestar-se por via mediúnica.
Para finalizar,contarei uma piada suja e pesada;Um elefante caiu na lama!