terça-feira, 7 de abril de 2015

"Os Eclesiáticos e os Reencarnacionistas"


Porque a Reencarnação passou a ser condenada pela Igreja Católica?
O Concílio de Constantinopla – 553 D.C suprimiu a doutrina da reencarnação dos dogmas cristãos.
Vejamos:Diz-se que, “Até meados do século VI, todo o Cristianismo aceitava a Reencarnação que a cultura religiosa oriental já proclamava, milênios antes da era cristã, como fato incontestável, norteador dos princípios da Justiça Divina, que sempre dá oportunidade ao homem para rever seus erros e recomeçar o trabalho de sua regeneração, em nova existência.
Aconteceu, porém, que, em decisão política, para atender exigências do Império Bizantino, resolveu abolir tal convicção, cientificamente justificada, substituindo-a pela "ressurreição", que contraria todos os princípios da ciência, pois admite a volta do ser, por ocasião de um suposto juízo final, no mesmo corpo já desintegrado em todos os seus elementos constitutivos.
Voltando um pouco no tempo,encontramos Teodora, esposa do famoso Imperador Justiniano, reserva um relato detalhado e picante sobre uma mulher vulgar e insaciável, mas dotada de uma atitude maligna, calculista e insidiosa.

Teodora trabalhava num bordel "controlado por um gigolô". A profissão de atriz na época certamente incluía tanto "exibições indecentes no palco" quanto a prestação de serviços sexuais fora dele;("sórdido negócio do entretenimento na capital"). Teodora ganhava a vida com uma combinação de suas habilidades teatrais e sexuais.
Ela chegou em Constantinopla em 522 e desistiu de sua vida pregressa, se assentando como fiandeira numa casa próxima ao palácio. Sua beleza, inteligência e altivez chamaram a atenção de Justiniano, que se enamorou dela e queria se casar. Porém, ele não podia, pois era herdeiro do trono do tio, o imperador bizantino Justino I, e uma lei romana do tempo de Constantino proibia oficiais do governo de se casarem com atrizes.Teodora,por ter sido ela uma prostituta, isso era motivo de muito orgulho por parte das suas ex-colegas. Ela sentia, por sua vez, uma grande revolta contra o fato de suas ex-colegas ficarem decantando tal honra, que, para Teodora, se constituía em desonra e não poderia casar-se com  Justiniano.Para acabar com esta história, mandou eliminar todas as prostitutas da região de Constantinopla – cerca de quinhentas. Como o povo naquela época era reencarnacionista, apesar de ser em sua maioria cristão, passou a chamá-la de assassina, e a dizer que deveria ser assassinada, em vidas futuras, quinhentas vezes; que era seu karma por ter mandado assassinar as suas ex-colegas prostitutas. Depois que se casara com o Imperador,Teodora passou a odiar a doutrina da reencarnação. Como mandava e desmandava em meio mundo através de seu marido, resolveu partir para uma perseguição, sem tréguas contra essa doutrina e contra o seu maior defensor entre os cristãos. Como a doutrina da reencarnação pressupõe a da preexistência do espírito, Justiniano e Teodora partiram, primeiro, para desestruturar a da preexistência, com o que estariam, automaticamente, desestruturando a da reencarnação e isso era bom pra ela pois teria a certeza que suas companheiras não "voltariam" para acusa-la. Em 543, Justiniano publicou um édito, em que expunha e condenava as principais ideias reencarnacionista,sendo uma delas a da preexistência.Tudo isso é mais estranho ainda porque a reencarnação é realmente implícita no cristianismo. Porque os cristãos acreditavam que Cristo existiu, como o Filho de Deus,antes de se encarnar na forma humana. Acreditam que sua finalidade era levar os homens a se conduzirem como Ele; e que o seu poder permite que o consiga. Os homens, todavia, dificilmente poderiam fazer isto se as suas naturezas e origens fossem completamente diferentes. E se isto acontecesse, certamente Cristo iria mencioná-lo e não iria esperar que fossem como Ele. Naquele tempo, muitos cristãos aceitavam a reencarnação como uma parte essencial do cristianismo. Seguiam os ensinamentos que tinha seu Princípios: “cada alma vem a este mundo fortificada pelas fraquezas ou vitórias da vida anterior. Seu lugar neste mundo, como um vaso escolhido para honrar ou desonrar, é determinado pelos seus méritos ou deméritos. Seu trabalho neste mundo determina a sua vida num mundo futuro”.

Esta filosofia enraiveceu Teodora, que queria acreditar – e que o público acreditasse – que sua atividade neste mundo lhe daria a certeza de uma posição, mais eminente no outro. Esperava, em outras palavras, um “céu” imediato, e naturalmente encarou com desagrado qualquer sugestão de que ela só obteria o “céu” em encarnações sucessivas nas quais expiaria seus crimes. Então esforçou-se por tirar tais noções do cristianismo.
Há suspeitas de que tenha sido a responsável pelo assassinato de dois Papas que a ela se opuseram. Depois de sua morte, Justiniano, que também esperava um “céu” imediato, encerrou a discussão sobre a reencarnação convocando no ano de 553 o Quinto Concílio Ecumênico da Igreja que – em termos modernos – foi cuidadosamente organizado para declarar que a reencarnação era anátema.
Sem dúvida o Imperador e seus bobocas eclesiásticos ordenaram a destruição de qualquer escrito que desenvolvesse ideias sobre a reencarnação porque pretendiam liquidar as últimas reminiscências do ensino sobre esta matéria. E estes escritos poderiam conter algumas das “pérolas” sobre as quais Cristo admoestou seus discípulos que não as jogassem aos "porcos" – um caminho para segurança, de passagem, que suscitaria uma revolta épica sobre o direito do público de se manter informado. Mas Justiniano e seus colaboradores não fizeram um serviço completo de censura e há ainda algumas referências na bíblia e Apócrifos que, pelo menos, sugerem que a reencarnação foi aceita naturalmente.

À primeira vista, é difícil entender por que as Igrejas Cristãs não questionaram a teologia do Imperador e da Imperatriz dissoluta e do falso concílio. Mas, provavelmente, há duas razões para isto.
Por muitos séculos a autoridade e os dogmas das Igrejas raramente foram contestados, em parte porque todos os que o tentaram receberam certamente um tratamento doloroso e pouco cristão. Mais importante, os líderes cristãos primitivos, que lutaram para aumentar o poder da Igreja, provavelmente julgaram as ideias de Teodora e Justiniano mais eficazes politicamente que o ensinamento da doutrina da reencarnação, porque prometer um “céu” e um “inferno” imediatos dava-lhes mais poder e autoridade que ensinar a doutrina da reencarnação, que promete não somente uma segunda chance mas também muitas outras.
Torna-se difícil rejeitar ou modificar um dogma uma vez cristalizado, como poderemos ver pelas angustiantes discussões teológicas de nossa época atual. Assim, devemos compreender nosso clero moderno que sem culpa própria está preso numa gaiola teológica fabricada - bastante estranhamente por Teodora e Justiniano.

Nos séculos II e III muitas pessoas cultas aceitavam a reencarnação; Sabemos que pelo menos cinco fontes que afirmavam a reencarnação.
As Escrituras cristãs e judaicas conheciam bem as tradições judaicas sobre a reencarnação e a divinização e, às vezes, parecia fazer eco sobre a ressurreição.
Existe ainda uma possível sexta fonte para a crença de na reencarnação,através do estudo do de que a reencarnação fazia parte dos ensinamentos secretos de Jesus.
Os "Primeiros Princípios" explica que as almas são enviadas para o seu “lugar, região ou condição” de acordo com os atos realizados “antes da vida atual”. Deus “organizou o universo de acordo com o princípio de uma retribuição totalmente imparcial”. Deus não criou “com favoritismos” mas deu corpos às almas “de acordo com os pecados de cada uma”.
Tanto naquela época como agora se pergunta: “Se as almas não existiam previamente, por que encontramos cegos de nascença que nunca pecaram, enquanto outros nascem sãos?”[Lei de causa e efeito ou Lei do karma ou ainda provação do espírito].“É claro que alguns pecados existem [isto é, foram cometidos] antes das almas [terem corpos] e, como resultado, cada alma recebe a recompensa de acordo com o seu mérito”.[Prova de espiação]. Em outras palavras, o destino das pessoas é determinado por suas ações anteriores.

Este princípio demonstra que há a preexistência da alma e certamente, trazem implícito o conceito da reencarnação.
Ao dizer que o nosso destino resulta de nossas ações passadas,entendendo que tivemos alguma forma de existência anterior que precedeu o nosso corpo atual.
Diante a tudo isso, o futuro e os conflitos entre a Igreja e os “hereges”, se seguiu a tradição dos sábios gregos e judeus – instrutores inspirados e solitários que buscavam a verdade onde pudessem encontrá-la. Ao tentar estruturar-se e consolidar sua autoridade, a Igreja não poderia permitir que a reencarnação de tais instrutores se mantivessem independentes. Nos séculos seguintes,a Igreja restringiu severamente a sua liberdade ao codificar a doutrina e definir as escrituras, substituindo a reencarnação como iluminação pela ressurreição,que passaria ser a "ordem".
Os grandes "doutores das leis" naquela época sabiam explicar a "ressurreição" e não a reencarnação,sendo que o assunto da "alma é muito amplo e difícil de ser esclarecido... Exige, por isso, tratamento diferenciado”.

 Agindo dessa maneira, como se fosse soberana em suas decisões, a assembléia dos bispos, reunidos no Segundo Concílio de Constantinopla, houve por bem afirmar que reencarnação não existe, tal como aconteceu na reunião dos "vaga-lumes",onde os "pirilampos" aclamaram a seguinte sentença, ditada por seu Chefe "Dom. Sapiêncio", em suntuoso trono dentro da mata, na calada da noite: ” Não há nada mais luminoso que nossos faróis, por isso não passa de mentira essa história da existência do Sol, inventada pelos que pretendem diminuir o nosso valor fosforescente “.
E os "vaga-lumes" dizendo amém, amém, ao supremo chefe, continuaram a vagar nas trevas, com suas luzinhas mortiças e talvez pensando – “se havia a tal coisa chamada Sol, deve agora ter morrido”. É o que deve ter acontecido com Teodora: ao invés de fazer sua reforma íntima e praticar o bem para merecer um melhor destino no futuro, preferiu continuar na ilusão de se poder fugir da verdade, só porque esta fora contestada pelos deuses do Olimpo, reunidos em majestoso conclave. “
Uma das doutrinas mais importantes dentro do Espiritismo kardecista é sem dúvida a reencarnação.
A título de conhecimento esta doutrina explica a migração da alma, o fenômeno da morte entre outros assuntos que através de Allan Kardec, recebeu um colorido doutrinário. Enquanto a outra religião permitia regressões na escala reencarnacionista, esta por sua vez no máximo permite o estagnatismo do indivíduo, mas nunca sua involução.

Como nosso mundo ocidental, está acostumado a religião dominadora e "castradora" com os ensinamentos infundados, é difícil empurrar religiões pagãs numa mentalidade cristã que à séculos vem sendo doutrinada pelos ensinamentos bíblicos.
Allan Kardec notabilizou-se como o codificador do Espiritismo (neologismo por ele criado), também denominado de Doutrina Espírita de modo simples e eficaz sem algum elo com a religião dominante ocidental.
"A missão dos reformadores está cheia de escolhos e de perigos e a tua é rude, disso te previno, porque é o mundo inteiro que se trata de agitar e de transformar" e isto era a Missão de Kardec.
“Entretanto,continua  Kardec, graças à proteção e à assistência dos bons Espíritos, que sem cessar me têm dado provas manifestas de sua solicitude, sou feliz em reconhecer que não tenho experimentado um único instante de desfalecimento nem de desânimo, e que tenho constantemente prosseguido na minha tarefa com o mesmo ardor, sem me preocupar com a malevolência de que era alvo. Segundo a comunicação do Espírito Verdade, eu devia contar com tudo isso, e tudo se verificou.”
É mesmo difícil de acreditar que "ressurreição" passaria a ser uma doutrina que supostamente fosse parte do credo cristão desde a época de Cristo,mas reencarnação fora retirada assim tão bruscamente sem nenhuma contestação por parte dos demais. Ora, na época, Roma ainda não dominava o mundo, o primeiro bispo romano com a investidura de papa propriamente dita só veio a aparecer no cenário mundial no VI século com Gregório o Grande. Roma nunca impôs sua autoridade doutrinária em toda a cristandade.

Se a doutrina da reencarnação fosse dogma cristão, esperaríamos encontrar registrados nos anais da historia de vários protestos a respeito desta mudança. Mas o silêncio sobre isso é sepulcral e a razão é simples: nunca houve essa tal supressão doutrinária. Isso não passa de fantasia inventada para dar sentido à ausência desta doutrina nos dogmas cristãos, que, diga-se de passagem, não tem nada a ver com Cristo ou cristianismo, alardeado tantas vezes por Kardec.
João Batista foi a reencarnação de Elias, Jesus supostamente “identificou em João Batista o Espírito do profeta Elias, falecido séculos antes, e que deveria voltar como precursor do Messias (Mateus 11:14 e Malaquias 4:5).
Em pouco tempo, a visão científica, filosófica e religiosa de Allan Kardec se transformaria em uma doutrina tipicamente brasileira.
Tendo iniciado a publicação das obras de Codificação em 18 de abril de 1857, quando veio à luz O Livro dos Espíritos, considerado como o marco de fundação do Espiritismo, após o lançamento da Revista Espírita (1 de janeiro de 1858), fundou, nesse mesmo ano, a primeira sociedade espírita regularmente constituída, com o nome de Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas que vem explicar devidamente a reencarnação e satisfazer essa e outras necessidades.
Pesquisado,extraído e adaptado dos sites:
http://www.aeradoespirito.net/ArtigosPN/REENC_NO_CONC_DE_CONST_PN.html
pt.wikipedia.org/wiki/Teodora_(esposa_de_Justiniano)

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