segunda-feira, 26 de outubro de 2015

"Centro espírita ou "clube" espírita?


O Espiritismo é uma doutrina muito séria para que se aprenda seus princípios por mera curiosidade, ou se faça sua prática sem a devida responsabilidade, sem medir-lhe a conseqüências.
Doutrina de educação por excelência, o Espiritismo repousa em bases filosóficas e científicas com conseqüências morais de profundo alcance para o indivíduo e a sociedade.
Sim, existem centros espíritas e "clubes" espíritas, ou seja, aquelas instituições espíritas onde prevalece o achismo, a centralização de poder, a falta de evangelização, com práticas em desacordo com a Codificação. Naturalmente essas instituições não podem merecer o amparo e dedicação dos Espíritos Benfeitores, que neles não encontram os elementos indispensáveis para essa proteção, ficando, portanto, essas instituições e seus trabalhadores à mercê de outros espíritos, moralmente inferiores e pseudo-sábios que, pelos fios sutis da obsessão vão comandando as atividades e ridicularizando o próprio Espiritismo.
Quem assim procede, banaliza o Espiritismo, acomoda-o a conveniências personalistas e deturpa-o!
É a falta de estudo e compreensão das obras da Codificação, ou seja, os livros organizados por Allan Kardec a partir do ensino dos Espíritos Superiores, que tem levado muitos espíritas imprevidentes a desviarem os objetivos e as práticas do Centro Espírita.
Se o ambiente vibratório do Centro Espírita estiver em desequilíbrio, os fluidos nele armazenados pela Espiritualidade receberão uma carga negativa e ficarão impuros. O desequilíbrio ocorre das seguintes maneiras: desrespeito dos freqüentadores, trabalhadores e dirigentes aos fins das reuniões espíritas; frivolidade e inconseqüência na prática espírita; maledicência e intriga entre os médiuns que estão no Centro Espírita; mercantilismo e mundanismo nas dependências do Centro; ruídos,gargalhadas na hora do passe e atitudes mais graves durante as atividades.

Essas atitudes trarão para o Centro Espírita aqueles Espíritos que se afinizam, sintonizam com tais perturbações, ocasionando o afastamento dos Bons Espíritos, que nele não conseguem encontrar o ambiente adequado para as realizações de ordem superior. É assim que os processos sutis da obsessão começam a se instalar, desorganizando a prática espírita e retirando do Centro o adjetivo "espírita" do seu conteúdo.
Quantos Centros há que ostentam, no estatuto e na fachada, o título "espírita", mas neles não encontramos o Espiritismo!
Casa espírita que não tem um mentor espiritual,é conduzida por dirigentes que a conduz como uma empresa,com ARROGÂNCIA E PREPOTÊNCIA , pseudo-sábios, que não fazem RODEIOS DE PALAVRAS PARA SE IMPOR. São pessoas orgulhosas, que ainda não se despiram das intenções de grandeza e se revestem de muita vaidade.
Não têm humildade para ouvir o próximo pouco menos os Espíritos puros que vem ajudar; procuram sempre discussão e muitos deles até que poderiam vencer pela argumentação, mas, nunca pela vivência.
Geralmente um pseudo-sábio é falador.
São os mesmos "falsos profetas" que o Evangelho lembra com veemência, pedindo para que não nos deixemos ser iludidos pelos tais.
Esses diretores da "erraticidade" não se importam muito com a verdade; o interesse deles são os casos pessoais: querem se mostrar, para que o orgulho fique de pé.
O QUE TORNA UMA PESSOA IMPORTANTE NÃO É A POSIÇÃO QUE OCUPA NA SOCIEDADE,NEM O DINHEIRO QUE POSSUI,NEM A AUTORIDADE QUE EXERCE.
NÃO É A TOA QUE A MORTE NOS FORÇAM A NOS DESVESTIRMOS DA ARROGÂNCIA E DA PREPOTÊNCIA, POIS APRENDEMOS QUE ESSAS VESTIMENTAS, APARENTEMENTE GLAMOROSAS, DE NADA SERVEM NAS HORAS MAIS IMPORTANTES DA VIDA.
É COMO A ROUPA DE UM BAILE DE FANTASIAS, SÓ SERVE PARA O BAILE, E DEPOIS DISSO É UM LIXO PURO.
Por outro lado,temos os consulentes que vão ao centro espírita para "bate-papo", se aglomeram em horas de lazer e querem a cura do tipo "Fast-Food" . Misture a espiritualidade com uma cultura que celebra a velocidade, a multitarefa e gratificação instantânea e o resultado é provável que seja a espiritualidade "fast-food". A espiritualidade "fast-food" é um produto da fantasia comum e compreensível dos consulentes que o alívio de seus sofrimentos, da sua condição humana pode ser rápida e fácil. Uma coisa é certa, porém: a transformação espiritual não pode ser obtida em uma solução rápida,mas eles não querem saber disso.
Nesse "clube espírita",temos também a falsa Espiritualidade; a espiritualidade do falso é a tendência de falar, vestir e agir como se imagina que uma pessoa espiritual seja. É uma espécie de imitação da espiritualidade que imita a realização espiritual da maneira que o tecido estampado de pele de onça imita a pele genuína de uma onça.
Essas pessoas são motivadas pela "motivação confusas"; Embora alguns tem o desejo de crescer seja genuíno e puro, muitas vezes ele se confunde com motivações menores, incluindo o desejo de ser amado, o desejo de pertencer, a necessidade de preencher o seu vazio interno e chegam a procurar centro espírita para arrumar casamento.
A crença de que o caminho espiritual removerá o seu sofrimento e ambição espiritual, o desejo de ser especial, de ser melhor do que, para ser "o único" leva muita gente a fazer esta confusão:Centro espírita ou "clube" espírita?
E quando o ego dessas pessoas ficam Espiritualizado,ele vira uma doença da própria estrutura da personalidade egóica se tornando  profundamente integrada com conceitos espirituais e idéias. O resultado é uma estrutura egóica, que é "à prova de bala." Quando o ego se torna espiritualizado, somos invulneráveis a ajudar, uma nova entrada, ou comentários construtivos.
Quando o médium "não está no seu dia", se incomoda quando é solicitado. Fala de si o tempo todo, se elogiando, se achando o melhor,se achando um ser impenetrável e estando tolhido em seu crescimento espiritual, pensando em nome da espiritualidade.
Nesse "Clube",temos produção em massa de professores Espirituais: Há uma série de atuais tradições espirituais da moda , que produzem pessoas que acreditam estar em um nível de iluminação espiritual, ou mestria, que está muito além de seu nível real. Isto funciona como uma correia transportadora espiritual: coloca este brilho, leva àquele "insight", e bam! - Você está iluminado e pronto para iluminar os outros de maneira similar. Não tem moral para falar ou cobrar,porque fuma,bebe,bate na mãe,xinga o pai,chuta o cachorro e é cheio de vícios. O problema não é aquilo que tais professores ensinam, mas que representam a si próprios como tendo realizado a mestria espiritual . 
E o orgulho Espiritual? O orgulho espiritual surge quando o profissional, através de anos de esforço trabalhado efetivamente alcançou um certo nível de sabedoria e que usa esse conhecimento para se desligar a novas experiências. Um sentimento de "superioridade espiritual" é outro sintoma de um "clube espírita".
Ele,o orgulho, se manifesta como uma sensação sutil de que "Eu sou melhor, mais sábio e acima dos outros porque sou espiritual.
É possível encontrar nesse  "clube espírita",uma "mente de grupo". A mente de grupo é um vírus insidioso que contém muitos elementos tradicionais da co-dependência. Um grupo espiritual faz acordos sutis e inconscientes sobre as formas corretas de pensar, falar, vestir e agir. Indivíduos e grupos infectados com o "espírito de grupo" rejeitam indivíduos, atitudes e circunstâncias que não estão em conformidade com as regras, muitas vezes não escritas do grupo.
Encontramos também o "complexo de povo escolhido". O complexo de pessoas escolhidas não se limita aos evangelhos. É a crença de que "O nosso grupo é mais poderoso, iluminado e evoluído espiritualmente, e simplesmente colocado, melhor do que qualquer outro grupo." Há uma distinção importante entre o reconhecimento de que alguém encontrou o caminho certo, o professor, ou comunidade para si, e tendo encontrado aquele, O Único.
Como em todo lugar se contamina,neste "clube" temos o Vírus Mortal do "Eu Cheguei".
Tomem cuidado porque é um vírus tão potente que tem a capacidade de ser terminal e mortal para a nossa evolução espiritual. Esta é a crença de que "Eu cheguei" na meta final do caminho espiritual.
Nosso progresso espiritual termina no ponto em que essa crença se cristalizou em nossa psique, no momento em que começamos a acreditar que chegamos ao fim do caminho, um maior crescimento cessa.
À medida que enfrentamos nossos obstáculos para o crescimento espiritual, há momentos em que é fácil cair em um sentimento de desespero e auto diminuição e perder nossa confiança no caminho.
Precisamos ter olhos para ver e ouvidos para ouvir, manter a fé em nós mesmos,estudar,pesquisar,questionar, a fim de realmente saber a diferença de um centro espírita e de um "clube espírita".
Adaptado de Eyes Wide Open (Olhos Bem Abertos): 
Cultivando o Discernimento no Caminho Espiritual (True Sounds) 
Por Mariana Caplan, Ph.D. 

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