quinta-feira, 3 de novembro de 2011

OBSESSÃO E LOUCURA‏

No plano espiritual Manoel Philomeno Miranda vem dando continuidade às suas lides espíritas.

Através da psicografia de Divaldo Pereira Franco, este nobre espírito vem apresentando através de seus livros, talvez o mais completo estudo feito até hoje sobre a problemática das obsessões e sua correlação com a loucura, quem sabe até sendo um dos precursores da psiquiatria do futuro.

Dentro das várias conceituações que a ciência deu à loucura, poderíamos dizer que esta seria as "alterações mórbidas da vida psíquica".

Na classificação das patologias mentais poderíamos dividir os doentes mentais em três grandes grupos: neuróticos, psicóticos e personalidades psicopáticas.

Os neuróticos conservam razoável contato com a realidade, porém às vezes com profundos sofrimentos psíquicos. Os psicóticos apresentam uma perda das funções psíquicas, numa desestruturação da personalidade. E as personalidades psicopáticas demonstram desajuste com o meio, em constante conflito com o EU.

Gostaríamos de salientar que esta classificação é por assim dizer didática, pois os sintomas nem sempre são bem definidos, podendo se apresentar de forma oscilante e mesmo invadir o terreno do outro grupo.

A cura das patologias mentais continua sendo uma grande incógnita para a medicina, apesar das pesquisas e medicamentos para o tratamento dos males psíquicos, como o Prozac e o Risperdal.

No século passado a escola de Charcot começou a defender a tese organicista, onde as doenças mentais eram entendidas como doenças físicas, ou seja, doença mental era tratada como doença cerebral, o que caiu por terra quando o psiquiatra começou a trabalhar com hipnose na remoção e mesmo "produção" de sintomas, o que fez surgir até uma ponte entre a psiquiatria e a psicologia.

Freud revolucionou a psiquiatria ao criar a psicanálise, dizendo que os medicamentos não alcançavam a raiz do problema. Embora o grande médico alemão não tenha cogitado sobre o espírito e a palingenesia, um de seus maiores biógrafos disse em recente entrevista *(1) que apesar dá ênfase dada nos dias de hoje à pesquisa cerebral, nos processos de investigação do cérebro de forma biológica e fisiológica, considerando que ele é o responsável por tudo o que nós somos, em sua opinião existe algo mais dentro dessa estrutura biológica, que exatamente não se sabe o que é.

Não seria o que nós espíritas estamos chamando há 142 anos de "espírito"?

Deixando de lado as conceituações da ciência acadêmica sobre o assunto, partamos agora para a análise do problema à luz da Doutrina Espírita.

Os Espíritos revelaram à Kardec que poderiam interferir no mundo terreno, o que levou o mestre lionês a dedicar um capítulo inteiro do Livro dos Espíritos ao assunto, intitulado "Intervenção dos Espíritos no mundo corpóreo". Entre outras coisas os Espíritos disseram que poderiam conhecer, influenciar e mesmo penetrar o pensamento dos homens, e que os espíritos ignorantes poderiam chegar ao ponto de obsedá-lo e mesmo subjugá-lo.

Kardec desenvolveu mais adiante no Livro dos Médiuns a questão, onde no Capítulo 23, classificou a patologia das obsessões em três aspectos: simples, por fascinação e por subjugação. Vale ressaltar que neste capítulo o codificador trataria da obsessão nem tanto quanto á sua relação com as patologias mentais, mas sim no que se refere aos escolhos da mesma na prática mediúnica. O que em nada deixa suas considerações ultrapassadas ou menos abrangentes, pois Manoel Philomeno Miranda vai desenvolver todo um ensaio sobre a obsessão, suas características e conseqüências, tomando por base a classificação apresentada por Allan Kardec. *(2)

Manoel Philomeno explica que a obsessão é uma espécie de assédio espiritual que um espírito começa a exercer sobre uma pessoa e que esta se dá devido a uma perfeita sintonia entre obsessor e obsidiado.

Os motivos da obsessão podem ser diversos, mas quando esta apresenta características de tenacidade, geralmente trata-se de uma vingança praticada contra os atos que o encarnado cometeu contra o espírito obsessor, quando este ainda revestia a indumentária carnal.

O perseguidor desencarnado começa a se insinuar ao encarnado insuflando-lhe através da via telepática, idéias fixas, preocupações, medos infundados…

Aproveitando-se dos complexos, recalques e reações pessimistas de sua vítima - que o perseguidor espiritual vai explorar habilmente -, se forma uma tomada, numa espécie de intercâmbio psíquico.

Á partir daí, quando já está estabelecida a interferência e pelos fluidos deletérios que assimila do algoz espiritual, se originam os variados desequilíbrios psíquicos e orgânicos que atingem o hospedeiro encarnado.

Manoel Philomeno esclarece que "A mente, viciada e aturdida pelas ondas perturbadoras que capta do obsessor, perde o controle harmônico, automático sobre as células, facultando que as bactérias patológicas proliferem, dominadoras. Tal inarmonia propicia a degenerescência celular em forma de cânceres, tuberculose, hanseníase e outras doenças de etiopatogenias complexas, (...)".

Quanto maior a duração do intercâmbio psíquico, mais profunda vai se tornando a indução obsessiva e mais escassas as possibilidades de reversibilidade da situação, podendo levar a vítima a alucinação total…

Isto quando o obsessor também não passa a agir sobre os centros motores do indivíduo, por uma vigorosa e contínua ação fluídica, resultando numa obsessão físio-psíquica, interferindo no anabolismo e catabolismo, prejudicando o metabolismo geral do organismo.

Gostaríamos de lembrar que Manoel Philomeno de Miranda diz em seus livros que nem todas as distonias mentais são resultado da obsessão.

Na raiz das patologias mentais também existem os fatores físicos de origem congênita, os distúrbios glandulares, as anomalias da personalidade, sem falar nas descobertas da química cerebral no que se refere ao papel dos neurotransmissores na formação dos pensamentos e emoções.

Nós espíritas devemos nos deter na análise das psicopatogêneses espirituais, jamais desdenhando do tratamento médico, tratando do espírito, pois quem trata da matéria é a medicina terrena, uma vez que os espíritos superiores disseram à Kardec na questão 474 do *L. E: "(...) Freqüentemente se têm tomado por possessos criaturas epiléticas ou loucas, que mais necessitam de médico do que de exorcismo."

Por outro lado o Espiritismo abre um novo paradigma á psiquiatria, oferecendo a terapêutica espírita como tratamento coadjuvante na problemática das doenças mentais, visto que obsessão espiritual e afecção mental muitas vezes andam de mãos dadas.

Utilizando-se dos recursos da fluidoterapia como o passe magnético, a água fluidificada, bem como do hábito da oração como intercâmbio de forças, conjugado com a psicoterapia do Evangelho visando a mudança de atitude mental, o obsidiado consegue elevar o seu padrão vibratório, ficando indene às vibrações negativas do obsessor, porquanto a parasitose espiritual é uma questão de sintonia vibracional.

O obsessor por sua vez, conduzido pela equipe espiritual da casa à sessões desobsessivas, merece ser tratado com respeito e carinho, onde o doutrinador deve compreender-lhe as dores morais pelos acontecimentos de que foi vítima no passado, indicando-lhe como lenitivo para seu sofrimento a terapêutica do perdão, pois pelas próprias palavras de Manoel Philomeno Miranda " (...) toda ação má procede sempre de quem não está bem".

1- Infelizmente vemos que hoje há centros espíritas que estão abolindo as sessões mediúnicas, alegando para isto serem estas desnecessárias e as dificuldades de se formar grupos mediúnicos equilibrados, numa postura que além de descaracterizar a doutrina codificada por Kardec, é também a nosso ver falta de caridade, pois o próprio espírito de Manoel Philomeno Miranda fala em sua obra da importância do choque anímico para os espíritos sofredores e muito perturbados, pois em contato com a matéria do médium estes espíritos ficam mais sensíveis, mais acessíveis as impressões do doutrinador
SEMINÁRIO: LOUCURA, OBSESSÃO E SEU TRATAMENTO


Astolfo Olegário de Oliveira Filho (De Londrina, PR)


Obsessão e Loucura

                1. Obsessão não é loucura, mas pode produzi-la, se a ação malfazeja de um Espírito sobre outro for persistente e não tratada a seu devido tempo. Nesse caso, é preciso compreender que a ação persistente pode produzir lesões físicas, muitas vezes irreversíveis.

                2. No livro "Grilhões Partidos", de Manoel P. de Miranda, vemos diversos exemplos de doenças mentais, como epilepsia e esquizofrenia, que nada têm a ver com a obsessão. E o mesmo livro mostra que o caso Ester, que era tipicamente subjugação obsessional, fora tratado como esquizofrenia. O autor mostra-nos, no entanto, que nas obsessões e nas doenças mentais a lei de causa e efeito está sempre presente.

                3. A perturbação mental se manifesta de duas maneiras diferentes: com e sem lesão cerebral. Bezerra de Menezes, no livro "A Loucura sob Novo Prisma", sugere, para casos distintos, tratamentos distintos. Se o problema não é orgânico-cerebral, é preciso levar em conta as causas extrafísicas atuantes.

                4. Allan Kardec, n' "O Livro dos Médiuns", sustenta que entre os tidos por loucos muitos há que são apenas subjugados. A recíproca é também verdadeira. A experiência do Dr. Ignácio Ferreira aponta nesse sentido. Por isso deve haver muito cuidado com os diagnósticos apressados, como José Raul Teixeira alerta no livro "Diretrizes de Segurança", pergunta 96.

                5. Na obsessão, o que determina a perturbação é a interposição de fluidos do obsessor entre o agente (alma) e o instrumento de sua ação mental (cérebro). Tanto na loucura propriamente dita, como no processo obsessivo, o que existe é uma irregularidade na transmissão ou manifestação do pensamento.

                6. Se há uma incapacidade material do cérebro para receber e transmitir fielmente as cogitações do Espírito encarnado, temos a loucura. Se há interrupção do fluxo dessas cogitações, que não chegam integralmente ao cérebro, eis a obsessão. Mas os especialistas, como o Dr. Célio Trujilo Costa, psiquiatra espírita do Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro, dizem ser muito difícil afirmar quando se trata de loucura ou de obsessão, pois há componentes de uma e outra em ambos os casos.

                7. Os evangelistas Marcos, Lucas e Mateus narram inúmeros casos de possessão que impunham ao enfermo uma incapacidade física qualquer, como cegueira, crises epilépticas, mudez, que cessavam quando o paciente era libertado.


Profilaxia e Tratamento da Obsessão

                8. O tratamento da obsessão exige, como condição indispensável, a transformação moral do paciente. E' fundamental a elevação de seu padrão vibratório, através de bons pensamentos, bons sentimentos e bons atos, para que ele, elevando esse padrão, deixe de sintonizar na mesma faixa vibratória do obsessor e fique, assim, fora do alcance da entidade desencarnada.

                9. A prática do bem e a confiança em Deus aparecem, assim, como fatores essenciais na desobsessão.

                10. Podemos sintetizar em sete itens os recursos necessários ao bom êxito no tratamento das obsessões:

                a) conscientização do problema por parte do obsidiado e de seus familiares, lembrando-lhes que a paciência é fator essencial no tratamento e que as imperfeições morais do obsidiado constituem o maior obstáculo à sua cura;

                b) fluidoterapia (passes magnéticos, radiações e água magnetizada);

                c) prece e vigilância permanente;

                d) laborterapia;

                e) renovação das idéias através da boa leitura, de palestras e da conversação elevada;

                f) culto evangélico no lar;

                g) esclarecimento do Espírito obsessor, em grupos mediúnicos especializados, em cujas reuniões a presença do enfermo não é necessária.

Obsessão e Loucura
Caírbar Schutel
Sob o ponto de vista Espírita o desequilíbrio das funções cerebrais se traduz pelas duas palavras: Obsessão e Loucura.
Obsessão é o domínio que os maus Espíritos exercem sobre certas pessoas no intuito de submetê-las à sua vontade, pelo simples prazer de fazerem mal, ou exercerem uma vingança.
Loucura é um estado mórbido dos órgãos que se traduz as mais das vezes por uma lesão; é, portanto uma moléstia tísica em sua causa, ainda que seja mental na maior parte dos seus efeitos.
Na obsessão se distingue a sugestão, a fascinação e subjugação - como na loucura se verificam a monomania, a mania, a demência e a idiotismo.
A sugestão é o que chamamos obsessão simples; - o indivíduo conhece uma força estranha que sobre ele atua, procura livrar-se e se tem à força moral precisa para vencer o inimigo, dele se desembaraça com mais ou menos dificuldade.
A fascinação tem conseqüências muito mais graves: o Espírito conduz aquele a quem domina como quem conduz um cego e pode excitá-lo a proceder de modo ridículo, comprometedor e até perigoso.
A subjugação é uma pressão que paralisa a vontade daquele que a sofre, e o faz proceder contra a sua vontade. Acha-se verdadeiramente sob um jugo.
A subjugação pode ser moral ou corporal. No primeiro caso o subjugado é solicitado a tomar determinações absurdas e comprometedoras, que por uma espécie de ilusão julga sensatas: é uma espécie de fascinação em alto grau. No segundo caso o Espírito atua sobre os órgãos materiais e provoca movimentos involuntários.
É bastante se ter assistido uma sessão de Hipnotismo para compreender a cena que invisivelmente se desenrola ante nós e que deixamos desapercebida por não afetar os nossos sentidos materiais.
Assim também o cego de nascença negará a ação hipnótica exercida de um indivíduo a outro.
O hábito mata a sensação: o costume de ver loucos e de não buscar as causas que engendraram a loucura nos faz encarar por um outro prisma os desarranjos mentais que têm encerrado nos manicômios tantos infelizes.
Voltando ao hipnotismo é preciso lembrar que neste também se observa diversas fases ou estado: 1 ° Sugestão; 2° Fascinação; 3° Catalepsia; 4° Estado Sonambúlico; 5° Estado Letárgico; 6° Sonambulismo lúcido; 7° Extático.
A este último sucede o desdobramento da pessoa.
Quem hipnotiza não é o corpo e sim o indivíduo - o ser pensante - o Espírito. Claro está que sendo o homem imortal ele pode continuar a hipnotizar no estado invisível em que se acha, exercendo com mais facilidade o seu império, visto a sua invisibilidade - é o que chamamos obsessão.
Hipnotiza-se um indivíduo violentando-lhe à vontade, aniquilando-lhe a liberdade; é nisto que o hipnotismo se diferencia do magnetismo. A hipnotização de um para , outro homem é uma obsessão intervivos
Hipnotizáveis são, mais ou menos, todas as pessoas e com mais forte razão aquelas que abdicam a liberdade - o livre arbítrio que por Deus lhe foi concedido obedecem cegamente os preconceitos e as imposições que lhes são sugeridas. Donde se pode concluir que é difícil hipnotizar um espírita verdadeiro: um homem que pensa, que raciocina, que discute, que analisa, que compreende, e sabe discernir o bom do mau - a verdade da falsidade.
O espírita médium não se deixa hipnotizar, e quando ele fica mediunizado é que se deixou magnetizar e não hipnotizar, palavras mui distintas e de significação mui diversa.
São raríssimos os casos de obsessão espírita e o testemunho desta verdade tios dá o grande alienista e neuro-patologista dr. Henrique Marselli - professor de clínica mental e nervosa na Universidade de Gênova, quando diz em seu livro:
"É meu dever declarar que deploráveis casos de nevrose "espírita" são muito raros; na minha carreira e entre milhares de doentes, apenas me recordo de quatro ou cinco. Todos as espíritas que melhor conheço me pareceram todos de um caráter equilibrado, duma inteligência cultivada e de uma excelente saúde"

Nenhum comentário:

Postar um comentário