Isto é, “etaoin / shrdlu” são as doze letras mais comumente usadas na língua inglesa.
Esse teclado de linotipo já não guarda certa semelhança com as sugestões de Monte Thrasher para uma nova brincadeira do copo? Mas deixemos isto de lado por enquanto, para ir direto à ideia de também dispor as letras com tamanhos diferentes, de acordo com sua frequência. Pois é provável que você já tenha visto algo similar navegando pela rede.
Acima, uma nuvem de palavras, um Wordle do texto “Penso, Logo Desisto”, onde as palavras mais usadas aparecem maiores. Como padrão, as palavras mais comuns como artigos, “o”, “a”, “um”, etc., foram removidas para que a imagem represente as palavras mais relevantes no texto, e funciona formidavelmente. Mesmo sem ler o texto, basta uma olhada na nuvem de palavras para perceber que ele lida com a consciência, o cérebro, memória, decisão.
Caso as palavras mais comuns não sejam removidas, no entanto, obtemos algo assim:
“Que”? Bem, pelo visto é a palavra mais repetida no texto, e conquanto o Wordle acima não represente visualmente de forma muito eficaz do que o texto trata, ele seria muito útil caso se desejasse “ditar” apontando com um copo, caneta ou compasso tudo que foi escrito. Isto porque na nuvem acima todas as palavras do texto original estão contidas, e estão arranjadas de forma que as palavras mais repetidas surgem maiores. Um “espírito” acharia muito conveniente que artigos como “o” ou “a” estejam bem destacados em letras garrafais.
O mesmo pode ser feito, claro, com textos em inglês. Abaixo vemos o Wordle da versão em inglês do texto, “Mind Under Matter”, sem que os termos mais comuns, como o artigo “the”, fossem removidos:
Note a similaridade, incluindo o gigantesco “the”, com o rascunho original criado por um artista talentoso como Monte Thrasher, que entre outras obras criou o alfabeto romulano da série Jornada nas Estrelas. É incrível que esta disposição gráfica tenha sido criada automaticamente por um algoritmo computadorizado. Mas é necessária certa sugestão artística para explorar seu inusitado uso reverso como tabuleiro para comunicação com “espíritos”, no que é a primeira idéia exposta aqui para uma nova brincadeira do copo.
Pode-se, por exemplo, criar uma nuvem de palavras no Wordle da Bíblia, ou melhor ainda, do Livro dos Espíritos, uma vez que Allan Kardec teria conduzido suas entrevistas com espíritos confiando também em instrumentos não muito diferentes do tabuleiro Ouija e brincadeiras do copo. Abaixo, um wordle do primeiro capítulo do Livro dos Espíritos:
Uma hipotética entidade espiritual que precisasse indicar novamente o texto, palavra por palavra, poderia considerar essa nuvem de palavras muito útil. Imagine a situação, ou mesmo se pode praticá-la: um grupo de participantes em torno de uma versão impressa dessa nuvem de palavras, com uma caneta, copo, compasso, esperando que apontem palavra por palavra, reproduzindo o texto original.
Participantes mais dados a emoção podem criar nuvens de palavras a partir de textos de livros de terror e esperar que se formem mensagens ainda mais assustadoras que o comum.
Uma nova brincadeira supersticiosa, gerada automaticamente por um algoritmo computacional em um servidor nos EUA, provocando novas emoções, novas histórias, novas lendas. Uma brincadeira do copo versão 2.0.
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