Essa meditação é feita em grupo e praticada por pessoas que desejam servir à evolução da humanidade. Elas se reúnem regularmente e juntas dizem, em voz alta, A Grande Invocação, mantra que foi divulgado ao mundo em 1945 por Maitreya.
Durante as sessões, os participantes permanecem em silêncio com a atenção focalizada no centro Ajna (entre as sobrancelhas). A mentalização do mantra OM é utilizada quando a atenção divaga. Ao manter o foco no centro Ajna, o alinhamento entre o cérebro físico e alma (nível búdico) é produzido. Forma-se então um canal entre o grupo e a Hierarquia dos Mestres da Sabedoria. Os grupos que praticam a Meditação de Transmissão atuam como subestações (pontos de entrada) de energias espirituais. Os Mestres enviam as energias condicionadas de forma adequada aos chakras de cada indivíduo do grupo, assim tornando-as mais acessíveis e úteis para a humanidade.
Diferentemente de outras práticas, a Meditação de Transmissão está sob o controle dos Mestres e caracteriza-se pela simplicidade. Os grupos não tentam enviar tais energias a nenhuma pessoa, grupo ou país. São os Mestres que realizam o redirecionamento necessário. A Meditação de Transmissão é uma atividade não sectária e portanto não interfere com outras práticas religiosas e espirituais. Pode ser feita de forma segura por qualquer indivíduo com mais de 12 anos de idade. Há centenas de grupos de Transmissão em todo o mundo que se reúnem de uma a três vezes por semana, a uma certa hora e dia marcados, convenientes aos membros do grupo.
Meditação transcendental
Meditação Transcendental é uma técnica de meditação introduzida em 1958 por Maharishi Mahesh Yogi que envolve o uso mental de sons específicos, com propriedades psicoactivas, chamados mantras.[1] De acordo com Maharishi, a técnica permite que a mente do praticante "transcenda", atingindo um estado de "vigilância tranqüila", sem recurso a concentração ou a pensamento ativo, como sucede em outras técnicas.[2]Hsing Yün, Only a Great Rain
O melhor modo para atingir o samadhi [absorção meditativa] é aprendê-lo através da prática da meditação sentada. Depois de termos praticado suficientemente a meditação sentada por um longo de período de tempo, descobriremos que somos capazes de entrar em samadhi quando caminharmos nas florestas, ao lado de um rio na montanha ou no meio de uma campina. Logo após este estado ser atingido, descobriremos que somos capazes de entrar em samadhi até mesmo em uma rua agitada no meio de uma cidade barulhenta. Os estados de samadhi podem ser frágeis no começo, mas com a prática tornam-se muito fortes.
No início, devemos aprender como entrar em samadhi em uma sala quieta com poucas distrações. A luz deve ser reduzida mas a sala não deve estar escura, pois a escuridão pode induzir ao sono. É bom ter um altar ao Buddha em sua sala de meditação e é bom curvar-se diante do Buddha e acender incenso antes de começar a meditar. Junte seus pensamentos enquanto acende o incenso e focalize sua atenção sobre o Buddha. Seu assento não deve estar no vento ou no sol, e sua sala de meditação não deve ser úmida. O objetivo da meditação é elevar sua consciência e não o de fazê-lo ficar doente.
Roupas folgadas e confortáveis devem ser vestidas para a meditação, e o estômago não deve estar cheio de comida. Depois de comer, é melhor esperar pelo menos uma hora depois antes de começar a meditar. Aprendendo como controlar e pacificar estas três áreas de nosso ser, aprendemos como perceber a beleza maravilhosa do Buddha que já está dentro de nós.
A grandeza do samadhiControle do corpo
é como a grandeza de um rei
porque o samadhi controla tudo.
— do Shastra Mahaprajnaparamita
Os sete aspectos do Buddha Vairochana sentado são um fundamento básico para a medição buddhista. Discutiremos estes sete aspectos abaixo.
1. A posição de lótus. Falando de modo geral, a posição de lótus é a melhor posição para a meditação sentada. A posição de lótus completo é uma posição de pernas cruzadas em que o pé descansa sobre o topo das coxas, bem acima dos joelhos. A posição de meio-lótus é uma posição de pernas cruzadas em que apenas um pé descansa no topo de uma coxa, enquanto o outro pé descansa abaixo da outra coxa. A posição de lótus completo é considerada a melhor posição para a meditação porque estabiliza o corpo muito efetivamente. Se esta posição for desconfortável, a posição de meio-lótus deve ser usada. Se esta posição também for desconfortável, não há problema em meditar sentado sobre uma cadeira ou sobre um banquinho baixo designado para meditação. A coisa mais importante sobre qualquer posição que escolha é que suas costas estejam eretas e que não toquem qualquer coisa.
As fontes chinesas geralmente reconhecem dois tipos de posição de lótus completo. A posição em que o pé esquerdo é colocado sobre a coxa direita e então o pé direito é colocado sobre a coxa esquerda é usada para obter bênçãos e é chamada a "posição auspiciosa". Quando a ordem de colocação dos pés sobre as coxas é invertida, a posição é usada para subjugar demônios e é chamada a "posição de subjugar demônios".
2. Posição das mãos. Uma vez que uma posição sentada seja adotada, as mãos devem descansar confortavelmente no colo, com as costas de uma mão descansando sobre a palma da outra. As pontas dos polegares devem tocar levemente uma à outra. Esta posição é muito boa para a circulação de energias dentro do sistema é chamada mudra do dharmadhatu.
3. Posição das costas. Já que a espinha é o principal centro nervoso do corpo, onde as energias das extremidades se juntam, é importante que a espinha esteja ereta enquanto se medita. As pessoas que têm costas fracas ou que não estão acostumadas a se sentar sem qualquer suporte podem precisar de algum tempo para se acostumarem a se sentar deste modo. A maioria das pessoas é capaz de se sentar corretamente sem muita prática. A espinha deve estar ereta na meditação, mas não deve estar rígida, dura ou ereta de forma desnatural. Acima de tudo, devemos nos sentir relaxados e confortáveis em nossa posição de meditação. Antes de tudo, devemos desfrutar o ato físico de se sentar para meditar.
4. Posição dos ombros e do tórax. Os ombros devem ser mantidos confortavelmente para atrás, em uma posição que permita que o tórax relaxe para que a respiração possa fluir suavemente.
5. Posição do pescoço e da cabeça. Tanto a cabeça quanto o pescoço devem ser mantidos eretos. Se a cabeça se inclinar muito para frente, a circulação através do pescoço não será a melhor. Se vistas de lado, as orelhas devem estar alinhadas diretamente acima com os ombros. Esta posição permite que a respiração viaje suavemente através do nariz até os pulmões e fornece uma circulação excelente através do abdômen e da cavidade torácica. Alguma atenção deve ser dada aos músculos atrás do pescoço. Se estes músculos estiverem relaxados e bem alinhados, as costas inteiras geralmente cairão na posição natural muito facilmente.
6. Posição da boca. A mandíbula e os lábios devem estar levemente fechados. A ponta da língua deve estar gentilmente atrás dos dentes frontais superiores.
7. Os olhos. Os meditadores iniciantes geralmente praticarão melhor se manterem seus olhos levemente abertos e olharem fixamente para algo a meio ou um metro à frente. Isto ajudará a impedir a sonolência.
Estes sete pontos são básicos para nossa postura física enquanto estivermos meditando. Abaixo mencionarei mais oito pontos que também são importantes para atingir uma posição de meditação confortável e efetiva.
1. Paz. Nosso assento e nossa sala em que meditamos devem estar arrumados de um modo que seja condutivo a sentimentos de paz e conforto.
2. Não estar constringido. Roupas apertadas, cintos, relógios, óculos, jóias ou qualquer outra peça que constrinja a circulação devem ser soltos ou removidos antes de meditar.
3. O assento. Se estivermos usando a posição de lótus ou meio-lótus, devemos nos sentar sobre uma almofada confortável que não deslize ao redor nem mude facilmente a sua forma. Uma boa almofada deve ser grande o suficiente para suportar as pernas e os joelhos, e deve ter cerca de quatro dedos de grossura.
Se esta posição não for confortável, um banquinho baixo designado para meditação pode ser usado, assim como a ponta de uma cadeira ou a ponta de uma cama dura. A postura é importante na meditação. Porém, como os corpos e os hábitos das pessoas variam muito, é impossível estabelecer apenas uma ou duas regras para sentar. Novamente, o conforto e uma espinha ereta que não toque qualquer coisa são básicos para todas as boas posições de meditação.
4. Cobrir os joelhos. Já que a nossa circulação diminui durante a meditação, é importante que os seus joelhos sejam mantidos quentes. Se o tempo estiver frio, eles devem ser cobertos com um pequeno cobertor ou pano.
5. Purificar a respiração. Repita a seguinte ação três vezes: inale através do nariz e exale através da boca. Enquanto exalar, imagine que está exalando as toxinas e máculas do seu sistema. Tanto as suas inalações quanto as exalações devem ser lentas e atentas. Se não se sentir relaxado depois de fazer este exercício, repita-o.
6. Vire seu corpo algumas vezes em ambas as direções e então se sente quietamente, sem se mover mais. Se a sua posição não parecer correta, vire-se novamente e se sente quietamente de novo. É muito importante se sentar enquanto estiver meditando. Movimentos ocasionais podem ser tolerados, mas todo meditador deve se esforçar para atingir longos períodos de tempo durante os quais não haja qualquer movimento do corpo.
7. A face. Assim como todas as outras partes do corpo, a face deve estar relaxada. Um sorriso bem leve, se isto for natural, é uma boa expressão facial para meditar. A própria face não deve ser rígida ou severa.
8. As costas não devem se apoiar em qualquer coisa. Durante a meditação, as energias dentro do sistema naturalmente começarão a retroceder na espinha e então subirão dentro dela. Se as costas estiverem apoiadas em alguma coisa, este fluxo natural será bloqueado.
As três coisas mais básicas a se lembrar sobre sua posição de meditação são o conforto, a imobilidade e uma espinha ereta que não esteja apoiada em qualquer coisa. A meditação deve ser agradável e assim devemos nos fazer o tão confortáveis quanto possível. A imobilidade durante a meditação ajuda-nos a arrear e elevar todas as energias presentes em nosso sistema. Uma espinha ereta, que não esteja apoiada em qualquer coisa. cria o canal para essas energias subirem em direção aos centros superiores.
O samadhi é como a água pura e claraControle da respiração
Pois pode limpar todas as máculas.
— do Grande Tratado sobre a Perfeição da Sabedoria
O objetivo básico do controle da respiração é o de transformar a respiração áspera ou pesada em em uma respiração mais lenta e refinada. Uma vez que o corpo esteja imóvel e que a respiração esteja controlada, a mente naturalmente se tornará mais calma. Quando falamos de "controlar" a respiração, é importante lembrar que nós a controlamos observando-a. Se tentar forçar sua respiração a se tornar calma, você apenas causará problemas. A simples observação da respiração é o melhor modo de fazê-la ficar lenta e calma. As fontes chinesas geralmente reconhecem quatro tipos de respiração.
1. Respiração ventosa. Este tipo de respiração faz sons nas narinas.
2. Respiração irregular. Este tipo de respiração é quieto, mas é irregular e às vezes pára e começa.
3. Respiração não-refinada. Este tipo de respiração é quieto e regular, mas não é refinado. Não é tão confortável quando no quarto tipo de respiração.
4. Respiração correta. Este tipo de respiração é quieto, regular, refinado, muito pacífico e agradável. Este tipo de respiração traz grande paz à mente e ao coração.
Este quarto tipo de respiração é mais rapidamente atingido simplesmente observando a respiração. Se tentar se forçar a respirar ou a se sentir de um certo modo, você provavelmente falhará. A paz que você cria ao seu redor na meditação continuará a crescer com a prática. Em tempo, você descobrirá que pode atingir paz e calma facilmente. Quando a respiração e o corpo estão pacíficos, a mente tem um lugar do qual pode contemplar e compreender a si mesma com sucesso. Quando a respiração e o corpo estão pacíficos, a mente pode entrar em samadhi.
A importância da respiração pode ser vista na seguinte passagem dos Seis Ensinamentos Maravilhosos, um livro muito influente que registra um discurso dado pelo grande monge Chih-i (538-597) no templo Wa-kuan na presente província de Jiangsu. A data precisa deste discurso não é conhecida.
A "porta maravilhosa do seguir" abre o caminho para os dezesseis dharmas excepcionais. O primeiro destes dharmas é observar a inalação da respiração. O segundo é observar a exalação da respiração. O terceiro é observar a duração da respiração. A quarta é observar a respiração preencher o corpo inteiro. O quinto é eliminar todos os movimentos corporais. O sexto é absorver a felicidade na mente. O sétimo é absorver a alegria na mente. O oitavo é absorver todas as atividades mentais na mente. O nono é criar felicidade na mente. O décimo é unir todas as atividades da mente. O décimo primeiro é descobrir a liberação na mente. O décimo segundo é contemplar a impermanência. O décimo terceiro é contemplar a dispersão de todas as coisas. O décimo quarto é contemplar o estado sem desejos. O décimo quinto é contemplar a extinção. O décimo sexto é contemplar o não-apego perfeito.Controle da mente
A mente não-treinada tem uma mente própria. Os meditadores muitas vezes a comparam a um macaco bêbado que vaga através da floresta sem rumo, sem entendimento e sem o menor auto-controle. Nossas mentes parecerem pertencer a nós, mas assim que sentamos com a idéia de que gostaríamos de dar uma olhada mais de perto em seus trabalhos, descobrimos que elas realmente não nos obedecem.
O Shastra Yogacharabhumi diz que há nove níveis diferentes de equilíbrio meditativo ou "permanência mental". Podemos começar a aprender como controlar nossas mentes estudando estes estágios de equilíbrio e os comparando com nossa própria meditação.
1. Permanência interiorizada. Este é o primeiro estágio. Neste estágio, voltamos nossa atenção do exterior e a puxamos completamente para dentro.
2. Permanência equilibrada. No começo deste estágio, a mente é interiorizada, mas sua consciência é descontínua e aleatória. Primeiro há um tipo de consciência, então outro e então outro. O modo de trabalhar com este tipo de estado mental é permitir que seus pensamentos fluam. Siga-os de momento a momento sem se tornar apegado a eles. Com a prática, este tipo de consciência descontínua gradualmente se assenta em um estado de serenidade pacífica onde a consciência é clara e equilibrada.
3. Permanência pacífica. Este estágio é caracterizado por uma maravilhosa calma e paz. A chegada deste estágio é como a chegada do tempo de outono em climas temperados. Ele não vem todo de uma vez. Quando o fim do verão se move para o outono e o inverno, o esfriamento esfriamento gradual da terra é manifestado aos poucos. Um mero dia ou dois de temperaturas frias em setembro será seguido por séries de três ou quatro dias de temperaturas ainda mais frias em outubro. Por volta de novembro, haverá temporadas frias e em dezembro o tempo quente terá se tornado uma lembrança. Nesta metáfora, o começo da permanência pacífica é como o começo do outono e inverno. Primeiro reconhecemos uma pequena mudança e então, em breve, nos tornamos acostumados a ela. Quando reconhecer o começo da permanência pacífica em sua meditação, perceba suas qualidades e aprecie o seu aprofundamento.
4. Permanência próxima. Nesta estágio, somos capazes de experienciar períodos em nossa meditação durante os quais os pensamentos delusivos não surgem. Neste estágio, também aprendemos a dizer quando os pensamentos delusivos surgirão, antes mesmo de eles surgirem. Com esta habilidade, somos capazes de defender nossa meditação tanto de distrações internas quanto externas.
5. Controle. Nesta estágio, entendemos profundamente os méritos do samadhi e compreendemos completamente que os dez aspectos são as causas de toda delusão. Os dez aspectos são forma, som, odor, sabor, toque, ambição, raiva, ignorância, masculinidade e feminilidade. Neste estágio, conquistamos nossa mente e não somos mais vítimas de suas excitabilidade.
6. Grande paz. Este estágio é caracterizado pela profunda calma que vem de entender completamente que a ambição, a raiva e a ignorância são as fontes de toda delusão.
7. Paz suprema. Neste estágio, os pensamentos delusivos não têm oportunidade de surgir. A mente está em um estado completamente natural e muito livre. O que quer que venha nela, vem nela, e o que quer que saia dela, sai simplesmente e sem deixar qualquer resíduo.
8. Unidirecionalidade. Neste estágio, a mente está reunida em um único ponto — descansa dentro de si mesma e está completa em si mesma. Nada está faltando e nenhuma interrupção de consciência pode ocorrer. Algum esforço é requerido para alcançar este estado.
9. Equanimidade. Este estágio chega apenas depois de longa prática. Nenhum esforço é requerido para alcançá-lo. Neste estágio, a mente entrou totalmente em samadhi. A bondade permanece sem esforço e o mal permanece longe sem tentar entrar.
Enquanto observar os estágios acima, é sempre uma boa idéia perguntar a si mesmo onde a sua mente está. A mente de Buddha está além da localidade e, já que as profundezas de sua mente são a mente de Buddha, sua mente também está fundamentalmente além da localidade.
Nosso apego ao pensamento delusivo é o que nos mantém no samsara. O mesmo apego é o que nos impede de atingir um profundo samadhi na meditação. A delusão mais fundamental da mente é sua necessidade teimosa de se agarrar as coisas — às idéias, conceitos, desejos, formas, emoções, pessoas etc. A mente é como uma grande mão que sempre quer agarrar tudo que se aproxima. Os buddhistas chineses usam esta necessidade da mente de se apegar a algo como uma ferramenta para libertar a mente.
A Explicação Graduada da Perfeição da Meditação nos ensina cinco métodos para usar esta mesma tendência de agarrar as coisas como um meio de nos libertarmos desta tendência. O objetivo deste métodos é emboscar o agarramento habitual da mente em algo que o libertará da delusão.
1. Apegue a mente ao topo da cabeça. A palavra chinesa para apego como está sendo usada aqui é hsi, que significa "atar", "apegar" ou "ligar". Esta mesma palavra também é usada em chinês para denotar estar atado ao samsara ou ao nosso karma. Como usado nestas cinco práticas, hsi pode ser traduzida como "concentrar" em português, mas uma distinção importante seria perdida. Usamos exatamente a mesma natureza apegada da mente para fazer estes exercícios, assim como a usamos para formar desejos ou medos de outros apegos que nos atam a este mundo.
A Explicação Graduada da Perfeição da Meditação nos aconselha a "apegar a mente ao topo da cabeça" como um modo de superara a sonolência e o torpor. A mente pode ser preguiçosa em seus apegos — sono, confusão e emoções confusas de ignorância tateante são muitas vezes tão atrativas para ela quanto as cores e formas brilhantes dos desejos claramente percebidos. Quando elevamos nossos apegos inferiores ao topo da cabeça, vamos a um longo caminho em direção a superar o que nos ata à delusão.
A Explicação Graduada da Perfeição da Meditação previne que, em alguns casos, esta técnica pode levar a problemas físicos associados com os ventos no corpo ou com um desejo de voar. Se isto acontecer, esta técnica deve ser descontinuada.
2. Apegue a mente a lugares onde o cabelo encontra o escalpo. Este é um lugar muito bom para centrar a atenção. É fácil de sentir e a maioria das pessoas tem bons resultados quando tenta usar esta técnica. Esta prática muitas vezes pode levar a uma compreensão quase visionária do esqueleto humano e da impermanência do corpo. Em alguns casos, o uso exagerado desta técnica pode fazer os olhos fitarem para cima e perceberem nuvens brilhantemente coloridas ou mosaicos abstratos de cor. Estas formas podem levar a mente a ver formas ainda mais confusas e eventualmente podemos desmaiar. Por esta razão, é importante não abusar deste tipo de meditação.
3. Apegue a mente às narinas internas. As narinas são as portas de entrada que permitem que o ar passe para dentro e para fora do corpo. Se direcionarmos nossa atenção para as narinas internas, nossa mente logo se tornará perdida no ir e vir da respiração. Em breve, nenhum pensamento surgirá. Esta técnica é muito boa para nos ajudar a perceber a impermanência de nossos corpos e de todas as coisas. É também uma das melhores técnicas para acalmar a mente e conduzir ao samadhi.
4. Apegue a mente ao umbigo. O umbigo é o "oceano da respiração". É uma fonte central de energia vital no corpo humano. Devido a esta importância, este ponto é chamado o "palácio central" em chinês. Quando apegamos a mente ao umbigo na meditação, fazemos o sangue e a linfa fluírem no centro do corpo. Este fluxo tem grandes benefícios de cura e muitos tipos de doenças podem ser curados por ele. Quando usamos esta técnica, também podemos ter uma visão das trinta e seis partes maiores do corpo reconhecidas pelo buddhismo. Esta visão pode levar a um samadhi muito profundo. As mulheres devem ser cuidadosas em não usar esta técnica muito freqüentemente, já que pode causar sangramento menstrual excessivo.
5. Apegue a mente à terra. Quando focalizamos a mente sobre a área abaixo de nossas almofadas de meditação, trazemos grande estabilidade à nossa meditação.
Deste cinco métodos, apegar a mente às narinas internas, ao umbigo e à terra são os mais estabilizadores e geralmente os mais efetivos. Um princípio geral que deve nascer na mente, quando quer que estivermos meditando, é que se o corpo se tornar extremamente leve e começar a se sentir como se estivesse flutuando para cima, devemos baixar nosso centro de atenção. Se o corpo começar a se sentir muito pesado, como se estivesse afundando, devemos subir nosso centro de atenção.
Desembaraçar a si mesmoTerminando a meditação
do desejo e dos caminhos maus
requer tanto visão quanto sabedoria.
Desembaraçar a si mesmo do mundo
e descobrir a alegria interior
é o começo da meditação.
— do Grande Tratado sobre a Perfeição da Sabedoria
Assim como o processo de se preparar para meditar é importante, assim também é o processo de se levantar da meditação. Se apenas pularmos de nossos assentos e corrermos por aí sem uma transição adequada, podemos perder o que obtivemos durante a meditação e podemos até mesmo nos fazer sentir doentes.
Quando entramos em meditação, nos movemos do que é áspero e forçado para o que é refinado e gentil. Quando terminamos a meditação, nos movemos na direção oposta — o mundo calmo e gentil da mente interior luminosa deve abrir caminho lentamente para os requerimentos do movimento físico, da fala e dos pensamentos que nos carregam durante o dia.
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