sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Religião ou Ciência?

O que importa se os objetivos da ciência contradizem as visões religiosas das origens da vida? Na maioria dos casos, não importa. Uma pessoa pode basear seu entendimento da origem da vida nos ensinamentos da Bíblia, ao passo que outra pode basear seu entendimento da origem da vida nos ensinamentos da ciência. Cada um é uma simples moldura de compreensão do que vemos no mundo, mas o movimento nos Estados Unidos para ensinar o criacionismo nas aulas de ciências das escolas públicas (em que os alunos aprendem sobre a moldura científica) torna essa contradição relevante, porque as teorias desenvolvidas pelos métodos científicos desprezam os argumentos estabelecidos no que está sendo conhecido como a "ciência da criação".


Isso suscita uma pergunta: O que torna uma teoria "científica"?Segundo Jose Wudka, professor de física da University of California Riverside, o método científico funciona da seguinte maneira:
Quando a consistência é obtida, a hipótese torna-se uma teoria e fornece um coerente conjunto de proposições que explicam um fenômeno. Uma teoria é, então, uma moldura dentro da qual as observações são explicadas e as predições feitas.
    1. observar algum aspecto do universo;
    2. inventar uma descrição, chamada de hipótese, que seja consistente com o que você observou;
    3. usar a hipótese para fazer predições;
    4. testar tais predições experimentando-as ou fazendo observações futuras e modificando-as conforme seus resultados;
    5. respeitar as etapas 3 e 4 até que não haja discrepências entre a hipótese e/ou a observação.
A moldura científica se baseia em observação e "falsificação": na ciência, falsificação é a possibilidade de observar algo que provaria que uma teoria seria falsa. Por exemplo: o enunciado; as plantas só sobrevivem se tiverem acesso à luz do sol é falsificação, porque alguém pode observar uma planta sobrevivendo na escuridão total e provar que esse enunciado é falso. O enunciado Deus criou plantas para exigir a luz do sol não é falsificação, porque não existe a possibilidade de alguém fazer uma observação provando que isso não é verdade.
A evidência científica, ou seja, a evidência obtida usando a moldura científica, a favor da teoria da evolução e da "terra antiga", inclui:
  • medidores de data radiométricos (site em inglês) mostrando que a Terra tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos;
  • evidência de classificação, como "Os Pintassilgos de Darwin";
  • os registros de fósseis (site em inglês);
  • a evidência de herança comum, de acordo com a National Academy of Sciences (Academia Nacional de Ciência):
      o código para traduzir seqüências de nucleotídeos em seqüências de aminoácido é essencialmente o mesmo em todos os organismos. Além disso, as proteínas de todos os organismos são invariavelmente compostas pelo mesmo grupo de 20 aminoácidos.
Segundo a comunidade científica, não há evidências específicas a favor do criacionismo. Há um registro bíblico e buracos na teoria da evolução. De qualquer forma, os cientistas observam que os buracos na teoria da evolução apresentam evidências negativas e positivas: os buracos  não são provas de alguma teoria. Não há nada a ser testado lá na "ciência da criação": é impossível provar ou refutar a presença de Deus ou de ocorrências milagrosas usando métodos científicos. A maioria dos cientistas acredita que isso faz do Criacionismo uma teoria metafísica ou filosófica, e não científica.

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