terça-feira, 29 de janeiro de 2013

"Mortes Coletivas"


Um flagelo destruidor.
Boate Kiss, de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Expiação na tragédia do circo, em Niterói-RJ.
Ainda na espiritualidade, os espíritos assumem conscientemente, e por vontade própria, se associar com grupos de espíritos com os mesmos débitos, ou débitos semelhantes em vidas pregressas
No ano de 177, improvisara-se uma grande circo, com altas paliçadas em torno de enorme arena. Era a época do imperador Marco Aurélio, que se omitia quanto às perseguições que eram infligidas aos cristãos. 
Por isto a matança destes era constante e terrível. 
Já não bastava que fossem os adeptos do Nazareno jogados às feras para serem estraçalhados.
Inventavam-se novos suplícios. 
Mais de vinte mil pessoas haviam sido mortas.
Anunciava-se para o dia seguinte a chegada de Lúcio Galo, famoso cabo de guerra, que desfrutava atenções especiais do imperador.
As comemorações para recebê-lo deveriam, portanto, exceder a tudo o que já se vira. 
Foi providenciada uma reunião para programação dos festejos.
Gladiadores, dançarinas, jograis, lutadores e atletas diversos estariam presentes. 
Foi quando uma voz lembrou: -”Cristãos às feras!” 
Todos aplaudiram a ideia, mas logo surgiram comentários de que isto já não era novidade. 
Em consideração ao visitante era preciso algo diferente. 
Assim, foi planejado que a arena seria molhada com resinas e cercada de farpas embebidas em óleo, sendo reunidas ali cerca de mil crianças e mulheres cristãs. 
Seriam ainda colocados velhos cavalos e ateado fogo. 
Todos gargalhavam imaginando a cena. 
O plano foi posto em ação. 
E no dia seguinte, ao sol vivo da tarde, largas filas de mulheres e criancinhas, em gritos e lágrimas, encontraram a morte, queimadas ou pisoteadas pelos cavalos em correria.
Afirma o cronista espiritual que quase dezoito séculos depois, a Justiça da Lei, através da reencarnação, reaproximou os responsáveis em dolorosa expiação na tragédia .

É o desencarne que ocorre em acidentes e catástrofes de toda sorte, que vitimam pequeno ou grande número de criaturas.  
Ocorre porque um grupo ou grupos de espíritos comprometidos com um mesmo débito ou com débitos semelhantes, em reencarnações pregressas, se associam, ainda na espiritualidade, antes do renascimento, com a finalidade de realizar "trabalho redentor em resgates coletivos".
Por estar relacionado a experiências evolutivas, o desencarne coletivo é previsto por entidades Benfeitoras Espirituais, que acolhem os desencarnantes imediatamente, muitas vezes em postos de socorro por eles montados através da vontade/pensamento, na própria região da catástrofe ou desastre.
O resgate de nossas ações contrárias à Lei Divina, ao bem e ao amor pode ocorrer de várias formas, inclusive coletivamente.  

O objetivo,  é “fazê-lo avançar mais depressa” e as calamidades “são freqüentemente necessárias para fazerem com que as coisas cheguem mais prontamente a uma ordem melhor, realizando-se em alguns anos o que necessitaria de muitos séculos”. 



Além disso , “são provas que proporcionam ao homem a ocasião de exercitar a inteligência, de mostrar sua paciência e sua resignação ante a vontade de Deus, ao mesmo tempo em que lhe permitem desenvolver os sentimentos de abnegação, de desinteresse próprio e de amor ao próximo”.
E assim, entendemos o sentimento de solidariedade que essas calamidades despertam, auxiliando todos a desenvolver o amor. 

O importante é “não falir pela murmuração”, pois “as grandes provas são quase sempre um indício de um fim de sofrimento e de aperfeiçoamento do Espírito, desde que sejam aceitas por amor a Deus”.
Nesta frase , está uma informação de cabal importância: 

indício de aperfeiçoamento do espírito. 
Como vemos, o progresso se faz, sempre, e quando estamos atravancando-o, Deus, em sua infinita bondade e justiça, lança mão de instrumentos que nos impulsionem à frente. 
O objetivo é nos levar a cumprir a escala evolutiva, saindo de nossa condição de Espíritos imperfeitos moralmente para a de espíritos regenerados, até atingirmos a condição de Espíritos puros. 


Essa transposição de imperfeito moralmente para regenerado marca a atual fase de transição que vivenciamos, plena de flagelos destruidores, de calamidades, de acidentes com grande número de mortos.
A predição de que após os dias de aflição virão os dias de alegria está anunciado nessas passagens evangélicas que não é o fim do mundo de forma absoluta e real, mas o fim deste mundo que conhecemos, em que o mal aparentemente se sobrepõem ao bem, e, é “o fim do velho mundo, do mundo governado pela incredulidade, pela cupidez e por todas as más paixões a que o Cristo alude”.
Para que esse novo mundo se instale , é fundamental que a população seja preparada para habitá-lo. 

Para tanto, teremos, todos nós, de equacionar alguns problemas de nosso passado, construindo nosso progresso moral.
Não há transformação sem crise, e catástrofes e cataclismos são crises que agitam a humanidade, despertando-a para a solidariedade, a fraternidade, o bem.
Temos, então, de ver a humanidade como “um ser coletivo no qual se operam as mesmas revoluções morais que em cada ser individual” .
“A função da dor é ampliar horizontes para realmente vislumbrarmos os concretos caminhos amorosos do equilíbrio.
 

Como o golpe ao objeto pode ser modificado, repensa e muda também tuas ações, diminuindo intensidades e freqüências e recriando novos roteiros em sua existência”. Desse modo, estaremos utilizando nossos problemas como ferramenta evolutiva, não nos perdendo em murmurações, mas utilizando nosso livre-arbítrio como patrimônio.

 
O progresso de todos os seres da criação é o objetivo de tudo que acontece.
Tenhamos a consciência desperta e procuremos entender o mundo à nossa volta, cientes de que a solidariedade é o verdadeiro laço social,  “estende-se ao passado e ao futuro, pois que os mesmos indivíduos se encontram e se encontrarão para juntos seguirem as vias do progresso, prestando mútuo concurso.
Compreende-se hoje a justiça das provações desde que as consideremos uma amortização de débitos do passado. 

As faltas coletivas devem ser expiadas coletivamente pelos que juntos as praticaram, e os mentores estão sempre trabalhando, ajudando a todos nós, reunindo-nos em grupos de forma a favorecer a correção de rumo, amparando-nos e nos fortalecendo para darmos conta daquilo a que nos propomos, além de nos equilibrarem para podermos auxiliar o outro com nossos pensamentos positivos.
Na realidade, todas essas pessoas atingidas estão marcadas, nos registros da espiritualidade, para participarem dessas desencarnações coletivas. 
Então, podemos entender que nessas mortes coletivas há um encontro marcado desses Espíritos, que foram protagonistas de equívocos de comportamento, e na atual estada na Terra estão zerando as suas pendências.  

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