terça-feira, 21 de outubro de 2014

"Ironia e Maiêutica"


Dois peregrinos budistas faziam uma longa caminhada,um era mestre e o outro discípulo,estavam cansados e a noite fria logo chegaria e teriam de encontrar um abrigo.
Mais a frente,avistaram uma fazenda com aspecto de abandono e resolveram pedir abrigo por lá.
Ao serem atendidos pelo dono da fazenda,eles pediram para pernoitar e não deixaram de observar o aspecto negativo de ruína do local e questionando, ouviram do proprietário a seguinte informação:
"Aqui era muito bonito e próspero mas veio a crise e tive de me desfazer de tudo menos desta fazenda e de uma vaca que é o meu sustento".
Ouvindo isso,os monges peregrinos foram dormir.
Pela manhã bem cedo,antes do sol se levantar,o mestre acordou o discípulo a fim de partir.
Ao sair da fazenda,o mestre pediu ao seu discípulo que trouxesse a vaca junto para irem embora com o animal,mas o discípulo perguntou:
" Mas mestre,a vaca é o único sustento dele!"
E o mestre simplesmente disse que isso não importava e que era para levar a vaca consigo.
Passado muitos anos,os mesmos budistas peregrinos passaram pelo mesmo local e avistaram a fazenda,agora com outro aspecto,bonita e prospera e resolveram se informar.
"Depois que vocês foram embora,a minha vaca sumiu e fiquei desesperado,me lembrei que havia ainda um pouco de leite e resolvi fazer bolos e doces para vender e comecei a trabalhar e a ganhar dinheiro e logo enriqueci,respondeu o fazendeiro".

Temos por outro lado outro tipo de "vaca", as famosas cesta básica doadas pelos centros espíritas que é atende as famílias carentes, aos necessitados como doação de alimentos essenciais à sobrevivência,mas até quando?
Até quando aparecer dois peregrinos budistas para  levar a "vaca",digo,a cesta básica?
Entende-se que tal sustento se deve dar a um momento de grande momento de deficiência ou mesmo paralisação por falta de recursos até que num futuro próximo, crescendo segura e gradativamente em suas formas de atuação, segundo os recursos humanos e financeiros disponíveis venham a se reaver e nunca uma ação "eterna" alojando o comodismo(...)"
Como temos ainda e também o programa do governo de bolsa família,que deveria dá somente a "vara" e não a "vara" com o "peixe",que se desse educação,emprego e bom salário não haveria tal "programa" mesmo porque ele diz que o índice de desemprego vem caindo.
Temos aí uma Ironia e uma Maiêutica,onde é dando que se recebe,(votos).

A desigualdade das riquezas é um dos problemas que inutilmente se procurará resolver, desde que se considere apenas a vida atual.
A primeira questão que se apresenta é esta: Por que não são igualmente ricos todos os homens?
Não o são por uma razão muito simples: por não serem igualmente inteligentes, ativos e laboriosos para adquirir, nem sóbrios e previdentes para conservar.
E, alias, ponto matematicamente demonstrado que a riqueza, repartida com igualdade, a cada um daria uma parcela mínima e insuficiente; que, supondo efetuada essa repartição, o equilíbrio em pouco tempo estaria desfeito, pela diversidade dos caracteres e das aptidões; que, supondo-a possível e durável, tendo cada um somente com que viver, o resultado seria o aniquilamento de todos os grandes trabalhos que concorrem para o progresso e para o bem-estar da Humanidade; que, admitido desse ela a cada um o necessário, já não haveria o aguilhão que impele os homens às grandes descobertas e aos empreendimentos úteis.
Se Deus a concentra em certos pontos, é para que daí se expanda em quantidade suficiente, de acordo com as necessidades.
Tais ideais de Jesus eram puramente religiosos, ele foi um homem a frente do seu tempo, e com grande visão política e social também.
Pois o Socialismo é acima de tudo um estudo que busca alternativas para o bem social, e não restritamente político.
O comunismo no sentido comum e universal é uma ideologia política e socioeconômica, que Jesus promoveu e quis estabelecer para uma sociedade igualitária, sem classes sociais e apátrida, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção e da propriedade em geral.
Karl Marx postulou que o comunismo seria a fase final na sociedade humana, o que seria alcançado através de uma revolução proletária.
O "comunismo puro", no sentido marxista refere-se a uma sociedade sem classes, sem Estado e livre de opressão, onde as decisões sobre o que produzir e quais as políticas devem prosseguir são tomadas democraticamente, permitindo que cada membro da sociedade possa participar do processo decisório, tanto na esfera política e econômica da vida.
Os Apóstolos, criaram a sua própria pequena sociedade comunista nos anos seguintes à passagem de Jesus.
O  comunismo como um sistema social deveria ser o ideal, assim como o socialismo,mas até hoje,após 2014 anos ainda não o é.
O homem no mundo profano ainda não pode ser socialista,pois enquanto um faz outros mais não fazem;o homem não pode ser comunista porque ele não é um ser comum,certamente convivem ainda com as ideias ateias.

Sócrates,não o jogador falecido,claro,mas o filósofo que viveu no séc. IV a.C., enfrentou o relativismo moral no qual se degenerou a democracia grega, com um método simples: "é preciso conhecer para se poder falar".
Com isso, Sócrates criou um método que muitos confundem ainda hoje apenas com uma figura de linguagem.
A "ironia socrática" era, antes de tudo, o método de perguntar sobre uma coisa em discussão, de delimitar um conceito e, contradizendo-o, refutá-lo.
O verbo que originou a palavra (eirein) significa mesmo perguntar.
Logo, não era para constranger o seu interlocutor, mas antes para purificar seu pensamento, desfazendo ilusões.
Não tinha o intuito de ridicularizar, mas de fazer irromper da aporia (isto é, do impasse sobre o conceito de alguma coisa) o entendimento.
Porém, sair do estado aporético exigia que o interlocutor abandonasse os seus pré-conceitos e a relatividade das opiniões alheias que coordenavam um modo de ver e agir e passasse a pensar, a refletir por si mesmo.
Esse exercício era o que ficou conhecido como "maiêutica", que significa a arte de parturejar.
Assim,"ironia e maiêutica", constituíam, por excelência, as principais formas de atuação do método dialético de Sócrates, desfazendo equívocos e deslindando nuances que permitiam a introspecção e a reflexão interna, proporcionando a criação de juízos cada vez mais fundamentados no lógos ou razão.