segunda-feira, 1 de dezembro de 2014
"Radiestesia e as invocações"
A natureza das pessoas pela Radiestesia é o fascínio pelo ocultismo.
Ocultismo (ou ciência oculta) é um conjunto de teorias e práticas cujo objetivo seria desvendar os segredos da natureza e do Homem, procurando descobrir seu aspecto espiritual e superior.
Ele trata do que está além da esfera do conhecimento empírico, o que é secreto ou escondido.
O ocultismo está relacionado aos fenômenos sobrenaturais. Ocultismo é um conjunto vasto, um corpo de doutrinas supostamente proveniente de uma tradição primordial que se encontraria na origem de todas as religiões e de todas as filosofias, mesmo as que, aparentemente, dele parecem afastar-se ou contradizê-lo.
O Homem aqui retratado seria um supostamente completo e arquetípico, composto não apenas de corpo, mas também de emoção, razão e alma (como divide a kabbalah).
Segundo algumas tradições ocultistas as religiões do mundo teriam sido inspiradas por uma única fonte sobrenatural.
Portanto, ao estudar essa fonte chegar-se-ía a religião original.
Muitas vezes um Radiestesista é referenciado como um mago. Alguns acreditam que estes antigos Magos já conheciam a maior parte das descobertas da ciência, tornando estas descobertas meros achados.
Se proibissem os homens do ocultismo, as pedras se ocultariam.
Muitas pessoas maravilham-se de obterem contato com o ocultismo através de qualquer meio.
É uma atitude ingênua, para dizer o mínimo.
Assim como os oráculos,os espíritos existem desde sempre e povoam todo o universo.
Estão ao nosso lado em nossas atividades diárias e com eles nos encontramos todas as noites, ao nos desligarmos do corpo físico através do sono.
Eles interagem conosco o tempo todo, seja através de uma intuição, de um pensamento, ou mesmo de algum evento inesperado.
Outro ponto a ser abordado são as reuniões de evocações em locais que não possuam um grande amparo espiritual, tal como ocorre num Centro Espírita.
Isso porque os riscos de se fazer reunião mediúnica em nosso lar é muito grande, já que ao evocar algum espírito, não teremos nenhuma garantia que em vez dele não virá uma entidade pesada e mal-intencionada, que pode trazer danos irreparáveis aos participantes.
Isso jamais ocorreria com um Radiestesista preparado,porque nele há proteção e organização, impedindo o acesso de criaturas mal-orientadas.
Quando alguém tenta obter respostas sobre o que ocorrerá no futuro evocando os espíritos, certamente encontrará espíritos de péssima estirpe a assessorá-los.
As perguntas que podem ser feita na Radiestesia devem ser espontaneamente ou atender ao nosso apelo, isto é,de caracter respeitoso ou auxiliar.
Alguns radiestesistas acham que não se deve evocar nenhum Espírito, sendo preferível esperar o que quiser comunicar-se.
Entendem que chamando determinado Espírito não temos a certeza de que é ele que se apresenta, enquanto o que vem espontaneamente, por sua própria iniciativa, prova melhor a sua identidade, pois revela assim o desejo de conversar conosco.
Ao meu ver, isso é um erro. Primeiramente porque estamos sempre rodeados de Espíritos, na maioria das vezes inferiores, que anseiam por se comunicar. Em segundo lugar, e ainda por essa mesma razão, não chamar nenhum em particular é abrir a porta a todos os que querem entrar.
Não dar a palavra a ninguém numa assembléia é deixá-la livre a todos, e bem sabemos o que disso resulta.
O apelo direto a determinado Espírito estabelece um laço entre ele e nós: o chamamos por nossa vontade e assim opomos uma espécie de barreira aos intrusos.
Sem o apelo direto um Espírito muitas vezes não teria nenhum motivo para vir até nós, se não for um nosso Espírito familiar.
Essas duas maneiras de agir têm as suas vantagens e só haveria inconveniente na exclusão de uma delas.
As comunicações espontâneas não têm nenhum inconveniente quando controlamos os Espíritos e temos a certeza de não deixar que os maus venham a dominar.
Então é quase sempre conveniente aguardar a boa vontade dos que desejam manifestar-se, pois o pensamento deles não sofre, dessa maneira, nenhum constrangimento e podemos obter comunicações admiráveis, enquanto o Espírito evocado pode não estar disposto a falar ou não ser capaz de o fazer no sentido que desejamos.
Aliás, o exame escrupuloso que aconselho é uma garantia contra as más comunicações.
Nas consultas de Radiestesia regulares, sobretudo quando se desenvolve um trabalho seqüente, há sempre Espíritos que as freqüentam sem que precisemos chamá-los, pela simples razão de já estarem prevenidos da regularidade das sessões.
Manifestam-se quase sempre espontaneamente para tratar de algum assunto, desenvolver um tema ou dar uma orientação.
Nesses casos é fácil do Radiestesista experiente reconhecê-los, seja pela "conversa mental" que é sempre a mesma, seja pelo movimento do pendulo ou por certos hábitos peculiares.
Quando se quer comunicar com um Espírito determinado é absolutamente necessário evocá-lo.
Se ele puder atender, obtém-se geralmente a resposta: "Sim" do movimento do pendulo, ou ainda "entra" diretamente no assunto respondendo por antecipação as perguntas que se pretende fazer.
Quando se evoca um Espírito pela primeira vez é conveniente designá-lo com alguma precisão.
Deve-se evitar a perguntas formuladas de maneira dura e imperativa, que podem afastá-lo.
As perguntas devem ser afetuosas ou respeitosas, conforme o Espírito, e em todos os casos revelar a benevolência do evocador.
Muitas vezes um Radiestesista se surpreende com a presteza com que um Espírito evocado responde "pendularmente".
Deve-se preocupar antemão com a sua evocação e com o tipo de comunicação.
Esse "se preocupar" é uma espécie de evocação antecipada, e como temos sempre os Espíritos familiares que se identificam com o nosso pensamento, eles preparam a vinda de tal maneira que, se não houver obstáculos, o Espírito já está presente ao ser evocado. Caso contrário,pode ser um Espírito familiar do consulente ou do interrogante, ou um dos freqüentadores habituais que o vai buscar e para isso não precisa de muito tempo.
Se um Espírito específico evocado não poder se manifestar pelo pendulo imediatamente, o Radiestesista marca um prazo, às vezes de cinco minutos, um quarto de hora, uma hora e mesmo de muitos dias, e quando "ele chega",o pendulo diz: "Está aqui". Então se pode começar a fazer as perguntas que se deseja.
O consulente nem sempre é um intermediário necessário, porque o apelo do Radiestesista pode ser ouvido diretamente pelo Espírito,pela transmissão do pensamento.
Quando se faz evocação,deve-se em nome de Deus,essa recomendação deve ser tomada a sério e não levianamente.
Os que pensarem que se trata de uma fórmula sem conseqüência farão melhor se desistirem de evocar.
As evocações oferecem, freqüentemente, mais dificuldades pelos consulentes do que os ditados espontâneos pelo Radiestesista, sobretudo quando se trata de obter respostas precisas e perguntas circunstanciadas.
Para tanto são necessários Radiestesista desenvolvido mediunicamente e especiais, ao mesmo tempo flexíveis e positivos,que são muito raros.
Porque, como já disse, as relações fluídicas nem sempre se estabelecem instantaneamente com o primeiro Espírito que se apresenta.
Convém, por isso, que não se entreguem a evocações para perguntas detalhadas sem estar seguro do desenvolvimento de suas faculdades e da natureza dos Espíritos que os assistem, pois com os que são mal assistidos as evocações não podem ter nenhum caráter de autenticidade.
Os "Radiestesistas médiuns" são geralmente muito mais procurados para as evocações de interesse privado do que para as evocações de interesse geral.
Isso se explica pelo desejo muito natural de se conversar com os entes queridos.
Creio dever fazer, sobre este assunto, diversas recomendações importantes,primeiro o de não acederem a esse desejo senão com reserva, no tocante a pessoas de cuja sinceridade não estejam suficientemente seguros, e de se manterem vigilantes contra as armadilhas que pessoas malfazejas lhes podem preparar. Segundo, de não se prestarem, sob nenhum pretexto, a essas evocações, se perceberem de curiosidade e de interesse e não uma intenção séria de parte do evocador, de se recusarem a servir para qualquer questão ociosa ou que não esteja no âmbito das que racionalmente se podem propor aos Espíritos.
As perguntas "Radiestésicas" devem ser feitas com clareza, nitidez e sem segundas intenções para se obterem respostas positivas.
É necessário repelir todas as que tiverem um caráter insidioso, pois os Espíritos não gostam das que têm por fim submetê-los à prova.
Insistir em perguntas dessa natureza é o mesmo que querer ser enganado.
A pergunta deve dirigir-se franca e abertamente ao alvo, sem subterfúgios e rodeios inúteis,(Se ele teme explicar-se é melhor que se abstenha).
É também conveniente só com muita prudência fazer evocações na ausência das pessoas que as pedem, e no mais das vezes é mesmo preferível não fazê-las. Porque somente essas pessoas estão aptas a controlar as respostas, a julgar a identidade do Espírito, a provocar os esclarecimentos que as respostas suscitarem e a fazer as perguntas ocasionais a que as circunstâncias podem levar.
Além disso, sua presença é um motivo de atração para o Espírito, geralmente pouco disposto a se comunicar com estranhos pelos quais não tem nenhuma simpatia.
Em suma: o Radiestesista deve evitar tudo o que possa transformá-lo em instrumento de consultas, o que, para muita gente equivale a ledor da sorte.
Podemos evocar todos os Espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam: os bons e os maus, os que deixaram recentemente a vida e os que vieram nas épocas mais distantes, os homens ilustres e os mais obscuros, os nossos parentes, os nossos amigos e os que nos foram indiferentes.
Mas isso não quer dizer que eles sempre queiram ou possam atender ao nosso apelo.
Independente da sua própria vontade ou de não terem a permissão de um poder superior, eles podem estar impedidos por motivos que nem sempre podemos conhecer.
O que desejo dizer é que não há nenhum impedimento de ordem geral às comunicações, salvo o de que trataremos a seguir.
Os obstáculos à manifestação são quase sempre de ordem individual e freqüentemente decorrem das circunstâncias.
Entre as causas que podem opor-se à manifestação de um Espírito, umas estão nele mesmo e outras lhe são estranhas.
Devemos colocar entre as primeiras as suas ocupações ou as missões que desempenha, das quais não pode se afastar para atender aos nossos desejos. Nesse caso a sua manifestação fica apenas adiada.
Mas há também a sua própria situação. Embora a encarnação não seja um obstáculo absoluto, pode constituir um impedimento em certas ocasiões, principalmente quando se passa em mundos inferiores e quando o próprio Espírito é pouco desmaterializado.
Nos mundos superiores, naqueles em que os liames que prendem o Espírito à matéria são muito frágeis, a manifestação para o Espírito, é quase tão fácil quanto no estado de erraticidade, e em todos os casos mais fáceis do que nos mundos em que a matéria corpórea é mais compacta.
As causas estranhas ligam-se principalmente à natureza do Radiestesista, à condição da pessoa que evoca ao meio em que faz a evocação e, por fim, ao fim que se propõe.
Certos Radiestesistas recebem mais facilmente as comunicações de Espíritos, que podem ser mais ou menos elevados; outros são aptos a servir de intermediários a todos os Espíritos.
Isso depende da simpatia ou da antipatia, da atração ou da repulsão que o Espírito do Radiestesista exerce sobre o evocado, que pode tomá-lo por intérprete com satisfação ou com aversão.
E depende ainda sem levarmos em conta as qualidades pessoais do Radiestesista,do desenvolvimento de sua mediunidade.
Os Espíritos se apresentam com maior boa vontade e sobretudo são mais precisos com um Radiestesista que não lhes oferece obstáculos materiais.
Quando há igualdade no tocante às condições morais, quanto mais apto seja o Radiestesista para pendular ou exprimir-se, mais se ampliam as suas relações com o mundo espírita.
Deve-se ainda considerar a facilidade que resulta do hábito da comunicação com determinado Espírito.
Com o tempo, o Espírito comunicante se identifica com o do Radiestesista.
Independente da questão de simpatia, estabelece-se entre eles relações fluídicas que tornam mais fáceis as comunicações.
É por isso que a primeira manifestação nem sempre satisfaz como se desejava, e também que os próprios Espíritos pedem sempre para serem evocados de novo.
O Espírito que se manifesta habitualmente sente-se como em casa: familiariza-se com o Radiestesista como intérprete,responde "pendularmente" e age com mais liberdade.
Em resumo, do que acabo de expor resulta: que a faculdade de evocar todo e qualquer Espírito não implica para o Espírito a obrigação de estar às nossas ordens; que ele pode atender-nos numa ocasião e noutra não, com um Radiestesista ou com um evocador que o agrade e não com outro; responder o que quiser, sem poder ser constrangido a dizer o que não quer; retirar-se quando lhe convém; enfim, que em virtude de sua própria vontade ou não, após haver sido assíduo durante algum tempo, pode subitamente deixar de manifestar-se.
Por todos esses motivos, quando se quiser evocar um novo Espírito é necessário perguntar ao pendulo como "guia protetor" se a evocação é possível.
No caso do pendulo "dizer" não o ser, ele geralmente dá as razões do impedimento e então seria inútil insistir.
Importante questão se apresenta aqui, a de saber se é inconveniente ou não evocar Espíritos maus.
Isso depende do fim que se propõe e da independência que se pode ter em relação a eles.
Não há inconveniente quando se faz a evocação com um fim sério, instrutivo e tendo em vista melhorar-se. Pelo contrário, é muito grande o inconveniente quando se faz por mera curiosidade ou diversão, ou se a gente se coloca sob a sua dependência, pedindo-lhes algum serviço.
Os Espíritos bons, nesse caso, podem muito bem lhes dar o poder de fazer o que lhes foi pedido, com a ressalva de punir severamente mais tarde o temerário que ousou invocar o seu auxílio, considerando-os mais poderosos que Deus .
Será vã a intenção de aplicar no bem o pedido de despedir o servidor após o serviço prestado.
Esse mesmo serviço solicitado, por menor que seja, representa um verdadeiro pacto firmado com os Espíritos maus, e estes não largam facilmente a presa.
Só pela superioridade moral se exerce ascendência sobre os Espíritos inferiores.
Os Espíritos perversos reconhecem a superioridade dos homens de bem.
Entretanto alguém que lhes oponha a vontade enérgica, espécie de força bruta, reagem e muitas vezes são os mais fortes.
Alguém tentava dominar assim um Espírito rebelde, aplicando a vontade ,e este lhe respondeu: "Deixa-me em paz com esses ares de mata-mouros, que não vales mais do que eu. Que se diria de um ladrão pregando moral a outro ladrão?"
Estranha-se que o nome de Deus, invocado contra eles, quase sempre não produza efeito.
Explico-lhes a razão:“O nome de Deus só tem influência sobre os Espíritos imperfeitos na boca de quem pode usá-lo com a autoridade das suas próprias virtudes. Na boca de um homem que não tenha nenhuma superioridade moral sobre o Espírito é uma palavra como qualquer outra. Dá-se o mesmo com os objetos sagrados que lhes opõem. A arma terrível é inofensiva em mãos inábeis ou incapazes de usá-la”.
O grau de superioridade ou de inferioridade dos Espíritos indica naturalmente o tom em que se lhes deve comunicar.
É evidente que quanto mais elevados, mais merecem o nosso respeito, a nossa consideração e a nossa submissão.
Não devemos tratá-los com menos deferência do que o faríamos se estivessem vivos, mas por outros motivos: na vida terrena consideraríamos o seu cargo e a sua posição social; no mundo dos Espíritos só temos de respeitar a sua superioridade moral.
Essa própria elevação os coloca acima das puerilidades das nossas formas bajulatórias.
Não é com pensamentos comunicativos que podemos conquistar-lhes a benevolência, mas pela sinceridade dos sentimentos.
Seria ridículo, portanto, dar-lhes os títulos que usamos na distinção das posições e que em vida poderiam agradar-lhes a vaidade.
Se forem realmente superiores, não somente não ligam a isso mas até se desagradam.
Um bom pensamento os agrada mais do que os títulos mais lisonjeiros.
De outra maneira eles não estariam acima da Humanidade.
No tocante aos Espíritos inferiores, seu próprio caráter determina a linguagem que devemos empregar.
Há entre eles os que, embora inofensivos e até mesmo benévolos, são levianos, ignorantes, estouvados.
Tratá-los igual aos Espíritos sérios, como o fazem algumas pessoas, seria o mesmo que nos inclinarmos diante de um escolar ou perante um asno com barrete de doutor.
Entre os Espíritos inferiores há os que são infelizes. Sejam quais forem às faltas que expiam, seus sofrimentos merecem tanto mais a nossa piedade, quanto ninguém escapa a estas palavras do Cristo. “Aquele que está sem pecado atire a primeira pedra”.
A benevolência com que os tratamos é um consolo para eles.
Na falta de simpatia, que encontrem em nós a indulgência que desejaríamos para nós mesmos.
Os Espíritos que demonstram a sua inferioridade pelo cinismo da linguagem, pelas mentiras, pelos sentimentos baixos e os conselhos pérfidos são certamente menos dignos do nosso interesse do que aqueles cujas palavras atestam o seu arrependimento, mas devemos tratá-los pelo menos com a piedade que nos inspiram os grandes criminosos.
O meio de os reduzir ao silêncio é nos mostrarmos superiores a eles, pois só estabelecem intimidade com pessoas de que nada tenham a temer.
Porque os Espíritos perversos reconhecem a superioridade dos homens de bem, como reconhecem a dos Espíritos superiores.
Em resumo: seria irreverente tratarmos os Espíritos superiores de igual para igual, como seria ridículo dispensarmos a todos, sem exceção, a mesma deferência.
Tenhamos veneração pelos que a merecem, reconhecimento pelos que nos protegem e assistem, e para todos os outros a benevolência de que talvez nós mesmos necessitemos um dia.
Descobrindo o mundo incorpóreo aprendemos a conhecê-lo e esse conhecimento deve regular as nossas relações com os seus habitantes.
Os Antigos, na sua ignorância, levantaram altares a eles.
Para mim, não passam de criaturas mais ou menos perfeitas e só elevamos altares a Deus.
As comunicações dos Espíritos superiores ou dos que animaram grandes personagens da Antiguidade são valiosas por seus elevados ensinamentos.
Esses Espíritos atingiram um grau de perfeição que lhes permite abranger mais amplo círculo de idéias, desvendar mistérios que ultrapassam as possibilidades humanas e iniciar-nos assim, melhor do que outros, em certas questões.
Mas isso não quer dizer que as comunicações dos Espíritos de ordem menos elevada sejam inúteis, pois o observador pode instruir-se com elas.
Para conhecer os costumes de um povo é necessário estudá-lo em todas as suas camadas.
Quem apenas o observar num dos seus aspectos o conhece mal.
A história de um povo não é a dos seus reis ou dos seus expoentes sociais.
Para julgá-lo é necessário pesquisar a sua vida íntima, os seus hábitos particulares. Ora, os Espíritos superiores são os expoentes do mundo espírita, sua própria elevação coloca-os de tal maneira acima de nós que nos assombramos com a distância que os separam de nós.
Os Espíritos mais burgueses (que nos revelem esta expressão) nos tornam mais palpáveis as condições de sua nova existência.
A ligação entre a vida corpórea e a vida espírita é neles mais estreita e podemos compreendê-la melhor, porque nos toca mais de perto.
Aprendendo por eles mesmos o processo de sua transformação, como pensam e o que experimentam os homens de todas as condições e de todos os caracteres, os homens de bem e os viciosos, os grandes e os pequenos, os felizes e os infelizes do nosso próprio século, numa palavra: os que viveram entre nós, que vimos e conhecemos, cuja vida real pudemos conhecer com suas virtudes e seus erros, compreendemos melhor suas alegrias e seus sofrimentos, partilhamos de umas e de outros e tiramos de ambos o ensino moral.
Este ensino é tanto mais proveitoso quanto mais íntimas forem as ligações entre eles e nós.
É mais fácil nos colocarmos no lugar daquele que foi nosso igual do que de outro que apenas vemos através da miragem de uma glória celestial.
Os Espíritos vulgares nos mostram o resultado prático das grandes e sublimes verdades de que os Espíritos superiores nos dão a teoria.
Aliás, no estudo de uma ciência nada é inútil. Newton descobriu a lei das forças universais no mais simples fenômeno.
A evocação dos Espíritos vulgares tem ainda a vantagem de nos pôr em relação com os Espíritos sofredores, aos quais podemos aliviar e cujo adiantamento podemos facilitar com bons conselhos.
Assim, podemos ser úteis ao mesmo tempo em que nos instruímos.
Há egoísmo em só procurar a própria satisfação nas relações com os Espíritos.
Aquele que deixa de estender a mão aos desgraçados dá prova de orgulho.
De que lhe serve obter belas comunicações de Espíritos elevados, se isso não o torna melhor, mais caridoso e mais benevolente para os seus irmãos deste e do outro mundo?
Que seria dos pobres doentes se os médicos se recusassem a lhes tocar as chagas?